ATA DA DÉCIMA SESSÃO ORDINÁRIA DA SEGUNDA SESSÃO LEGISLATIVA ORDINÁRIA DA DÉCIMA TERCEIRA LEGISLATURA, EM 11-03-2002.

 


Aos onze dias do mês de março do ano dois mil e dois, reuniu-se, no Plenário Otávio Rocha do Palácio Aloísio Filho, a Câmara Municipal de Porto Alegre. Às quatorze horas e quinze minutos, foi realizada a segunda chamada, sendo respondida pelos Vereadores Adeli Sell, Elói Guimarães, Ervino Besson, Haroldo de Souza, João Antonio Dib, João Carlos Nedel, José Fortunati, Juarez Pinheiro, Luiz Braz, Maristela Maffei, Paulo Brum, Raul Carrion e Reginaldo Pujol. Ainda, durante a Sessão, compareceram os Vereadores Aldacir Oliboni, Almerindo Filho, Antonio Hohlfeldt, Beto Moesch, Carlos Alberto Garcia, Cassiá Carpes, Clênia Maranhão, Dr. Goulart, Estilac Xavier, Fernando Záchia, Helena Bonumá, Isaac Ainhorn, João Bosco Vaz, Marcelo Danéris, Maria Celeste, Nereu D'Avila, Pedro Américo Leal, Sebastião Melo, Sofia Cavedon e Valdir Caetano. Constatada a existência de quórum, o Senhor Presidente declarou abertos os trabalhos e foi aprovada a Ata da Sexta Sessão Ordinária. À MESA, foram encaminhados: pelo Vereador Elói Guimarães, a Indicação nº 006/02 (Processo nº 0938/02); pelo Vereador Ervino Besson, 01 Pedido de Providências; pelo Vereador Fernando Záchia, o Pedido de Informações nº 059/02 (Processo nº 0935/02); pelo Vereador Haroldo de Souza, 04 Pedidos de Providências; pelo Vereador João Carlos Nedel, 13 Pedidos de Providências; pelo Vereador Pedro Américo Leal, o Projeto de Resolução nº 057/02 (Processo nº 0962/02); pela Vereadora Profª Marili, 01 Pedido de Providências e o Projeto de Lei do Legislativo nº 034/02 (Processo nº 0956/02); pelo Vereador Reginaldo Pujol, 01 Pedido de Providências; pelo Vereador Sebastião Melo, o Pedido de Informações nº 060/02 (Processo nº 0973/02). Também, foram apregoados Requerimentos firmados pelo Vereador Humberto Goulart, deferidos pelo Senhor Presidente, solicitando o desarquivamento dos Projetos de Resolução nºs 067 e 083/01 (Processos nºs 3173 e 3623/01, respectivamente) e dos Projetos de Lei do Legislativo nºs 113 e 161/01 (Processos nºs 1872 e 2438/01, respectivamente). Ainda, foi apregoado Requerimento firmado pelo Vereador Nereu D'Avila, deferido pelo Senhor Presidente, solicitando que o Projeto de Lei do Legislativo nº 057/00 (Processo nº 0950/00) seja incluído na Ordem do Dia, nos termos do artigo 81 da Lei Orgânica Municipal. Na ocasião, foram apregoados os seguintes Memorandos, firmados pelo Vereador José Fortunati, Presidente da Câmara Municipal de Porto Alegre: de nº 023/02, informando que o Vereador João Carlos Nedel representará externamente este Legislativo na abertura oficial do XVII Congresso ABAMEC 2002, a ser realizado no dia três de abril do corrente, às dezenove horas; de nº 024/02, informando que a Vereadora Maria Celeste representará externamente este Legislativo na abertura do Seminário "Valorização da Vida e Combate ao Uso de Drogas", a ser realizado hoje, às quinze horas. Do EXPEDIENTE, constaram os Ofícios nºs 109, 117 e 118/02, do Senhor Prefeito Municipal de Porto Alegre. Após, o Senhor Presidente registrou as presenças do ex-Vereador Pedro Ruas e dos Vereadores Ciro José Rothen e Ricardo Ritter, do Município de Novo Hamburgo - RS. Também, por solicitação do Vereador Elói Guimarães, foi realizado um minuto de silêncio em homenagem póstuma ao escritor Barbosa Lessa, falecido hoje. A seguir, o Senhor Presidente concedeu a palavra, em TRIBUNA POPULAR, ao Senhor Mauro José Hidalgo Garcia, Presidente da Associação dos Agentes Fiscais da Receita Municipal de Porto Alegre - AIAMU, que discorreu sobre as atividades desenvolvidas pela entidade presidida por Sua Senhoria, salientando os objetivos da instituição, no sentido de viabilizar o correto recolhimento dos tributos municipais e evitar a evasão fiscal e registrando o transcurso, no dia de hoje, do trigésimo nono aniversário de fundação da AIAMU. Na ocasião, nos termos do artigo 206 do Regimento, os Vereadores João Antonio Dib, Luiz Braz, Isaac Ainhorn, Carlos Alberto Garcia, Sebastião Melo, Raul Carrion, Cassiá Carpes, Adeli Sell e Clênia Maranhão manifestaram-se acerca do assunto tratado durante a Tribuna Popular. Às quatorze horas e cinqüenta e três minutos, os trabalhos foram regimentalmente suspensos, sendo retomados às quatorze horas e cinqüenta e quatro minutos, constatada a existência de quórum. Em COMUNICAÇÕES, o Vereador Juarez Pinheiro manifestou-se sobre a aprovação do Projeto de Lei do Legislativo nº 060/01, que regula a exploração comercial das empenas cegas dos prédios do Município, cujo Veto foi repelido por este Legislativo, afirmando que a maior parte da população é contrária às disposições do referido Projeto e declarando ter havido vícios formais na tramitação e na aposição de emendas a esse processo. O Vereador Luiz Braz, referindo-se ao pronunciamento efetuado pelo Vereador Juarez Pinheiro, abordou aspectos alusivos ao Projeto de Lei do Legislativo nº 060/01, que versa sobre a utilização comercial das empenas cegas dos prédios da Capital. Também, teceu críticas à atuação do Partido dos Trabalhadores à frente do Executivo Municipal, notadamente no que se refere à falta de fiscalização da legislação que disciplina a circulação de veículos de tração animal no Centro de Porto Alegre. O Vereador Marcelo Danéris pronunciou-se sobre as denúncias de envolvimento da Senhora Roseana Sarney, Governadora do Estado do Maranhão, e de seu marido, Senhor Jorge Murad, em desvios de verbas da Superintendência do Desenvolvimento da Amazônia - SUDAM. Nesse sentido, criticou o posicionamento adotado pelo Partido da Frente Liberal - PFL - com relação ao assunto, especialmente no que tange às investigações das referidas denúncias. Na ocasião, o Vereador Pedro Américo Leal manifestou-se sobre as normas regimentais que regulamentam a possibilidade de manifestações nas galerias do Plenário Otávio Rocha, tendo o Senhor Presidente prestado esclarecimentos sobre o assunto. Em COMUNICAÇÕES, o Vereador Ervino Besson saudou o Padre Zeno Hastenteufel pela ordenação de Sua Reverência como Bispo da Diocese de Frederico Westphalen - RS, exaltou a criação de uma nova paróquia da Arquidiocese de Porto Alegre, localizada na zona sul da Cidade, e referiu-se à missa realizada ontem na Igreja Menino Jesus de Praga, comemorativa aos oitenta anos de idade da Senhora Úrsula Guerini. A Vereadora Maristela Maffei reportou-se ao transcurso da Semana da Mulher, mencionando as principais atividades realizadas neste Legislativo e na Cidade, alusivas ao evento. Também, referiu-se à Sessão Solene realizada no dia sete de março do corrente, em homenagem ao Dia Internacional da Mulher, discorrendo sobre os fatos históricos que embasaram a escolha do dia oito de março como o Dia Internacional da Mulher. O Vereador Nereu D'Avila informou que a Comissão de Constituição e Justiça apreciará amanhã o Recurso interposto contra o Requerimento nº 023/02 (Processo nº 0635/02), de autoria de Sua Excelência, o qual solicita a instalação de uma Comissão Parlamentar de Inquérito para apurar denúncias de irregularidades na administração do Departamento Municipal de Habitação - DEMHAB. Também, defendeu a idéia da implantação, em Porto Alegre, de uma secretaria municipal de segurança pública. Na ocasião, o Senhor Presidente registrou a presença do ex-Vereador Martim Aranha Filho. Em COMUNICAÇÕES, o Vereador Reginaldo Pujol teceu considerações sobre o posicionamento adotado pela Direção Nacional do Partido da Frente Liberal - PFL, quanto às denúncias de envolvimento da Senhora Roseana Sarney, Governadora do Estado do Maranhão, em desvios de verbas da Superintendência do Desenvolvimento da Amazônia - SUDAM. Também, apoiou a instalação de uma CPI para averiguar denúncias de irregularidades na administração do DEMHAB. O Vereador Pedro Américo Leal, manifestando-se sobre os trabalhos da presente Sessão, enfocou aspectos regimentais atinentes à possibilidade de manifestação das galerias do Plenário Otávio Rocha durante as Sessões Plenárias, notadamente durante os pronunciamentos efetuados pelos Senhores Vereadores, destacando a importância de que os Parlamentares possam externar suas opiniões sem a interferência do público que acompanha os trabalhos deste Legislativo. Em COMUNI CAÇÃO DE LÍDER, a Vereadora Clênia Maranhão cumprimentou os representantes de comunidades porto-alegrenses presentes nesta Sessão. Também, reportou-se aos eventos constantes na programação oficial da Semana da Mulher desta Câmara Municipal, ocorrida do dia quatro ao dia oito de março do corrente, mencionando a participação de Sua Excelência em ato solene em comemoração ao Dia Internacional da Mulher, realizado em empresa têxtil localizada em Porto Alegre. O Vereador Haroldo de Souza pronunciou-se sobre o Veto Total aposto ao Projeto de Lei do Legislativo nº 023/01, de autoria de Sua Excelência, que autoriza implantação de um restaurante popular na Cidade, bem como acerca do Projeto de Lei do Legislativo nº 057/00, de autoria do Vereador Nereu D'Avila, que cria uma secretaria municipal de segurança pública em Porto Alegre. Também, manifestou-se quanto à atuação deste Legislativo no referente à apuração de denúncias referentes às políticas habitacionais implantadas em Porto Alegre. O Vereador Antonio Hohlfeldt teceu considerações acerca de documentos relativos à reunião do Conselho Municipal de Transportes Urbanos - COMTU - na qual foi debatido o aumento da tarifa de ônibus na Capital, comunicando que solicitará à Comissão de Urbanização, Transportes e Habitação que convide o Senhor Luiz Carlos Bertotto, Secretário Municipal dos Transportes, para prestar informações sobre o assunto. Na ocasião, a Vereadora Maristela Maffei manifestou-se a respeito do pronunciamento efetuado pelo Vereador Antonio Hohlfeldt. Em COMUNICAÇÃO DE LÍDER, o Vereador Sebastião Melo saudou os líderes comunitários dos Bairros Restinga e do Loteamento Jardim Leopoldina presentes nesta Sessão Ordinária. Também, discorreu sobre a Comissão Parlamentar de Inquérito - CPI - instalada neste Legislativo no ano dois mil e um para averiguar denúncias de irregularidades no Departamento Municipal de Habitação – DEMHAB, criticando as políticas habitacionais adotadas pelo Executivo Municipal. O Vereador Cassiá Carpes solidarizou-se à luta das populações carentes desta Cidade pelo direito à moradia e à segurança. Também, informou que solicitará ao Senhor Presidente a constituição de Comissão Especial, a fim de examinar o Projeto de Lei Complementar do Executivo nº 001/02 (Processo nº 0692/02) e pedirá à Comissão de Defesa do Consumidor e Direitos Humanos a realização de Audiência Pública, com a finalidade de averiguar a atuação dos agentes municipais de trânsito desta Capital. O Vereador Raul Carrion mencionou a realização, no último sábado, do reassentamento de famílias carentes que ocupavam irregularmente área localizada na Quinta Unidade Habitacional no Bairro Restinga e referiu-se à atuação de Sua Excelência como Presidente da Comissão de Urbanização Transportes e Habitação no ano de dois mil e um. Também comentou dados atinentes à destinação de recursos financeiros, pelo Executivo Estadual, para a construção de casas populares na Cidade. O Vereador Isaac Ainhorn reportou-se ao pronunciamento do Vereador Raul Carrion, analisando criticamente as diretrizes político-partidárias adotadas por Sua Excelência ao longo das últimas décadas. Também, aludiu a problemas enfrentados ontem pela população, relativamente à falta do fornecimento de água em alguns Bairros do Município e criticou as políticas públicas implementadas pelo Partido dos Trabalhadores à frente do Executivo Municipal. Em PAUTA, Discussão Preliminar, estiveram: em 1ª Sessão, os Projetos de Resolução nºs 032, 047, 048 e 053/02, este discutido pelo Vereador João Antonio Dib; os Projetos de Lei do Legislativo nºs 028 e 008/02, este discutido pelo Vereador João Antonio Dib; o Projeto de Lei do Executivo nº 003/02, o Projeto de Lei Complementar do Legislativo nº 003/02, discutido pelos Vereadores Juarez Pinheiro e João Antonio Dib, o Projeto de Lei do Legislativo nº 026/02, discutido pelo Vereador Adeli Sell, o Projeto de Lei do Legislativo nº 012/02, discutido pelos Vereadores Juarez Pinheiro e João Antonio Dib; em 2ª Sessão, os Projetos de Resolução nºs 055 e 124/01, 003, 009, 011, 013 e 049/02, os Projetos de Lei do Legislativo nºs 006/02 e 069/97, este discutido pelos Vereadores João Antonio Dib e Reginaldo Pujol; em 3ª Sessão, os Projetos de Lei do Legislativo nºs 015, 064, 238 e 296/01; os Projetos de Resolução nºs 004, 015, 017, 019, 020, 023, 027, 028, 030, 031 e 034/02, os Projetos de Resolução nºs 001, 002, 006 e 008/02, discutidos pelo Vereador Raul Carrion. Na ocasião, o Vereador Adeli Sell formulou Requerimento verbal, solicitando a aplicação do disposto no artigo 142, parágrafo único, do Regimento, o qual versa sobre as condições de manifestação nas galerias do Plenário Otávio Rocha, tendo o Vereador Isaac Ainhorn apresentado Questão de Ordem e os Vereadores Estilac Xavier, Pedro Américo Leal e Luiz Braz manifestado-se a respeito. Às dezesseis horas e cinqüenta quatro minutos, os trabalhos foram regimentalmente suspensos, sendo retomados às dezesseis horas e cinqüenta seis minutos, constatada a existência de quórum. Em COMUNICAÇÃO DE LÍDER, o Vereador Estilac Xavier teceu considerações a respeito das eleições gerais brasileiras que se realizarão neste ano e discorreu sobre a política habitacional desenvolvida pelo Governo Municipal, a qual, no entender de Sua Excelência, busca atender as comunidades de baixa renda no Município. Nesse sentido, pronunciou-se sobre problemas de ocupações irregulares no Loteamento Jardim Leopoldina. Na ocasião, face Questão de Ordem e manifestações formuladas pelo Vereador Isaac Ainhorn, o Senhor Presidente prestou esclarecimentos acerca das normas regimentais que estabelecem as formas de tratamento a serem observadas pelos Senhores Vereadores. Em COMUNICAÇÃO DE LÍDER, o Vereador João Antonio Dib discursou acerca de projetos habitacionais desenvolvidos em Porto Alegre no período que antecedeu a presença do Partido dos Trabalhadores à frente do Executivo Municipal. Também, manifestou-se sobre o sistema previdenciário dos servidores públicos municipais e informou a instauração de inquérito civil, pelo Ministério Público Estadual, para averiguar possíveis irregularidades no aumento da tarifa de água em Porto Alegre. O Vereador Luiz Braz leu matéria publicada no jornal Zero Hora do dia vinte e dois de janeiro do corrente, que trata do Fórum Transamazônico, questionando proposta extraída desse evento relativa à internacionalização da Amazônia. Também, pronunciou-se sobre denúncias de irregularidades administrativas envolvendo funcionários do Departamento Municipal de Habitação - DEMHAB - durante o cumprimento de ação de despejo ocorrida no último sábado no Jardim Leopoldina. A seguir, constatada a existência de quórum, foi iniciada a ORDEM DO DIA e aprovado Requerimento verbal de autoria do Vereador Luiz Braz, solicitando alteração na ordem de apreciação da matéria constante na Ordem do Dia, por dezoito votos SIM, oito votos NÃO e uma ABSTENÇÃO, após ser encaminhado à votação pelos Vereadores Estilac Xavier e Luiz Braz, em votação nominal solicitada pelo Vereador Antonio Hohlfeldt, tendo votado Sim os Vereadores Almerindo Filho, Antonio Hohlfeldt, Beto Moesch, Cassiá Carpes, Clênia Maranhão, Dr. Goulart, Elói Guimarães, Ervino Besson, Fernando Záchia, Haroldo de Souza, Isaac Ainhorn, João Bosco Vaz, João Carlos Nedel, Luiz Braz, Paulo Brum, Reginaldo Pujol, Sebastião Melo e Valdir Caetano, Não os Vereadores Adeli Sell, Aldacir Oliboni, Estilac Xavier, Helena Bonumá, Juarez Pinheiro, Marcelo Danéris, Maria Celeste e Sofia Cavedon e tendo optado pela Abstenção o Vereador João Antonio Dib. Também, o Vereador Estilac Xavier formulou Requerimento verbal, solicitando alteração na ordem de apreciação da matéria constante na Ordem do Dia. Também, face Questão de Ordem formulada pelo Vereador Isaac Ainhorn, o Senhor Presidente prestou esclarecimentos acerca dos trabalhos da presente Sessão. A seguir, foi apregoada a Emenda nº 02, de autoria do Vereador João Antonio Dib, Líder da Bancada do PPB, ao Projeto de Lei do Executivo nº 019/01 (Processo nº 3160/01). Em Discussão Geral e Votação, esteve o Projeto de Lei do Executivo nº 019/01, o qual foi discutido pelos Vereadores Isaac Ainhorn, Estilac Xavier, Juarez Pinheiro, João Antonio Dib, Adeli Sell, Elói Guimarães e Luiz Braz. Durante a apreciação do Projeto de Lei do Executivo nº 019/01, os Vereadores Ervino Besson, Helena Bonumá, Sofia Cavedon e Pedro Américo Leal cederam seus tempos de discussão, respectivamente aos Vereadores Isaac Ainhorn, Estilac Xavier, Juarez Pinheiro e João Antonio Dib. Na ocasião, por solicitação do Vereador Isaac Ainhorn, foi realizada a leitura da Emenda nº 01, aposta ao Projeto de Lei do Executivo nº 019/01 (Processo nº 3160/01), tendo o Vereador Reginaldo Pujol manifestado-se a respeito. Ainda, foi apregoada a Emenda nº 01, de autoria do Vereador Haroldo de Souza, Líder da Bancada do PHS, ao Projeto de Lei do Legislativo nº 157/01 (Processo nº 2401/01). Às dezoito horas e cinqüenta e dois minutos, constatada a inexistência de quórum, o Senhor Presidente declarou encerrados os trabalhos, convocando os Senhores Vereadores para a Sessão Ordinária da próxima quarta-feira, à hora regimental. Os trabalhos foram presididos pelos Vereadores José Fortunati, Carlos Alberto Garcia, Reginaldo Pujol e Helena Bonumá e secretariados pelo Vereador Paulo Brum. Do que eu, Paulo Brum, 2º Secretário, determinei fosse lavrada a presente Ata que, após distribuída em avulsos e aprovada, será assinada pela Senhora 1ª Secretária e pelo Senhor Presidente.

 

 


O SR. PRESIDENTE (José Fortunati): Quero comunicar, com muita satisfação, muita alegria, a presença entre nós do sempre Vereador, 1.º Vice-Presidente do PDT, companheiro Pedro Ruas, que se encontra acompanhado, nesta Sessão, de dois Vereadores que nos dão também a grata satisfação das suas presenças, Ver. Ciro José Rothen e Ver. Ricardo Ritter, Ver. Ica, lá da Cidade de Novo Hamburgo. Sejam bem-vindos.

 

O SR. ELÓI GUIMARÃES (Requerimento): Sr. Presidente, faleceu, em Piratini, Barbosa Lessa, romancista, historiador, poeta, cuja biografia e história dispensam qualquer alusão. Nesse sentido, estou requerendo um minuto de silêncio.

 

O SR. PRESIDENTE (José Fortunati): Deferido o Requerimento feito pelo Ver. Elói Guimarães, faremos um minuto de silêncio em homenagem a esse grande homem que foi Barbosa Lessa.

 

(Faz-se um minuto de silêncio.)

 

Passamos à

 

TRIBUNA POPULAR

 

O Sr. Mauro José Hildalgo Garcia, Presidente da Associação dos Agentes Fiscais da Receita Municipal de Porto Alegre - AIAMU - está com a palavra para tratar dos resultados da produtividade fiscal do ano de 2001 e transcurso do 39.º aniversário da entidade.

 

O SR. MAURO JOSÉ HIDALGO GARCIA: Ex.mo Presidente da Câmara Municipal de Porto Alegre Sr. José Fortunati, Ex.mos Srs. Vereadores, servidores municipais, senhoras e senhores.

A AIAMU - Associação dos Agentes Fiscais da Receita Municipal de Porto Alegre - solicitou, mais uma vez, este espaço, primeiramente, para prestar contas ao Poder Legislativo Municipal, legítimo representante da sociedade porto-alegrense, das atividades desenvolvidas pela categoria dos agentes fiscais da receita municipal no exercício de 2001, e também para manifestar-se quanto à passagem de seu 39.º aniversário de fundação completados na data de hoje, 11 de março.

A história da AIAMU está intimamente ligada à comunidade a qual nós, agentes fiscais da receita municipal, nos comprometemos a servir. Temos demonstrado aos cidadãos e aos dirigentes de nossa Cidade que a AIAMU é uma entidade disposta a aprimorar as condições de arrecadação, aumentando a receita e, em conseqüência, os investimentos no Município.

A análise do ano de 2001, feita pelos agentes fiscais da receita municipal de todos os setores da Secretaria Municipal da Fazenda indica que os níveis de produtividade mantiveram-se no mesmo volume de lançamento de impostos realizados no exercício anterior. Entretanto, a arrecadação tributária própria apresentou resultado negativo de 0,24% no período.

Ao todo, como resultado da ação fiscal, foram 162 milhões de reais entre autos de infração, notificações e multas referentes ao ISSQN, IPTU, ITBI. O trabalho externo do setor do ISSQN lançou em 2001 valores que superam a marca dos 100 milhões de reais. Mesmo longe das condições ideais de trabalho, a alta qualidade dos servidores tributários do Município proporcionou esse incremento de produção, por meio do combate à sonegação e da análise de novas situações de incidência do imposto.

Os valores são expressivos. Se comparados com a arrecadação espontânea do tributo, representam mais de 50% da arrecadação no período, indicando, com isso, o alto volume de imposto não-recolhido ou sonegado no Município.

Durante o exercício de 2001, os resultados do IPTU apontaram valores da ordem de 16 milhões lançados em cargas adicionais.

Foram respondidos mais de sete mil expedientes nos assuntos referentes a pedidos de isenção, imunidade e revisão do imposto.

Os fiscais trabalharam, então, intensamente, na correção e revisão dos valores lançados na carga geral, adicionando-se 16 milhões de reais ao montante do IPTU arrecadado de 2001.

Em 2001, a fiscalização empreendeu maiores esforços no sentido de superar os ótimos resultados dos anos anteriores, atingindo a marca de 45 milhões de reais na arrecadação do ITBI.

A participação da equipe de fiscais no Censo Econômico do ICMS/2001 teve como resultado o incremento de valor adicionado de 597,1 milhões de reais, sendo 429,5 milhões de reais relativos às modificações efetuadas em guias incorretas ou incompletas (muitas delas originalmente negativas) e 167,6 milhões de reais em decorrência do trabalho de recuperação de guias informativas de contribuintes omissos.

Esses resultados representam, aproximadamente, 7% a mais de valor adicionado que ingressaram na composição do índice de participação na transferência do ICMS.

Muito mais do que exposição de números, o fisco municipal promove ações abrangentes que repercutem em toda a sociedade, gerando qualidade de vida.

Todavia, Senhores, a arrecadação da receita tributária própria diminui no exercício de 2001. Isto é uma realidade. De 314.375, caiu para 313.617.

O modelo de produtividade fiscal, implantado a partir de 1994, passou a proporcionar elevados índices de crescimento na arrecadação municipal até 1998. Entretanto, como alertávamos em março de 1999, aqui, nesta tribuna, esse modelo se esgotava e era necessário medida urgente para manter nossas receitas em patamar de crescimento.

Há muito alertamos quanto à necessidade de implantação de um novo modelo de produtividade que privilegie as ações coletivas de toda a fiscalização tributária municipal, que promova esforços no sentido de interferir diretamente não só na receita própria como também nas transferências correntes – IPVA, ITR e ITCD.

Além, é claro, dentro de um novo ordenamento de funções, ampliar as atribuições do cargo do agente fiscal da receita municipal, incluindo, além do lançamento, a cobrança da dívida ativa, o que possibilitaria um melhor gerenciamento da atividade fiscal e controle de receitas.

Há bastante tempo buscamos demonstrar à Administração Municipal a necessidade de implantação de uma política de arrecadação eficiente, que não privilegiasse a arrecadação vulgar, que tributa aquele mais fácil de alcançar.

Para esse fim, precisamos criar um novo conceito de produtividade, mais moderno e adequado ao novo modelo organizacional proposto para a Fazenda Municipal: a produtividade coletiva, como forma de envolver todo o corpo fiscal na realização do objetivo fim da Secretaria Municipal da Fazenda, qual seja, a melhoria na arrecadação.

Além de uma melhor produtividade fiscal, devemos buscar justiça social por meio de instrumentos como a progressividade e a seletividade, que são os princípios que norteiam a capacidade contributiva.

Por meio de uma política ativa, é possível estabelecer uma reforma no IPTU de Porto Alegre, aplicado progressivamente, como meio de proporcionar justiça social e não vulgarizando a sua arrecadação. E, quando falamos em reforma do IPTU, defendemos um amplo debate em torno dessa questão. Não uma reforma silenciosa, sorrateira.

A aplicação do princípio da progressividade no IPTU é matéria de âmbito da Câmara de Vereadores. Como representantes da sociedade, é nesta Casa Legislativa que deve nascer a solução, a fim de prover Porto Alegre de um imposto sobre a propriedade territorial e urbana mais justo, do ponto de vista fiscal e social.

Cabe destacar a conduta sempre participativa de nossos Vereadores que, sem abandonar as convicções ideológicas que lhes conduziram à respeitada posição de legisladores, sempre trabalharam de forma integrada, privilegiando os compromissos com Porto Alegre.

Esta Casa não surpreende ninguém, pelo contrário, confirma a expectativa e confiança da Cidade em sua atuação, sea trabalhando de forma democrática e transparente, permitindo à população o uso do Parlamento, por meio da Tribuna Popular, para exposição de pontos de vista dos mais diversos assuntos.

A AIAMU aproveita, ainda, este momento para apresentar o seu repúdio à recente contratação de consultoria pela Secretaria Municipal da Fazenda para a realização da consolidação da legislação tributária municipal em detrimento dos quadros funcionais do Município. É preciso ter cuidado com a interferência de empresas privadas em matéria tributária, que, ao contrário dos técnicos do serviço público, elas trabalham em prol dos seus próprios interesses, tantas vezes escusos.

Por fim, ainda, resta salientar que a valorização da fiscalização tributária, como instrumento de justiça fiscal é ponto essencial de debate, porque o trabalho do fisco não é apenas a execução de tarefas burocráticas. Ele é também um operador de cidadania, que contribui para o crescimento da consciência tributária e busca os recursos necessários para uma Cidade mais justa. Muito obrigado. (Palmas.)

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (José Fortunati): Convido o Sr. Mauro José Hidalgo Garcia para fazer parte da Mesa.

O Ver. João Antonio Dib está com a palavra nos termos do art. 206 do Regimento.

 

O SR. JOÃO ANTONIO DIB: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, hoje a AIAMU completa quatorze mil duzentos e quarenta e cinco dias. Ela foi fundada na administração do ilustre Prefeito José Loureiro da Silva. Mesmo quando fui Prefeito, eu não tinha os olhos tão voltados à AIAMU, mas, nos últimos anos, lendo os relatórios que ela tem apresentado, tenho que a felicitar, sem dúvida nenhuma, porque traz preciosas informações a esta Casa. Ela mostra a importância do trabalho pelos dados que traz, uma vez que eu já vi que o IPTU nunca é arrecadado com a diligência, a competência, a seriedade e a responsabilidade com que a AIAMU faz o seu lançamento na carga geral do Município.

Eu fico confortável, porque achei que, no ano passado, dos 145 milhões iniciais, nós chegaríamos a 160 milhões; deu 161 milhões.

Cumprimentos à AIAMU nos seus trinta e nove anos, cumprimentos a cada um dos integrantes da AIAMU pelo excelente serviço que fazem para a Prefeitura, incluindo IPTU, ISSQN, ICMS, buscando o adicionado para que o Município receba mais. Nós já recebemos mais do que recebemos hoje e os senhores estão fazendo realmente um belo trabalho. Cumprimentos; continuem com o mesmo entusiasmo. Saúde e paz! Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (José Fortunati): O Ver. Luiz Braz está com a palavra nos termos do art. 206 do Regimento.

 

O SR. LUIZ BRAZ: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, quero cumprimentar o Sr. Mauro José Hidalgo Garcia, que é Presidente da AIAMU; quero cumprimentar a todos os profissionais que trabalham nesse setor e quero dizer que tenho uma admiração muito grande pelo trabalho executado pela AIAMU, até porque acredito que, antes da AIAMU organizar esse trabalho de tributação que entregou para nossa Cidade, a Câmara Municipal, por intermédio de seus Vereadores, tinha essa legislação muito esparsa e difícil de ser consultada.

A partir desse trabalho idealizado pela AIAMU, nós temos hoje uma facilidade muito grande de verificarmos toda essa legislação no campo tributário, já que a AIAMU cuidou de informatizá-la. Isso resultou numa pesquisa bem mais facilitada para nós, propiciando que fiscalizemos melhor, exercendo as nossas funções aqui na Câmara Municipal.

De toda a sua fala, que foi muito boa, Sr. Hidalgo, eu talvez discorde apenas de um pedacinho: quando o senhor faz referência às empresas privadas, dizendo que quase sempre têm os interesses escusos a serem defendidos. Eu penso que não. Eu penso que os senhores estão no seu devido papel e acho que quando o Município vai fazer qualquer ação no campo tributário, tem de buscar a assessoria dos senhores, mas tem de buscar por causa dos interesses normais que existem realmente numa Cidade como esta, onde pessoas que estão tão abalizadas, tão bem fundamentadas para poderem defender os interesses do Município possam estar em atividade, mas não em comparação com a empresa privada. Eles estão defendendo os seus interesses, a sua sobrevivência e eu não posso chamar isso de interesses escusos, porque senão eu estaria cometendo uma falha de dizer que aqui é bom e lá é ruim. Quero cumprimentar a AIAMU por tudo aquilo que já fez em prol do nosso Município. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador).

 

O SR. PRESIDENTE (José Fortunati): O Ver. Isaac Ainhorn está com a palavra nos termos do art. 206 do Regimento.

 

O SR. ISAAC AINHORN: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, queremos saudar a presença do Presidente da AIAMU aqui nesta Casa, Bel. Mauro Hidalgo Garcia, que merece todo nosso respeito, como funcionário público, como profissional e como Presidente de uma entidade de classe da categoria dos municipários.

A AIAMU deve a sua estrutura, e a dimensão que tem, a sua expressão, a partir de um trabalho que o grupo do Mauro e de colegas seus vêm desenvolvendo nestes últimos sete, oito anos da AIAMU. Eles resgataram uma história da Associação dos Fiscais e Agentes de Tributos Municipais.

Neste momento, em nome da Bancada do PDT, quero-me congratular com a AIAMU e com o Mauro Garcia, e deixar registrado que, se hoje existe uma consolidação da legislação tributária na Cidade de Porto Alegre, que antes se constituía numa verdadeira colcha de retalhos, deve-se a essa entidade que, por meio dos seus esforços, do seu trabalho, reuniu e consolidou mais de uma centena de leis tributárias, a partir da Lei Complementar nº 07, de 1973, e colocou esse trabalho à disposição do conjunto da sociedade de Porto Alegre, aos advogados, aos munícipes, aos Vereadores, à Cidade. Essa entidade tem muito ainda a contribuir com a sociedade porto-alegrense, promovendo uma inter-relação e uma interação entre o Governo, os funcionários públicos e a sociedade como um todo.

Parabéns à AIAMU e ao seu Presidente, Dr. Mauro Garcia. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (José Fortunati): O Ver. Carlos Alberto Garcia está com a palavra nos termos do art. 206 do Regimento.

 

O SR. CARLOS ALBERTO GARCIA: Sr. Presidente, Srs. Vereadores, prezado Sr. Mauro Hidalgo, Presidente da AIAMU, quero cumprimentá-lo, mais uma vez, por estar aqui na Casa e pelo transcurso do 39.º aniversário. Ao mesmo tempo, como Parlamentar, quero agradecer, porque Porto Alegre, hoje, vive bem com suas finanças e temos certeza de que isso é muito mérito da AIAMU. Portanto, em nome do Partido Socialista Brasileiro, receba os nossos parabéns, assim como toda a Diretoria. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (José Fortunati): O Ver. Sebastião Melo está com a palavra nos termos do art. 206 do Regimento.

 

O SR. SEBASTIÃO MELO: Sr. Presidente, Sr.ªs Vereadoras e Srs. Vereadores, Sr. Mauro Garcia, Presidente da AIAMU, a nossa saudação é extensiva a todo o conjunto de fiscais. Fazemos isso porque entendemos que o fiscal é o elemento indispensável na sociedade democrática, porque ele tem a missão de buscar dia a dia recursos para aplicação em obras que muitas vezes não acontecem porque não se tem dinheiro.

Quero dizer, também, Sr. Presidente, aproveitando a oportunidade, que nós estamos muito chateados com a Secretaria da Fazenda, porque há mais de dois meses o nosso gabinete produziu dois pedidos de informações para a Prefeitura em que queríamos saber - e ainda queremos saber - quais são os devedores do IPTU e do ISSQN na nossa Cidade, quais os que estão inscritos na dívida ativa, quais estão em cobrança administrativa e quais, e quanto, estão em cobrança judicial.

Recebi uma resposta que foi um primor de desconversa. Mesmo assim alguns dados apontados permitem a esta Casa e ao povo da Cidade saber que há em torno de 250 milhões de reais inscritos na dívida ativa somente em IPTU, ou seja, se esta Cidade precisa de mais dinheiro para obras, basta que cobre dos devedores do Fisco, e não fique aumentando impostos ou alíquotas já existentes.

Mais do que isso, essa resposta veio, na nossa avaliação, lastreada numa fundamentação que não nos convence, dizendo que o Código Tributário vedava essas informações ao Vereador. Quero dizer que o Secretário substituto, infelizmente, não tem tido muita leitura do Código Tributário Nacional, porque não é vedado esse tipo de informação ao Vereador.

Portanto, ao cumprimentá-los, eu queria saber da firmeza com que os senhores tratam a questão tributária, e dizer que nós estamos aguardando que seja regulamentada a senha de acesso aos Vereadores para o acompanhamento da arrecadação da Cidade, do acompanhamento da execução orçamentária, pois achamos que esse é um papel de que esta Casa não pode abrir mão. Por isso, queremos saudar o seu trabalho, e dizer que ainda precisamos fazer muito para a transparência relativamente aos assuntos da Prefeitura. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (José Fortunati): O Ver. Raul Carrion está com a palavra nos termos do art. 206 do Regimento.

 

O SR. RAUL CARRION: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, em primeiro lugar, a nossa saudação ao Sr. Mauro Hidalgo Garcia, Presidente da AIAMU, mas que não é só Presidente da AIAMU, seu nome já ultrapassou as fronteiras do Estado, e é o atual Presidente da Federação Nacional dos Auditores e Fiscais de Tributos Municipais, a FENAFIM.

Também gostaríamos de saudar todos os representantes da categoria aqui presentes e homenagear os trinta e nove anos da AIAMU, que é tudo isso que já foi dito aqui. Eu, em 1996, quando estive na Câmara, conheci todo o trabalho, toda a sistematização que a AIAMU produziu. Também comparto da preocupação de que nós, no campo legislativo, avancemos; nós temos aqui na nossa Capital de tratar da questão do IPTU progressivo, porque estão regulamentados os artigos 156 e 182 da Constituição - o IPTU progressivo em função do valor do imóvel, em função da localização, em função do uso e, no caso do art. 182, em função do não-uso social da terra.

Também somos solidários com a luta que a AIAMU está conduzindo junto com outras entidades, com a FENAFIM, em nível nacional, contra o Projeto de Lei no Congresso Nacional, se não me engano um Projeto de Lei do PFL, que foi denominado Lei de Proteção do Contribuinte que, na verdade, é lei de proteção ao sonegador de impostos, porque prevê que toda a fiscalização terá que avisar com antecedência ao que está sonegando e assim por diante, ou seja, impedir a fiscalização. É uma lei que terá conseqüências não só em nível nacional mas em nível estadual e municipal, ou seja, que se impeça o importante, decisivo trabalho da fiscalização, que o próprio relatório da AIAMU mostra que 50% só veio aos cofres depois do trabalho dos fiscais.

Então, parabéns por esse grande trabalho que a AIAMU está fazendo e a nossa solidariedade em todos esses terrenos que nós acabamos de colocar. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (José Fortunati): O Ver. Cassiá Carpes está com a palavra nos termos do art. 206 do Regimento.

 

O SR. CASSIÁ CARPES: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, quero dizer ao Sr. Mauro Hidalgo Garcia da nossa satisfação de recebê-lo aqui nesta Casa e dizer que gostei muito desse trecho aqui: “Quando falamos em reforma do IPTU, defendemos um amplo debate em torno dessa questão, não uma reforma silenciosa e sorrateira.” A realidade é esta questão, e ela tem que ser muito bem debatida com a sociedade, com esta Casa, com a Associação dos Agentes Fiscais formada por aquelas pessoas que realmente passam o dia debatendo.

Entendo que também o ISSQN é muito alto na nossa Capital: 5%. Quem sabe, vocês possam corresponder com uma ajuda para que não haja sonegação, baixando esses impostos, para que se tenha até uma maior receita.

Portanto, quero, em nome do Partido Trabalhista Brasileiro, me solidarizar com os senhores, felicitá-los por esse aniversário, pelo belíssimo trabalho de vocês. A população de Porto Alegre precisa desse parâmetro para fazer uma análise global, ampla, e a nossa Câmara se sente aqui honrada, pela palavra de todos os Vereadores, de recebê-los aqui em nome da sua associação. Muito obrigado, um abraço e pleno êxito no ano de 2002. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (José Fortunati): O Ver. Adeli Sell está com a palavra nos termos do art. 206 do Regimento.

 

O SR. ADELI SELL: Meu caro Presidente José Fortunati, Srs. Vereadores, meu caro presidente da AIAMU, Mauro Hidalgo Garcia, funcionários servidores da Secretaria da Fazenda do Estado, associados da AIAMU, senhoras e senhores. Para nós, do Partido dos Trabalhadores, é uma grata satisfação tê-lo de volta aqui, meu caro Mauro, cumprimentá-lo, cumprimentar a AIAMU pelo seu aniversário. Temos a convicção de que, pelo trabalho implantado, sólido, determinado, muitos anos de bons trabalhos prestados à comunidade de Porto Alegre a AIAMU ainda vai prestar.

Nós gostaríamos de destacar a importância da fiscalização e de suas palavras quanto às tentativas várias de determinados setores da nossa sociedade, infelizmente, de tentarem sonegar e, portanto, não pagarem aquilo que é devido à municipalidade. E o fiscal, o agente fiscal, o agente de tributos tem um papel extremamente importante nisso. Sabemos também da importância que tem o seu trabalho na questão da arrecadação do IPTU, de todo o trabalho que é feito, muitas vezes, com trena na mão, para dirimir dúvidas, para atender bem, portanto, a cidadania. O agente fiscal sai de dentro das quatro paredes da Secretaria, vai à rua, dialoga, mostra como, efetivamente, se deve cobrar o tributo. E nós precisamos, sem dúvida nenhuma, neste ano de 2002, contar com a sua participação na discussão calma, serena, tranqüila, da readequação da Planta de Valores, porque as senhoras e os senhores agentes fiscais sabem muito bem das discrepâncias que há nesse particular. No que me toca também, na Comissão de Economia, Finanças e Orçamento - sei que não falo apenas em meu nome, mas falo em nome de toda a Bancada -, o nosso agradecimento à presteza com que sempre a AIAMU colaborou com esta Casa Legislativa, em particular com esta Comissão Permanente da Câmara.

Então, mais uma vez, em nome da Bancada do Partido dos Trabalhadores, do PT, queria desejar muitas felicidades para a AIAMU. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (José Fortunati): A Ver.ª Clênia Maranhão está com a palavra, nos termos do art. 206 do Regimento.

 

A SRA. CLÊNIA MARANHÃO: Sr. Presidente, Sr.ªs Vereadoras e Srs. Vereadores, nós queríamos, em nome da nossa Bancada, do PPS, saudar o Dr. Mauro Hidalgo, Presidente da AIAMU, e saudar também todos os municipários aqui presentes. Queríamos dizer que é muito interessante poder compartilhar da comemoração dos trinta e nove anos da AIAMU, e da prestação, nesta oportunidade, de um depoimento sobre o trabalho que a sua entidade tem feito.

Por meio do seu Presidente, esta Casa, não apenas no dia de hoje, mas acompanhando os projetos essenciais para os municipários e para a Cidade, sempre tem-se colocado à disposição dos Vereadores, com os subsídios necessários para que possamos votar os projetos do Município em sintonia com os interesses da Cidade.

Li com atenção o documento que a sua entidade distribuiu aos Vereadores. Queria resgatar a conclusão desse documento, onde o senhor e a sua entidade se colocam, em relação à sociedade, como operadores de cidadania.

É muito importante essa discussão do caráter da fiscalização tributária. Aqui no Rio Grande do Sul, nós já tivemos, no Governo do Estado anterior, uma experiência que se tornou um modelo para outros Estados brasileiros, em que se mostrou a possibilidade de a sociedade civil organizada e os agentes de fiscalização tributária agirem de uma forma conjunta na defesa do Município. Eu acho que a AIAMU tem tido também um papel importante em relação ao nosso Município, por meio do trabalho da entidade e das informações que a entidade tem passado ao conjunto da sociedade pela sua página da Internet, permitindo mais transparência e um acesso maior da população a um tema que, muitas vezes, para os leigos, parece árido. E vocês colocaram isso de uma forma absolutamente transparente e adequada. Parabéns pelo trabalho da AIAMU. Muito obrigada.

 

(Não revisto pela oradora.)

 

O SR. PRESIDENTE (José Fortunati): Gostaríamos de agradecer ao Sr. Mauro José Hidalgo Garcia, Presidente da Associação dos Agentes Ficais da Receita Municipal de Porto Alegre, AIAMU, que nesta data utilizou da Tribuna Popular para falar dos resultados da produtividade fiscal do ano de 2001 e do transcurso do 39.º aniversário da entidade.

Suspendemos os trabalhos para as despedidas.

 

(Suspendem-se os trabalhos às 14h53min.)

 

O SR. PRESIDENTE (José Fortunati – às 14h54min): Estão reabertos os trabalhos.

Passamos às

 

COMUNICAÇÕES

 

O Ver. Juarez Pinheiro está com a palavra em Comunicações.

 

O SR. JUAREZ PINHEIRO: Sr. Presidente, Sr.ªs Vereadoras e Srs. Vereadores, peço ao meu colega Carlos Alberto Garcia a consideração, como sempre tenho tido, para que ele, ouvindo as minhas palavras, encontre, talvez, uma saída para o que eu quero aqui colocar.

Sr. Presidente, Ver. José Fortunati, eu, em contato com a comunidade nos últimos dias, tenderia a dizer, Ver. João Antonio Dib - e isso é um juízo, é um sentimento meu - de que a Câmara de Vereadores, vejam bem não só do ponto de vista judicial, criminal, mas sob o ponto de vista de respeito ao interesse público, encontra-se indiciada. É isto mesmo que eu quero dizer: a Câmara de Vereadores está indiciada. Mas é possível que a mesma venha, em uma conciliação, a sair desse impasse.

Por que eu digo que a Câmara está indiciada? Eu digo que a Câmara está indiciada porque a maioria da população desta Cidade, é claro, está-se manifestando de forma contundente contra uma lei que aprovamos recentemente nesta Casa, contra pesquisas realizadas, que mostravam que 75% da população era contra a lei que inicialmente tratava apenas de empenas cegas e que depois agregou uma série de emendas fragmentárias, sem respeitar aspectos técnicos inafastáveis, sem entender que o visual urbano é algo que não pode ser apropriado pelos Vereadores, que ele pertence à Cidade e que a sua utilização pelas empresas tem que obedecer ao interesse público.

Quero dizer que estudei, Ver. João Dib, longamente, o processo. Ele está aqui em minhas mãos, desde a apresentação do Ver. Carlos Alberto Garcia até a redação final. Sob o ponto de vista formal, também encontrei sérios problemas nesse processo, diria até irregularidades. Mesmo que a Câmara de Vereadores não ouça, faça ouvidos moucos neste momento, com exceção de alguns Vereadores que me honram com a sua escuta, a Cidade está escutando esta matéria. É por isso que digo que a Câmara de Vereadores, não sob o ponto de vista penal, não sob o ponto de vista persecutório – eu jamais faria isso e posso estar equivocado no meu sentimento -, está hoje indiciada, indiciada no sentido de que a sociedade diz o seguinte: mais de 75% está contra o que foi aprovado, e a Câmara de Vereadores não nos escutou. Ela reforça, Ver. Luiz Braz, aquilo que alguns defendem, contra a democracia representativa, no sentido de que hoje a democracia representativa não reserva aos cidadãos direitos; reserva, na verdade, insultos. Não tenho essa posição. Mas o que a Câmara de Vereadores, a meu juízo, fez, ao aprovar sem qualquer critério e utilizando-se de uma proposta inicial - que poderia ser discutível - das empenas cegas, contra a qual me insurjo completamente? Aprovou emendas que eram entregues por meia dúzia de empresários aos Vereadores e que eles subscreviam. Verifiquei, por exemplo, que, na Comissão de Constituição e Justiça, esse processo ficou quarenta dias e não recebeu parecer. Depois, então, o Ver. Carlos Alberto Garcia pediu o artigo 81 – que é um artifício regimental legítimo – e conseguiu colocar a matéria em votação. Mas levou quarenta dias sem receber um parecer.

A Câmara está indiciada, eu digo, pois não verificou que há uma emenda tão absurda que diz que, no final dos túneis e elevadas, a distância passa a ser de apenas 20m; e a mesma Lei não teve revogado o inciso que diz que a distância é de 100 m. Ela permite que, na orla do Guaíba, sejam colocados painéis do tamanho de, no mínimo, 30m, podendo chegar, dependendo da interpretação, a até 80m2. Mas acredito que a Câmara de Vereadores tem de se reconciliar com a Cidade. Eu não estou aqui como juiz; não quero fazer esse tipo de julgamento. Eu tenho o sentimento de que a Câmara de Vereadores está indiciada por ter ido de encontro ao interesse público maior desta Cidade, mas é possível que nos venhamos todos a sentar com esse segmento econômico, com técnicos especializados, com entidades que se dedicam à questão do meio ambiente e também à preservação dos aspectos paisagísticos da Cidade e venhamos a nos reconciliar com a Cidade por um gesto digno, soberano, e que vá ao encontro das melhores tradições desta Câmara de Vereadores. Até lá, o meu sentimento é de que esta Câmara encontra-se indiciada. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Carlos Alberto Garcia): O Ver. Luiz Braz está com a palavra em Comunicações.

 

O SR. LUIZ BRAZ: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, meu amigo Ver. Juarez Pinheiro, esta Câmara jamais estará indiciada enquanto tiver a ousadia de divergir e de discutir aqui as idéias mais divergentes e discordar de pensamentos como aquele que foi exposto pelo Ver. Juarez Pinheiro e por outras pessoas ligadas ao Executivo. Porque não é sempre que esta Câmara, ao concordar com o Executivo, estará agindo bem; não é sempre que esta Câmara não vai merecer críticas; quando esta Câmara discordar, quando esta Câmara disser algo que na esteja na mesma linha do Executivo, ela não estará pecando e nem viciada, esta Câmara estará apenas cumprindo o seu papel.

O Ver. Juarez Pinheiro me diz que é o povo, ora, mas quando ele consultou o povo? Quem consultou o povo? Os senhores foram consultados? Ninguém foi consultado. Sabem quem foi consultado? Alguns segmentos do próprio Partido dos Trabalhadores, que nem sabiam o que estavam assinando; esses que assinaram, esses, eles acreditam, são o povo. E, mais do que isso, o povo, na verdade, não foi consultado, assim como nunca é consultado.

Vim a esta tribuna para falar, por exemplo, sobre as carroças no Centro da Cidade. Nós temos uma Legislação que proíbe o tráfego de carroças no Centro da Cidade e que faz mais: cria ordenamentos para que os animais não sejam maltratados. Sabem o que aconteceu com esse Partido que diz que é o povo quem decide? Simplesmente não cumpriu a Lei! E fez mais: foi para a Justiça para argüir a inconstitucionalidade da Lei para não cumpri-la. Eu disse que já que não querem cumprir o texto aprovado por nós aqui nesta Casa, pelo amor de Deus, que mandem um texto para regular o tráfego de carroças e que protejam os animais dos maus-tratos! Sabem há quanto tempo isso está acontecendo? Olhem, há mais de cinco anos que estamos pedindo isso aqui na Câmara. Sabem o que aconteceu nos últimos dias? Um Vereador petista apareceu ao lado de uma carroça como se fosse um grande protetor dos animais, quando, na verdade, nem sabia que, nesta Casa, nós aprovamos um texto de lei que foi feito em consonância com o Vereador, companheiro seu de Bancada, quando ele era titular nesta Casa. Lei essa que nunca foi respeitada, e o povo quer esse respeito, e onde está o respeito ao povo? Não existe, só existe essa demagogia. (Palmas.)

E dizem, na hora que eles precisam, que aí é o povo, mas o povo não foi consultado, o povo nunca é consultado.

 

O Sr. Sebastião Melo: V. Ex.ª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Ver. Luiz Braz, muito obrigado pelo aparte, este termo indiciamento é um termo policialesco, que eu acho que o Ver. Juarez Pinheiro, pela sua postura, deveria pedir para retirar dos Anais desta Casa, porque isso é bem típico de inquérito policial. Se quiser falar em indiciamento, quem tinha que ser indiciado é o Prefeito Tarso Genro, que disse que não iria concorrer a Governador, que não governa a Cidade já há muito tempo e que está aí vendendo demagogia. (Palmas.) Se querem falar em indiciamento, muitas pessoas do Governo têm de ser indiciadas.

 

O Sr. João Antonio Dib: V. Ex.ª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Nobre Ver. Luiz Braz, V. Ex.ª fez um belo Projeto sobre as carroças, mas a incompetência do Executivo Municipal fez com que apenas o primeiro artigo fosse respeitado; quanto ao resto, entraram na Justiça, mas é exatamente esse primeiro artigo que impede a circulação das carroças que é estimulado pelo Poder Executivo e, pior do que isso, transportam lixo contrariando o Código de Limpeza Urbana.

 

O SR. LUIZ BRAZ: Ver. Juarez Pinheiro, V. Ex.ª que é meu amigo aqui nesta Casa, eu vou dizer o que é injustiça. Porque o Governo de V. Ex.ª, o Partido de V. Ex.ª derrama um caminhão de dinheiro dentro das empresas de comunicação, os Vereadores e os Deputados do Partido de V. Ex.ª estão sempre nos órgãos de comunicação. Este Vereador já mandou para o Sr. José Barrionuevo, umas trezentas vezes, o Projeto de Lei que foi aprovado aqui nesta Casa a respeito das carroças, e ele, há dez dias, publicou uma frase na sua coluna, na página 10, dizendo que o Ver. Nereu D’Avila é o autor de leis aqui que regulam o tráfego de carroças.

Ora, esse jornalista que informa esta Cidade pelo menos deveria procurar ser bem informado para não mal informar a população. É desses jornalistas, é dessas pessoas que a população realmente está precisando, ou seja, de bons jornalistas, de pessoas bem informadas, e não de pessoas que formam a opinião pública ao seu bel-prazer, dependendo do quanto de dinheiro que cai dentro de suas empresas. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Carlos Alberto Garcia): O Ver. Marcelo Danéris está com a palavra em Comunicações.

 

O SR. MARCELO DANÉRIS: Sr. Presidente, Sr.ªs Vereadoras e Srs. Vereadores, trago um assunto que tem mobilizado e pautado a política no País, nessas últimas semanas. Esse assunto é o caso de desvio de verbas, de corrupção que envolve a SUDAM, o Governo do Maranhão, Governadora Roseana Sarney e o seu marido, mais diretamente, que também é Secretário do seu Governo.

A população brasileira acompanha, Ver. Carlos Alberto Garcia, mais um caso estarrecedor da forma de fazer política, de governar um Estado, pela mesma aliança governista que governa este País. Esta aliança, que hoje está rompida, entre o PFL e o PSDB, demonstra para o País, no mínimo, três coisas muito preocupantes. Primeiro, que, diante de uma investigação realizada pelo Ministério Público e pela Justiça que descobre mais de 1 milhão de reais no escritório de uma empresa do marido da Governadora Roseana Sarney, candidata do PFL à Presidência, diante disso, a Governadora faz chantagem sobre o Governo Federal, e o seu Partido faz chantagem sobre o Governo Federal, para impedir as investigações. Isso, do ponto de vista público, de democracia e de gestão, é gravíssimo na história de um País. Um Partido que governa, eu nem diria nos últimos dez anos, mas nos últimos quinhentos anos, este País, que é o PFL, pressionando um Governo para que não se faça investigações.

O segundo aspecto muito grave: este Partido e esta Governadora, que quer ser Presidente deste País, dizem que o Governo Federal está usando a máquina pública, a Polícia Federal para fazer disputa eleitoral. Então, vejam bem, senhoras e senhores, a gravidade disto: primeiro, um Partido que está no Governo com a sua candidata a Presidente chantageiam o Governo Federal para que não se faça investigação. Segundo, acusam este mesmo Governo Federal de usar a máquina pública e a Polícia Federal para disputas eleitorais e partidárias. São dois acontecimentos muito graves para a história de um País, num ano eleitoral.

Mas há um terceiro aspecto que mais ainda preocupa a população brasileira. Qual é esse? Na briga de dois partidos que comandam o Governo Federal, há dez anos, paralisam o Congresso e todas as votações que interessam ao País; retiram o quórum do Congresso, retiram-se, recusam-se a debater, e nós, simplesmente, temos, em 2002, um Congresso fechado, paralisado por conta de uma situação de corrupção, por conta de uma chantagem feita ao Governo Federal e por conta de uma acusação feita ao Governo Federal de uso da Polícia Federal. Mas essa mesma Governadora diz o seguinte: “Nós queremos investigar.” Eu só não sei em qual governador acreditar, porque ela diz “Nós queremos investigar”, e, ao mesmo tempo, entra na Justiça e pára uma investigação que descobre mais de 1 milhão de reais em seu escritório. (Manifestações nas galerias.)

É interessante perceber que essa corrupção envolvendo o ...

 

O SR. PRESIDENTE (Carlos Alberto Garcia): Por gentileza, esta Presidência solicita às galerias que não haja manifestações, porque há um orador na tribuna.

 

O SR. MARCELO DANÉRIS: Concluindo, Sr. Presidente, essa mesma Governadora diz que quer investigar, mas, ao mesmo tempo, vai lá e entra na Justiça para parar uma investigação sobre corrupção. E a cada dia mais e mais páginas de jornais mostram mais e mais casos de corrupção.

Ora, nós temos de mudar este País, temos de ter projeto para este País. O candidato Serra já demonstrou que é o candidato que levou a uma crise da saúde e da dengue. O PMDB está em uma crise que racha e não tem projeto para este País. E a candidata da aliança governista está envolvida em corrupção. Vamos mudar o rumo deste País, como diz o nosso companheiro, lutador também, Ver. Raul Carrion. É hora de transformação neste País, num ano importante de eleições. Muito obrigado. (Palmas.)

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Carlos Alberto Garcia): Solicitamos às galerias que não haja manifestações.

 

O SR. PEDRO AMÉRICO LEAL: Quero lembrar a V. Ex.ª que as galerias não podem fazer o que estão fazendo. O orador aqui, diga lá o que disser, apresente a ideologia que apresentar, tem o direito de se pronunciar. E V. Ex.ª tem de manter a ordem e a disciplina, pelo Regimento da Casa. (Palmas.)

 

O SR. PRESIDENTE (Carlos Alberto Garcia): Obrigado, Vereador. Bem lembrado. Esta Presidência, mais uma vez, solicita às pessoas que estão nas galerias para não se manifestarem. E insistimos que, durante a exposição de um orador, na tribuna, não são permitidas manifestações. Esta Casa é uma casa plural que convive com todas as correntes políticas, sejam quais forem as ideologias.

O Ver. Ervino Besson está com a palavra em Comunicações, por cedência de tempo da Ver.ª Maria Celeste.

 

O SR. ERVINO BESSON: Sr. Presidente, Sr.ªs Vereadoras e Srs. Vereadores, senhoras e senhores que nos acompanham nas galerias e senhores telespectadores da TV Câmara, quero saudá-los. Primeiramente, Sr. Presidente, quero agradecer à Ver.ª Maria Celeste pela cedência, no dia de hoje, do seu tempo, no período de Comunicações, a este Vereador.

Quero me referir, no dia de hoje, a três assuntos nesta tribuna. O primeiro é sobre o grande evento que aconteceu na última sexta-feira na Catedral - um dia de temperatura elevada -, a ordenação episcopal do Padre Zeno. O Padre Zeno, que é o mais novo Bispo, irá assumir a comunidade de Frederico Westphalen. E, também, no dia de ontem, na Zona Sul de Porto Alegre, nas imediações de Belém Velho, Lomba do Pinheiro e comunidades vizinhas, foi criada mais uma nova paróquia da nossa Arquidiocese de Porto Alegre. O pároco dessa paróquia é o Padre Paulo Sérgio Martins, da Congregação Orionita, criada em memória do Padre Dom Orioni, que hoje tem uma representatividade em trinta e oito países e em quatro continentes. Destaco isso aqui com muito carinho, muito orgulho, porque é essa congregação que cuida do Amparo Santa Cruz, assistindo duzentas e sessenta crianças, entre a creche e o serviço de apoio sócio-educativo, e também um asilo, cuidando cinqüenta e cinco idosos. Nós destacamos o trabalho desses padres daquela comunidade. Todos os Srs. Vereadores e Sr.ªs Vereadoras e, tenho certeza, um grande grupo de pessoas que nos honra com a sua presença nas galerias, sabem do que estou falando e o que representa o trabalho que é feito no Amparo Santa Cruz com as quase trezentas crianças - muitas delas fazem de três a quatro refeições por dia.

Esse é um trabalho que tem de ser destacado aqui nesta Casa, que é a Casa do Povo.

E, também no dia de ontem - como já havia dito, são três os assuntos que quero abordar -, houve uma missa solene na Igreja Menino Jesus de Praga para festejar os oitenta anos da Sr.ª Úrsula Guerini. O filho dela é o Padre Ademir, veio dos Estados Unidos para festejar e rezar juntamente com o Padre Danilo Petin e o Padre Adilson Busin. Estiveram presentes também o Padre Jaime e outras pessoas da comunidade. Após o ato religioso, houve uma confraternização na Churrascaria do Rio Barreiro, do Aldo, e foi uma noite muito agradável.

Sr. Presidente, quero aqui, mais uma vez dar os parabéns ao mais novo Bispo Diocesano, Zeno Hastenteufel, que assumiu, como já disse, em Frederico Westphalen, e também quero parabenizar a congregação orionita e o Padre Paulo Sérgio Martins, e também a comunidade pela criação da 173.ª paróquia da arquidiocese de Porto Alegre.

Mais uma vez, parabéns à Sr.ª Úrsula Guerini pela passagem dos seus oitenta anos e pelo exemplo de vida que nos deu. Para encerrar, Sr. Presidente, Ver. Beto Moesch, quero dizer que o Padre Paulo Sérgio Martins, que veio de Santa Catarina, também é um defensor do nosso meio ambiente. Portanto, é mais uma pessoa que vai se juntar a nós para defender essa causa, pois ainda há uma grande quantidade de Mata Atlântica na nossa região. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Carlos Alberto Garcia): A Ver.ª Maristela Maffei está com a palavra em Comunicações.

 

A SRA. MARISTELA MAFFEI: Sr. Presidente, Sr.ªs e Srs. Vereadores, na semana passada, no dia 8, aconteceu mais um evento importante na vida, na luta pela visibilidade das mulheres: 8 de março, Dia Internacional da Mulher, onde nós celebramos a luta e o luto e também a coragem das mulheres que enfrentam, no seu cotidiano, a discriminação e a diferenciação salarial e sexual.

Mas nós, nesse dia, tivemos aqui na Casa um dos melhores momentos de celebração desse dia, onde todas as Vereadoras estiveram à frente de uma Sessão Solene, onde foram homenageadas várias personalidades de nossa sociedade. Mulheres que, nesse sistema globalizado, como todos os trabalhadores e trabalhadoras, estão num ritmo violento de empobrecimento, mas principalmente as mulheres negras são as mais atingidas. E esse grau de empobrecimento e de discriminação está cada vez mais visível. Mulheres como a Presidenta da Escola de Samba Bambas da Orgia, a Presidenta da Associação de Moradores da Vila Zero Hora – que tem uma luta de anos em relação à questão habitacional -, as conselheiras tutelares e mulheres que trabalham com a questão dos direitos humanos e com a educação aqui estiveram.

Muitas pessoas, às vezes, perguntam por que o Dia internacional da Mulher?

É verdade, senhoras e senhores, nós não temos esse dia para ser um dia para ganharmos presentes, porque no dia 8 de março, nos anos de 1800, em Nova Iorque, muitas mulheres morreram queimadas quando lutavam por salários iguais aos dos homens e contra a discriminação. Hoje, infelizmente, já estamos em 2002 e ainda continuamos nessa mesma situação.

Não há como, Sr. Presidente em exercício, Ver. Carlos Alberto Garcia, além de fazer o corte de gênero da diferença que existe no olhar da Cidade em relação à visão do homem e da mulher, também aqui fazer um corte de classes. Como falava antes, os homens trabalhadores também sofrem uma degradação salarial e humana, mas as mulheres, em especial, nesse contexto, sofrem vendo a miséria que este País está levando aos seus filhos e a derrocada, sem futuro, dos seus filhos na área da educação, na área da saúde e na área salarial.

Ainda que nós, apesar de não ser o ideal, aqui no Estado do Rio Grande do Sul, tenhamos o maior salário mínimo do nosso País, muito há para se fazer ainda, porque não podem homens e mulheres receber apenas migalhas - aqueles homens e mulheres empobrecidos que pagam o mesmo Imposto de Renda do rico e que são a maioria na nossa sociedade - e ainda serem tratados como são tratados. Vejam o SUS, que paga uma tabela miserável para os profissionais da área da saúde e, por tabela, Ver. João Antonio Dib, acabam fazendo um péssimo atendimento ao nosso povo trabalhador. Nesse sentido, temos ainda um forte índice da mortalidade infantil, um forte índice de mortalidade das mulheres por câncer no colo do útero.

Também algo que nos aterroriza todos os dias é a violência doméstica. Saibam os senhores e as senhoras que a violência doméstica não perpassa apenas quando a mulher consegue sair de casa, tendo garantidas as questões econômicas, porque, quando nós temos a tortura psicológica, temos aí um viés dos mais perigosos e que mais nos atinge. Isso não apenas as mulheres empobrecidas, mas também as mulheres de classe média e alta. A diferença é que nós, mulheres empobrecidas, vamos a uma delegacia. Aqui recomendo o uso da Delegacia da Mulher para que as mulheres sejam atendidas e encaminhadas.

E que as políticas públicas, cada vez mais, sejam voltadas para aqueles que esse sistema globalizante do neoliberalismo tem matado e sacrificado: a mulher, não apenas no Brasil, mas no mundo inteiro. Muito obrigada.

 

(Não revisto pela oradora.)

 

O SR. PRESIDENTE (Carlos Alberto Garcia): O Ver. Nereu D’Avila está com a palavra em Comunicações.

 

O SR. NEREU D’ AVILA: Sr. Presidente, Srs. Vereadores e Sr.ªs Vereadoras, antes de mais nada, quero dizer que amanhã, na nossa Comissão de Justiça, iremos apreciar um recurso do Partido dos Trabalhadores em relação à instalação da CPI do DEMHAB. Esperamos que esta CPI seja reinstalada o mais breve possível para continuarmos o nosso trabalho.

 

(Manifestações das galerias.)

 

Gostaria de continuar tratando, como da última vez em que estive na tribuna, da criação da Secretaria Municipal de Segurança Pública. Eu dizia que o Prefeito Tarso Genro foi tímido, para não dizer nulo, em relação às iniciativas referentes à segurança pública. Primeiro, porque só fez alguma coisa setorialmente; ou seja, câmeras de vídeo no Centro. Tudo bem, o Centro merece, mas não é somente isso.

Eu também disse que a Prefeita de São Paulo, Marta Suplicy, iria enviar à Câmara de Vereadores um Projeto. E, sexta-feira à noite, o Jornal Nacional deu destaque dizendo que a Prefeita Marta Suplicy enviou à Câmara de Vereadores de São Paulo Projeto de Lei criando a Secretaria Municipal de Segurança Urbana. Esse é o nome da Secretaria Municipal de Segurança de São Paulo. Aliás, na trilha de outras secretarias municipais de outros grandes Municípios como Sorocaba, Ribeirão Preto e tantos outros, onde o Partido dos Trabalhadores está criando secretarias municipais de segurança. Agora, para corroborar a necessidade desta secretaria, trago o nosso Projeto de Lei que cria a Secretaria Municipal de Segurança Pública, que, no seu art. 5.º, diz o seguinte: (Lê.) “Fica criada a Escola de Formação do Guarda Municipal, com equipe multidisciplinar de técnicos, tais como pedagogos e psicólogos, com vista à preparação e profissionalização constante dos guardas, dentro de um ensino próprio desenvolvido consoante às diretrizes traçadas à política municipal de segurança pública.” Então, os guardas municipais serão a âncora da Secretaria. Temos, na Prefeitura, cerca de mil guardas municipais, setecentos e poucos para a Administração Direta e uns duzentos e poucos para Administração Indireta. Mas tão-somente com atribuições constitucionais de cuidar dos bens públicos.

Em relação à utilização do serviço dos guardas municipais, neste Projeto, eu trago um artigo da Folha de São Paulo de ontem, domingo, 10 de março de 2002. Na página B-2, há um artigo do Sr. Aloísio Mercadante, sob o título “Uma Nova Proposta para a Segurança Pública”. Aloísio Mercadante é economista, professor da UNICAMP e Deputado Federal, por São Paulo, do Partido dos Trabalhadores. O que é que diz o Sr. Aloísio Mercadante, no seu artigo de ontem – repito -, na Folha de São Paulo? Lá pelas tantas, diz o Deputado Aloísio Mercadante: “A proposta de emenda constitucional – PEC – que, em conjunto com o Deputado José Genuíno, estou apresentando na Câmara dos Deputados se insere nesta perspectiva.” E, mais adiante, diz o Deputado Mercadante: “Abre-se também a possibilidade de criação pelos municípios de Guardas Municipais com poder de polícia urbana, desde que sejam promovidos convênios de parcerias com as polícias estaduais, exceto nos Municípios com menos de quinhentos mil habitantes, onde as Guardas Municipais só poderão atuar na proteção do patrimônio público municipal.” Ora, “na proteção do patrimônio público municipal”, como ele prega, para as cidades com menos de quinhentos mil habitantes, não se insere Porto Alegre, que tem mais de um milhão e trezentos mil habitantes.

É, ninguém mais, ninguém menos, do que o Sr. Aloísio Mercadante, ilustre economista do PT, e Deputado Federal por São Paulo, que está apresentando, juntamente o Deputado José Genuíno, também do PT de São Paulo, aliás, candidato a governador de São Paulo nas próximas eleições, uma proposta de emenda constitucional.

Concluo, repetindo, diz o Deputado Aloísio Mercadante: “Abre-se também a possibilidade de criação pelos Municípios de Guardas Municipais com poder de polícia urbana, desde que fossem promovidos convênios de parcerias com as polícias estaduais, exceto nos Municípios com menos de quinhentos mil habitantes, etc...”

Então, é mais uma figura proeminente do Partido dos Trabalhadores corroborando a atitude da Prefeita Marta Suplicy, que enviou, sexta-feira, um projeto de lei à Câmara Municipal de São Paulo criando a Secretaria Municipal de Segurança. Pergunto: o que falta para Porto Alegre, para o PT de Porto Alegre seguir os passos da política municipal de São Paulo, onde estão sendo criadas inúmeras secretarias de segurança municipal? E refiro-me ao maior Município brasileiro, a própria capital paulista. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Carlos Alberto Garcia): Registramos a presença do ex-Vereador Martim Aranha Filho. O Ver. Reginaldo Pujol está com a palavra em Comunicações, por cessão de tempo do Ver. Paulo Brum.

 

O SR. REGINALDO PUJOL: Sr. Presidente, Sr.ªs Vereadoras e Srs. Vereadores, antes de mais nada, agradeço ao Ver. Paulo Brum, do PSDB, que me abre espaço para esta manifestação na tarde de hoje, que reputo inadiável. Há pouco ouvimos um representante do Partido dos Trabalhadores numa manobra muito inteligente, buscando acentuar diferenças pontuais hoje existentes entre o Partido que me cede o tempo e o Partido ao qual me integro. Quero deixar muito claro que estou inteiramente solidário com a direção nacional do meu Partido nas decisões que tomou. Eu proclamo, tranqüilamente, que me alinho entre aqueles que, dentro do PFL, querem da nossa candidata à Presidência da República, a Governadora Roseana Sarney, plenos esclarecimentos a respeito dos atos irregulares de que vem sendo acusada. Creio honestamente que existem amplas condições de serem desfeitas todas essas intrigas que, na tarde de hoje, aqui se aumentam.

Quero dizer que, tanto eu como o meu Líder, em nome do qual também falo neste momento, o Ver. Luiz Braz, queremos o pleno esclarecimento de todos esses fatos, e já entre nós está plenamente ajustado que não nos desvincularemos, por maior que seja o debate nacional que possa se estabelecer, Ver. Antonio Hohlfeldt e Ver. Paulo Brum, das nossas responsabilidades imediatas e diretas como Vereadores nesta Cidade, como fiscais das coisas públicas nesta Cidade e, sobretudo, como homens de oposição.

Nós não queremos que os assuntos do Maranhão se tapem com o véu da obscuridade, não; queremos a manifestação do órgão judicial competente, que hoje está esclarecido que é o Supremo Tribunal Federal, atendendo procedimento da Governadora Roseana Sarney, que foi amplamente deferido.

Nós não vamos fazer nada para encobrir os esclarecimentos desses fatos; pelo contrário, nós os queremos muito transparentes e muito claros. Conosco não há duplo discurso; assim como queremos ver esclarecidos os problemas que os senhores e as senhoras trazem aqui do DEMHAB e adjacências, queremos ver esclarecido o problema do Maranhão.

Não vamos confundir as nossas posições; problemas com empresas, como aqueles que ocorreram aqui como a Adubos Trevo, nós queremos ver bem esclarecidos. Problemas como o do Clube da Cidadania, situações que envolvem “laranjas”, ou outros semelhantes nós queremos que sejam amplamente esclarecidos. Se forem esclarecidos contra os nossos interesses político-eleitorais, nós nos dobraremos, mas não buscaremos escondê-los, não buscaremos escamoteá-los, não iremos buscar em instância nenhuma o eterno segredo sobre esses fatos.

Por isso, Ver. Paulo Brum, quero-lhe agradecer pela cedência do tempo, alertando que não vou-me aprofundar no debate a respeito disso, já que não seria elegante usar um tempo cedido por um social-democrata para fazer um discurso do PFL num momento em que nós estamos com antagonismo nas nossas propostas à Presidência da Republica.

Mas quero declarar em alto e bom tom que, por maior que seja o nosso desentendimento nacional com o PSDB, ele será pequeno diante da nossa responsabilidade de aqui, na cidade de Porto Alegre, onde exercemos o mandato popular, realizarmos a nossa tarefa de fiscalização, integrando, se for o caso, a CPI do DEMHAB, que vai-se instalar - malgrado outros não quererem -, cobrando a promessa daqueles que ganharam de nós as eleições em Porto Alegre com uma série de propostas e que não as cumpriram, e já estão pretendendo assumir a governância do Estado.

O discurso, aqui, é diferente, senhores, nós estamos altamente interessados em dar uma equação liberal para a Presidência da República, mas, sobretudo, nós estamos interessados que aqui, no nosso Município de Porto Alegre, onde exercemos o mandato popular pela quinta vez consecutiva, as coisas sejam plenamente esclarecidas. E o serão, não terá nenhuma manobra adversionista, Ver. Luiz Braz, que nos afaste desse desiderato.

Haveremos de nos entender com todos, com homens e mulheres que têm mandato popular nesta Casa e que querem cobrar as promessas demagógicas de campanha não cumpridas, que querem ver esclarecidas as coisas escusas que ocorrem no Município de Porto Alegre! Muitos não querem vê-las esclarecidas, mas terão de vê-las. Muito obrigado. (Palmas.)

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Carlos Alberto Garcia): O Ver. Pedro Américo Leal está com a palavra em Comunicações.

 

O SR. PEDRO AMÉRICO LEAL: Sr. Presidente, Sr.ªs Vereadoras e Srs. Vereadores, esta Câmara vai mal. Vai mal! As galerias não respeitam o Regimento Interno. O orador consome todo o seu tempo e leva mais alguns minutos, e V. Ex.ª o permite.

Sem disciplina nada funciona; nem quadrilha de bandidos funciona. Eu fui chefe de Polícia e notei: em quadrilha de bandidos que não tinha disciplina eu passava a mão, em quadrilha disciplinada, não!

Se esta Casa não observar disciplina, se as galerias não se mantiverem educadamente aguardando os Vereadores dizerem o que os preocupa, a palavra, na tribuna, é garantida por V. Ex.ª, e V. Ex.ª tem de fazer questão de exigir que as galerias permaneçam em silêncio, ouvindo, e nada mais. Se nós não tivermos uma Casa disciplinada, o Município de Porto Alegre dará um péssimo exemplo e não teremos muito tempo de vida parlamentar.

Eu teimo em dizer: não vim fazer este discurso, foi modificada minha idéia pela conduta das galerias. Assim como nós temos de nos trajar de gravata, de ter postura, procurar vir todos os dias ao expediente, atender nos gabinetes, as galerias também têm a obrigação de ouvir educadamente aquilo que os Vereadores dizem e respeitar, pois, embora eu também, na minha bancada, sinta que o que orador diz me irrita, tenho vontade até de avançar no orador, mas me mantenho. É a disciplina. E V. Ex.ª, que é filho de policial, sabe disso. Estou avisando não só as galerias, mas também aos Vereadores: sem disciplina ninguém sobrevive.

Eu vim aqui exercer uma função antipática. Não pensem V. Ex.ªs que eu estou satisfeito. Eu já adverti: é desagradável, ninguém gosta de ser antipático, ninguém estima dar más notícias, mas alguém tem de fazer isso! Esta Casa tem de sobreviver, e espero que compreendam o que eu fiz. Não foi do meu agrado e nem com satisfação procedi assim. V. Ex.ªs são brasileiros, são gaúchos, sabem que temos de manter a disciplina no Estado do Rio Grande do Sul, manter a ordem, hoje tão combalida, senão não sobreviveremos. É através de facilidades que a sociedade está como está. Todos reclamam que a juventude não obedece, entra em colégio e não canta o hino, ofende os professores, mas a culpa é nossa! Nós somos os culpados! Não temos dado exemplos! Precisamos fazer coisas antipáticas. Todo “não” exige um porquê. Por que “não”? Experimentem dizer “não” para um filho. “Não, você não pode fazer isso!” Ele pergunta: “Mas por que não? Por que não posso fazer, pai? Por que não posso fazer, mãe? Todo “não” exige um porquê. Por que nós fizemos questão de vir à tribuna para lhes dizer isso? Porque sem disciplina nós não sobreviveremos. É só isso. Eu não vou fazer o meu discurso. Muito obrigado.

 

(Revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Carlos Alberto Garcia): A Ver.ª Clênia Maranhão está com a palavra para uma Comunicação de Líder.

 

A SRA. CLÊNIA MARANHÃO: Sr.ª Presidente e Srs. Vereadores, inicialmente, nós queríamos saudar a presença, nesta Casa, das lideranças comunitárias das várias vilas de Porto Alegre, que retornam a este Plenário na defesa legítima do seu direito à habitação. Aliás, esse é um ato que se repete. As reivindicações continuam as mesmas, porque quando o poder público não consegue enfrentar as necessidades da população, a população tem de prosseguir na sua luta, nas suas mobilizações, para a solução de seus problemas. E aqui eu vejo lideranças comunitárias de vários lugares da Cidade: da Restinga ao Leopoldina II. Parabéns pela luta de vocês! (Palmas.)

E quero usar o tempo que me resta, neste curto espaço de Comunicação de Líder, para resgatar as atividades desenvolvidas nesta Cidade, nesta Casa, na Semana de 8 de Março, Dia Internacional da Mulher. Acredito que a Câmara teve uma programação profícua, de vinculação com a comunidade, e é importante que isso seja resgatado, desde a feira, onde as mulheres puderam ter um espaço de comercialização dos seus produtos; a proposta de integração da Associação dos Funcionários, da Presidência desta Casa; a Sessão Solene de resgate das mulheres que contribuíram para uma sociedade com mais igualdade, mas eqüidade e justiça, Sessão onde tive a responsabilidade e o privilégio de homenagear a nossa ex-Vereadora Tereza Franco. Foi muito emocionante a nossa participação, também, no ato cultural do grupo de artistas gaúchos “De Quina para a Lua”, que prestou uma homenagem às competentes e sempre dedicadas funcionárias desta Casa. Tive, ainda, a oportunidade de coordenar, através das ONG’s das quais faço parte, um seminário que trabalhava a questão da luta das mulheres pelo direito ao trabalho e por salários dignos. Muitas entidades, Shopping Lindóia, o Instituto de Prevenção ao Câncer de Cólon, o Instituto da Mama, a Assembléia Legislativa, portanto, todos os segmentos públicos e privados compreendem hoje o caráter emblemático dessa data. Mas queria compartilhar com vocês uma das grandes emoções que tive nesse 8 de março, e quero dizer que faz aproximadamente vinte e cinco anos que trabalho nas ações comemorativas do oito de março, que foi de uma solenidade que participei junto das mulheres do PPS de Porto Alegre, num ato simbólico de resgate da origem do 8 de março, que é uma data que se originou de uma paralisação de uma fábrica têxtil em Nova Iorque, em que as mulheres foram massacradas por isso. Fizemos um ato simbólico demonstrando o crescimento da consciência das mulheres, da sociedade, do mundo empresarial fazendo uma paralisação simbólica nas indústrias Tevah, onde a direção da indústria e nós trocamos o som das máquinas pelo solo de um saxofone. As pessoas foram homenageadas com a música “Maria, Maria”, e as mulheres podiam parar as máquinas e, dessa fez, parar as máquinas para poder ouvir a mensagem das mulheres; parar as máquinas através da compreensão e do apoio dado pela empresa onde elas trabalham e pudemos, assim, fazer o resgate de uma data que ainda precisa ser comemorada pela humanidade, mesmo já vivendo-se os primeiros anos do século XXI.

Escolhemos as indústrias Tevah para fazer essa paralisação, essa homenagem, tendo em vista a responsabilidade social dessa empresa que tem sido demonstrada, entre várias outras ações, dentre elas, o dia da solidariedade que eles instituíram. Muito obrigada.

 

(Não revisto pela oradora.)

 

O SR. PRESIDENTE (Carlos Alberto Garcia): O Ver. Haroldo de Souza está com a palavra para uma Comunicação de Líder.

 

O SR. HAROLDO DE SOUZA: Sr. Presidente, Srs. Vereadores. Nós deveremos observar, nos próximos dias, aqui nesta Casa, o Veto do Prefeito Municipal com respeito ao restaurante popular. O restaurante popular, que eu trouxe uma cópia idêntica de dona Rosinha, do PSB, do Rio de Janeiro, teve aprovação nesta Casa no ano passado. Enquanto estava em tramitação, discussão e votação, fui procurado pelo PT no sentido de que dividisse o Projeto com o Ver. Aldacir Oliboni, porque, assim, nos próximos dias, o restaurante seria instalado. Eu não topei. O Projeto foi aprovado, e agora volta com o Veto Total do Prefeito Municipal.

Lamento muito que as coisas sejam assim na política. Eu sei que não é só o PT estando no governo que toma essas decisões; todos os partidos, quando estão no governo, agem assim, vetando projetos de Vereadores e Deputados que não são do partido que está no governo. Logo, não é uma crítica somente ao PT. Espero que vocês me entendam.

O Ver. Nereu D’Avila está com um Projeto nesta Casa relativo à criação da Secretaria Municipal de Segurança. E disse bem ele que, em São Paulo, o PT da Marta Suplicy já está criando a Secretaria Municipal de Segurança, o que vale dizer então que nós, desta Casa, não teremos dificuldades em aprovar a criação da Secretaria de Segurança do Município de Porto Alegre, se houver coerência por parte do PT. Teremos a votação de trinta e três a zero, se é que eu ainda entendo um pouco de coerência. Se houver coerência, a Marta Suplicy, do PT, está implantando em São Paulo a Secretaria de Segurança daquele Município; logo, aqui, o PT não irá contra. Ou será que vai?

Eu quero falar agora sobre a CPI do DEMHAB. No ano passado, eu fui responsável, ou pelo menos puxei o cordão, pela implantação da CPI da Política da Habitação no Município de Porto Alegre. Deu em nada! E, agora, pede-se uma outra CPI, e eu pergunto: será que todas essas pessoas que vêm diariamente à Câmara Municipal de Porto Alegre, deixando os seus afazeres, os seus trabalhos, o cuidado com as suas famílias, será que elas não têm razão em nada? Será que essas pessoas são tão irresponsáveis assim, ou nós é que somos irresponsáveis e incompetentes de não levarmos adiante uma Comissão Parlamentar de Inquérito que visa esclarecer os fatos e resolver problemas. Aqueles que nos procuram aqui para que a política da habitação no Município seja esclarecida, sejam apuradas as denúncias feitas e elas não são atendidas, a irresponsabilidade é de nós, Vereadores, a incompetência é de todos nós, Vereadores, que somos eleitos para fiscalizar e buscar esclarecimentos necessários, atendendo aos anseios de uma comunidade.

As pessoas que se dizem exploradas pela política habitacional do Município precisam ter uma resposta. Peço, encarecidamente, para todos que formam este Parlamento, que apressemos a instalação da CPI da Habitação para valer, e que o PT, por favor, se não deve absolutamente nada, não catimbe mais, não venha para a briga, não é isso que eu quero, mas colabore para que essas pessoas que sofrem com a política da habitação não precisem mais vir à Câmara Municipal de Porto Alegre, a não ser para nos visitar e tomar um cafezinho com a gente, felizes da vida com os seus problemas resolvidos. É só isso que eu peço.

Uma pergunta para encerrar a minha participação hoje, neste Plenário. Discursos aqui sobre fatos que envolvem a Dona Roseana, que eu falei antecipadamente que nós corríamos o perigo de termos um Collor de saias, não sei, não sei se são verdades as denúncias, discursos sobre o Serra, sobre o Lula, sobre o Ciro resolvem os problemas de Porto Alegre? Será que resolve os problemas de Porto Alegre vir aqui falar sobre Roseana, de Serra, de Lula e de Ciro Gomes? Perguntar não ofende. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Carlos Alberto Garcia): O Ver. Antonio Hohlfeldt está com a palavra para uma Comunicação de Líder.

 

O SR. ANTONIO HOHLFELDT: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, agradeço ao Ver. Paulo Brum a possibilidade de usar esse tempo de Liderança do PSDB, quero retomar um assunto em que havia tocado aqui, muito rapidamente, alguns dias atrás, que é a questão da tarifa de ônibus de Porto Alegre. Demorou muito para vir à Casa a cópia do Processo, como manda a Legislação Municipal de Porto Alegre, mas antes tarde do que nunca, o Processo chegou às nossas mãos, sendo que nesse final de semana eu o examinei, detidamente, bem como o conjunto de leis a que ele alude.

Em primeiro lugar, sinto falta, na cópia do Processo, de alguns documentos básicos. Por exemplo, a cópia do Processo não nos traz a ata da reunião, traz apenas a folha de presenças com as assinaturas dos conselheiros, mas a ata para conhecermos inclusive os votos e as posições de cada conselheiro não existe, não sei se a falha é da SMT, da EPTC ou, na verdade, a falha é da Secretária do Conselho. Também senti falta de documentos a serem apresentados pelo Sindicato das Empresas de Transporte, Ver. Isaac Ainhorn, que sustentem o pedido, não tanto na parte da frota de óleo e de pneu, porque isso a própria Secretaria faz o apanhado desses dados, mas, sobretudo, em relação aos dados vinculados ao pessoal das empresas, que é justamente o tema que me preocupa e sobre o qual eu quero aqui discorrer.

Por fim, lastimo que se tenha voltado, na atual EPTC, a uma situação que, quando eu fui Secretário de Transportes, pensei que eu havia acabado. Quando cheguei na Secretaria, Ver. João Antonio Dib, o Conselho de Transportes era muito mais restrito e nós tínhamos o absurdo de que o Secretário de Transportes ou o seu representante dentro da Secretaria, que era quem depois encaminhava ao Prefeito o decreto de aumento, era, normalmente, quem relatava o Processo dentro do Conselho. Nós acabamos com isso, e para a minha surpresa e tristeza, eu encontro aqui o Parecer, Ver. Isaac Ainhorn, do relato sobre o aumento da tarifa assinado pelo próprio representante da SMT, o Sr. Antônio Goulart. Voltamos quase vinte anos no tempo. Eu pensei que não veria mais isso na SMT, porque aí vira um teatrão. Mas, nesse teatrão, eu vou encaminhar amanhã, à minha Presidente de Comissão, a Ver.ª Maristela Maffei, um pedido no sentido de que convidemos o Sr. Secretário Bertotto, que é Presidente também da EPTC, para vir conversar conosco, por quê? Porque eu quero tocar naquele assunto que me chamou a atenção, quando ouvi numa notícia de rádio informações sobre o aumento da tarifa de transporte. Um dos quesitos que compõem a tarifa é o repasse de dinheiro para a assistência médica dos funcionários das empresas de ônibus. E me chamou a atenção, porque eu lembro, todos os Vereadores aqui lembram, o Ver. Isaac Ainhorn já era Vereador também naquele tempo, Ver. João Antonio Dib, que nós votamos uma Lei que dizia que o auxílio de saúde seria suplementar àquele valor recolhido pelas empresas a partir da publicidade veiculada nos ônibus. Então, os ônibus passaram a utilizar o vidro traseiro dos veículos para arrecadar uma determinada verba, essa verba dirigida a um plano de saúde e as empresas suplementariam este valor e através então disso obviamente isto seria embutido também na planilha. É isto que diz, que eu li com atenção, a Lei Complementar n.º 124, regulamentada pelo Decreto n.º 11460, a Lei Complementar n.º 238, a Lei Complementar n.º 364, a Lei n.° 7958, a Lei n.° 8023, enfim o Decreto n.° 11766. Nenhuma dessas Leis mudou o que está escrito: que as empresas de transporte coletivo devem ter uma conta específica, e eu concluo, Sr. Presidente, para anotar as entradas e os investimentos.

As entradas das verbas de publicidade e os investimentos na área da Saúde. Porque este dinheiro só pode ser aplicado exclusivamente no campo da Saúde. No entanto, Vereadora Maristela Maffei, eu não encontro neste Processo, como de resto nos outros, nenhum documento relativo a esta área. Então o pedido que eu vou encaminhar a V. Ex.ª, como minha Presidenta na Comissão amanhã, é exatamente este: que nós convidemos o Sr. Secretário e Presidente da EPTC para que ele traga os dados disponíveis, deixe conosco na secretaria, que eu gostaria de examiná-los, porque eu não sei a quanto estamos. Quanto, nós, passageiros, subsidiamos os planos de saúde dos funcionários das empresas? Porque eu não sei quanto a publicidade arrecada e quanto, portanto, as empresas investem. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

A SRA. MARISTELA MAFFEI: Sr. Presidente eu quero dizer ao Ver. Antonio Hohlfeldt, enquanto Presidente da CUTHAB, que de pronto vamos receber a documentação para que seja encaminhada à reunião o mais rápido possível.

 

O SR. PRESIDENTE (Carlos Alberto Garcia): O Ver. Sebastião Melo está com a palavra para uma Comunicação de Líder.

 

O SR. SEBASTIÃO MELO: Sr.ª Presidenta, Sr.ªs Vereadoras e Srs. Vereadores, muito especialmente visitantes da Casa do Povo que hoje acompanham esta Sessão Legislativa. Vejo aqui muitas lideranças da Restinga, do Jardim Leopoldina e adjacências, que vêm aqui expressar o seu legítimo direito de moradia e de repúdio a essa não-política habitacional do Governo Municipal. Quero dizer aos senhores que nós - e os senhores acompanharam - fizemos parte da CPI do DEMHAB, e uma CPI é instalada quando se reúnem elementos de desmando da coisa pública. E essa CPI foi instalada porque um conjunto de Vereadores - mais precisamente dezenove Vereadores -num determinado momento fez um pedido ao Presidente da Casa por uma série de questões que nós, interpretando a vontade da sociedade, especialmente daqueles moradores que vêm penando nas mãos do Departamento Municipal de Habitação por uma falta de política, no sentido de que nós não partíssemos para o denuncismo de fazer uma CPI de vindita. Uma CPI, acima de tudo, tem de ter o objetivo de corrigir caminhos, desde que o governo seja sensível.

E eu quero dizer aos senhores que estão aqui e àqueles que não estão aqui, mas para os quais a questão do DEMHAB diz respeito diretamente, que o Governo continua fazendo as mesmas aberrações que fazia antes da CPI e estão fazendo agora porque não há uma política habitacional no Município de Porto Alegre. E não há vontade de ter uma política habitacional no Município de Porto Alegre. Eu já disse e repito: a questão da habitação não é uma questão adstrita só ao Município; é dos Estados, dos Municípios e da União. Mas um governo arrojado, um governo que quer o bem do povo... Porque o cidadão não mora no Estado, não mora na União, ele mora no Município, e compete ao ente municipal, ao Executivo Municipal ter políticas públicas mais arrojadas nessa área. São doze, treze anos de governo e apenas onze mil moradias. Isto é muito pouco para uma cidade que tem um déficit habitacional enorme.

Então, meus queridos moradores do Leopoldina, da V Unidade, do Chapéu do Sol, enfim, nós temos responsabilidade.

Além da CPI, esta mobilização não deve ser apenas para CPI. Ela tem que ser uma mobilização permanente, fazendo com que este Governo insensível de Porto Alegre tenha uma política habitacional para a Cidade. Não é possível que o cidadão pague 500, 600 reais de prestação mensal de um apartamento no Leopoldina que está completamente destruído. Não tem condições de pagar! Foi feita uma negociação mal-encaminhada, superavaliada. O laudo oficial dizia que era 0,6 o metro cúbico, compraram por 1,2, por isso o preço é esse aí. Colocaram os apaniguados. Os apaniguados que estão lá no Jardim Leopoldina, estão no Parque Santa Fé e em outras localidades, que entraram pela porta dos fundos e não pela lista oficial. Eu desafio o Governo a mostrar que não. Desafio que mostre a lista para verificarmos se não há os cabos eleitorais dos candidatos a Vereador da Frente Popular. E eu quero saber se eles estão pagando. E os familiares dos amigos do Governo? Então nós precisamos mais do que uma CPI.

 

(Aparte anti-regimental do Ver. Juarez Pinheiro.)

 

V. Ex.ª tem direito à petição, o que é legítimo. Faça isso de forma democrática, não há nenhum problema. Eu, aliás, se V. Ex.ª fizer isso, eu vou alegar aquilo que é chamado de exceção da verdade para poder provar o que estou dizendo. Faça isso: vá à Justiça, que eu vou me socorrer do Código de Processo Penal para alegar exceção da verdade. Eu vou provar que é verdade o que estou dizendo. Vou provar que é verdade!

Por isso, Sr.ª Presidenta, mais do que a questão da CPI, essa mobilização se faz necessária, permanentemente, para que nós possamos de forma coletiva discutir e apresentar soluções, fazendo com que o governo mude essa rota que é uma rota de desgoverno na área de habitação popular.

A caminhada continua, porque os desafios continuam. Muito obrigado. (Palmas.)

 

(Não revisto pelo orador.)

 

A SRA. PRESIDENTA (Helena Bonumá): O Ver. Cássia Carpes está com a palavra para uma Comunicação de Líder.

 

O SR. CASSIÁ CARPES: Sr.ª Ver.ª Helena Bonumá, Presidenta em exercício desta Mesa, senhoras e senhores, quero, em primeiro lugar, deixar uma mensagem de solidariedade a essas famílias que vêm aqui há bastante tempo lutando por essa causa, no sentido de ver as suas ansiedades do dia-a-dia quanto às suas moradias. Quero dizer, Ver. Sebastião Melo, que o que falta é vontade política, porque quem está no Governo do Estado, quem está na Prefeitura Municipal de Porto Alegre é, na realidade, o mesmo Partido, e geralmente não tem permitido que a sociedade porto-alegrense lute pelos seus direitos de moradia, de segurança, só porque não querem, pois estão de briga, num enfrentamento pessoal, e não de preocupação com a sociedade rio-grandense, pois estão nessa prévia, tirando a atenção da população daqueles direitos fundamentais, principalmente o da moradia.

Quero dizer que estou fazendo uma solicitação ao Presidente desta Casa, Ver. José Fortunati. Vou ler o ofício: (Lê.) “Solicito a V. S.ª a constituição de uma comissão integrada por um representante de cada Liderança, mais um da Procuradoria, para que, num prazo determinado, emita parecer sobre Projeto de Lei Complementar do Executivo enviado a esta Casa em 18/02/2002, que dispõe sobre o Departamento Municipal de Previdência dos Servidores Públicos do Município de Porto Alegre, disciplina o regime próprio de previdência social dos servidores do Município de Porto Alegre e dá outras providências.

Tal solicitação prende-se ao fato de que se trata de matéria complexa e que, no nosso entendimento, a proposição enviada pelo Executivo foge dos objetivos propostos pela Lei Complementar n.º 466, de 06 de setembro de 2001, aprovada por esta Casa Legislativa, em especial a autonomia institucional, administrativa e jurisdicional, própria das autarquias, sem esquecer o estabelecido no art. 48, parágrafo único da Lei Orgânica.”

Portanto, estou preocupado, porque até agora os funcionários públicos municipais não saíram daquilo que fizemos nesta Casa, porque ajudamos na formação dessa autarquia.

Estou também solicitando à Ver.ª Clênia Maranhão, Presidente da nossa Comissão CEDECONDH, Consumidor e Direitos Humanos, para que realize uma audiência pública para tratar de assuntos relacionados a denúncias feitas pelos agentes de trânsito da EPTC – os azuizinhos. A solicitação tem como justificativa o Parecer elaborado por este Vereador no ano de 2001, no Processo em tramitação na CEDECONDH para a execução de um bom trabalho em busca de informações elucidativas, necessárias para se fazer convocar representantes de certas instituições, a saber: Brigada Militar, CREA, EPTC, OAB, Delegacia Regional do Trabalho – DRT -, Ministério Público, DETRAN e Sindicato dos Rodoviários.

Por que isso? Porque naquela oportunidade, o Ver. João Bosco Vaz era o Presidente, nós tivemos uma denúncia dos azuizinhos de que estavam sendo maltratados na Cidade. Aí nós fomos ver a fundo essa denúncia e chegamos à conclusão de que seria necessário nós, realmente, abrirmos essa caixa preta que é o relacionamento dos azuizinhos com a comunidade.

Portanto, nós queremos fazer uma audiência pública para que possamos avaliar esse assunto que está preocupando a comunidade, que é o exagero de multas, o confronto com a sociedade. A sociedade, muitas vezes, não reconhece no azulzinho autoridade para tal, porque não houve – no nosso entender – um preparo consistente, elaborado, trabalhado para que eles fossem às ruas e se comunicassem com a população não só simplesmente com a multa, mas com uma orientação.

Por isso, pela associação dos azuizinhos, nós vamos procurar saber o que tem, realmente, por trás de tudo isso, que é esse confronto, essa busca de multas exageradas em cima da nossa população. Será o grande momento de nós ouvirmos as autoridades dessa área, bem como vários aspectos de que nós não tomamos conhecimento e pelo que a população de Porto Alegre é prejudicada. Muito obrigado. (Palmas.)

 

(Não revisto pelo orador.)

 

A SRA. PRESIDENTA (Helena Bonumá): O Ver. Raul Carrion está com a palavra para uma Comunicação de Líder.

 

O SR. RAUL CARRION: Sr.ª Presidenta, Sr.ªs e Srs. Vereadores; pessoas que nos assistem na tarde de hoje, aqui ou em suas casas por intermédio da TV Câmara, usando o espaço de Comunicação de Líder, quero relatar e dizer da minha satisfação de, no sábado, pela manhã, ter acompanhado, na Restinga, na 5ª unidade, ao sorteio das primeiras setenta e cinco famílias do Unidão que irão para o novo loteamento da 5ª unidade. Foi uma luta muito árdua que nós, enquanto Presidente da CUTHAB, no ano passado, levamos quando tomamos conhecimento da ameaça quase concretizada do despejo das famílias que, há mais de dois anos, se encontravam na Restinga, no chamado Unidão, parte das quais, numa outra negociação, havia ido para o Lajeado.

A Brigada já havia circulado para fazer o levantamento das condições. Ao mesmo tempo, tínhamos também a situação grave do Ipê-Glória, onde as pessoas estavam também por ser despejadas, trinta famílias da cooperativa não haviam conseguido uma solução. Tivemos inúmeras reuniões com o DEMHAB, com a SEHAB, reuniões na CUTHAB, contatos com a Justiça, convidamos o Dr. Telmo Yurgel, proprietário da área, para demovê-lo do despejo. Nós conseguimos, finalmente, uma área de 5ha da 5ª unidade, onde a união, Ver. Sebastião Melo, do DEMHAB e da SEHAB - o Ver. Sebastião Melo acompanhou diversos momentos das tratativas -, proporcionou quatrocentos e trinta e cinco lotes com água, luz, esgoto, arruamento básico, sendo que trinta famílias, no final do ano passado, do Ipê-Glória foram deslocadas e setenta e cinco foram sorteadas no dia de ontem. Inclusive, nós fizemos uma caminhada numa assembléia com essa população até a SEHAB, conseguindo apoio do Secretário.

Saúdo essa vitória, que foi uma vitória da população do Unidão, das comunidades, que irá beneficiar também setenta e cinco famílias da Restinga que estavam precisando de moradia; parabenizo a comunidade, o Governo do Estado, a Prefeitura Municipal de Porto Alegre, que proporcionaram essa solução tão importante.

Nós víamos a alegria das pessoas no sábado de manhã, mostrando que existe um Governo nesta Cidade e neste Estado preocupado com a questão da moradia.

Aproveito para fazer referência aos dados das aplicações do Governo do Estado neste ano na área da habitação. Está sendo aplicado um investimento de 55 milhões, só de recursos do Governo do Estado, sem falar da contrapartida dos governos municipais.

Ver. Sebastião Melo, V. Ex.ª que era do Governo Britto, neste ano estão sendo aplicados onze vezes mais recursos, Ver. Pedro Américo Leal, do que o Governo Britto aplicou em quatro anos. Então, é muita cara-de-pau vir aqui na frente cobrar política habitacional do atual governo que está aplicando onze vezes mais do que em quatro anos do Governo Britto. O Governo Britto deu dinheiro para a Ford, para a GM, para os grandes empresários, comprometeu o orçamento público até o ano 2021, dando benesses financeiras que a Lei de Responsabilidade Fiscal não permitiria, Ver. Luiz Braz! Eu estava lá na assessoria da Deputada Jussara Cony, quando eu vi o partido do Ver. Sebastião Melo e os partidos de direita, na Assembléia, comprometendo o ICMS e o dinheiro público até 2025.

Para concluir, eu queria dizer que, além disso, este Governo regularizou a situação de setenta e quatro mil famílias – escrituras da COHAB -, conseguindo um acordo com os cartórios, em condições muito superiores. Fez o que os governos conservadores não fizeram durante toda a existência da COHAB. E mais: quebraram a COHAB, fecharam a COHAB! O Governo Britto tinha política para habitação, e a política para habitação era fechar a COHAB, era acabar com a participação do Governo do Estado na produção de moradia! O resto é demagogia barata! Muito obrigado.

 

(Manifestações nas galerias.)

 

(Não revisto pelo orador.)

 

A SRA. PRESIDENTA (Helena Bonumá): Passamos à

 

PAUTA - DISCUSSÃO PRELIMINAR

 

(05 oradores/05 minutos/com aparte)

 

1ª SESSÃO

 

PROC. 0473/02 - PROJETO DE RESOLUÇÃO Nº 048/02, de autoria do Ver. Reginaldo Pujol, que concede o prêmio artístico "Lupicínio Rodrigues" ao músico Sérgio Renato Machado Bastos.

 

PROC. 0641/02 - PROJETO DE LEI COMPLEMENTAR DO LEGISLATIVO Nº 003/02, de autoria do Ver. Estilac Xavier, que altera a redação do art. 302 da Lei Complementar nº 420, de 1º de setembro de 1998, e alterações posteriores, que institui o Código de Proteção contra Incêndio de Porto Alegre e dá outras providências.

 

PROC. 0765/02 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 026/02, de autoria do Ver. Adeli Sell, que proíbe as rinhas de galo e de cães no Município de Porto Alegre.

 

PROC. 0776/02 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 028/02, de autoria do Ver. João Carlos Nedel, que denomina Rua Santo Expedito um logradouro público não-cadastrado, localizado no Bairro Rubem Berta.

 

PROC. 0783/02 - PROJETO DE RESOLUÇÃO Nº 053/02, de autoria do Ver. José Fortunati, que altera o caput do art. 1º da Resolução nº 1.561, de 13 de setembro de 2001, que institui o Prêmio Promoção e Defesa dos Direitos da Criança e do Adolescente e dá outras providências.

 

PROC. 0174/02 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 008/02, de autoria do Ver. José Fortunati, que estabelece a Política Municipal do Livro e dá outras providências.

 

PROC. 0208/02 - PROJETO DE RESOLUÇÃO Nº 032/02, de autoria do Ver. Haroldo de Souza, que concede o título honorífico de Esportista Exemplar à Judoca Mariana Passos Martins.

 

PROC. 0272/02 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 012/02, de autoria do Ver. Dr. Goulart, que obriga as instituições financeiras localizadas no Município de Porto Alegre ao recolhimento de 21,5% (vinte e um vírgula cinco por cento) da CPMF devida pelas operações realizadas na forma e prazos estabelecidos pela Lei nº 9.311/96 e legislação posterior que a complemente ou substitua, para o recolhimento à União.

 

PROC. 0318/02 - PROJETO DE LEI DO EXECUTIVO Nº 003/02, que declara de utilidade pública a Associação de Pais do Centro de Educação e Assistência a Meninos e Meninas - CENEAMM - 1º de Maio.

 

PROC. 0472/02 - PROJETO DE RESOLUÇÃO Nº 047/02, de autoria do Ver. Reginaldo Pujol, que concede o título honorífico de Líder Esportivo ao Sr. Edir de Quadros.

 

2ª SESSÃO

 

PROC. 0474/02 - PROJETO DE RESOLUÇÃO Nº 049/02, de autoria do Ver. Reginaldo Pujol, que concede o título honorífico de Esportista Exemplar ao Sr. João Carlos Sanzi Rimolo.

 

PROC. 0135/02 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 006/02, de autoria do Ver. Adeli Sell, que concede o título honorífico de Cidadã de Porto Alegre à Senhora Theopi Gregoire Varvakis.

 

PROC. 0022/02 - PROJETO DE RESOLUÇÃO Nº 013/02, de autoria do Ver. Adeli Sell, que concede o prêmio  artístico "Lupicínio Rodrigues" ao Compositor Mauro Moraes.

 

PROC. 0020/02 - PROJETO DE RESOLUÇÃO Nº 011/02, de autoria do Ver. Adeli Sell, que concede o título honorífico de Líder Esportivo ao Professor Airton Jordani Jardim.

 

PROC. 0014/02 - PROJETO DE RESOLUÇÃO Nº 009/02, de autoria do Ver. Raul Carrion, que concede o título honorífico de Líder Comunitário ao Senhor Firmo Rodrigues da Trindade.

 

PROC. 0008/02 - PROJETO DE RESOLUÇÃO Nº 003/02, de autoria do Ver. Raul Carrion, que concede a Comenda Pedro Weingärtner ao Senhor Nelson Jungbluth.

 

PROC. 4681/01 - PROJETO DE RESOLUÇÃO Nº 124/01, de autoria do Ver. Haroldo de Souza, que concede o prêmio artístico "Lupicínio Rodrigues" à Banda Papas da Língua.

 

PROC. 1272/97 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 069/97, de autoria do Ver. Reginaldo Pujol, que disciplina a formação de Brigadas de Combate a Incêndios nos condomínios residenciais do  Município de Porto Alegre e dá outras providências.

 

PROC. 2455/01 - PROJETO DE RESOLUÇÃO Nº 055/01, de autoria do Ver. Raul Carrion, que concede o Prêmio de Ciência e Tecnologia Mário Schenberg ao Professor e Cientista, Senhor Ivan Izquierdo. 

 

3ª SESSÃO

 

PROC. 1408/01 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 064/01, de autoria do Ver. João Bosco Vaz, que destina a arrecadação da venda de ingressos e camarotes, bem como outras arrecadações provenientes do Carnaval na Av. Augusto de Carvalho ou na futura Pista de Eventos de Porto Alegre, para a Associação das Entidades Carnavalescas.

 

PROC. 4587/01 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 296/01, de autoria do Ver. Cassiá Carpes, que denomina Rua Álvaro Veiga Andrade um logradouro público cadastrado, conhecido como Beco Passo das Pedras.

 

PROC. 0457/01 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 015/01, de autoria do Ver. Cassiá Carpes, que permite às empresas, através de convênios com órgãos da Administração Municipal, criarem pontos de serviço de engraxate comunitário.

 

PROC. 0025/02 - PROJETO DE RESOLUÇÃO Nº 015/02, de autoria do Ver. Beto Moesch, que concede ao Batalhão de Polícia Ambiental da Brigada Militar do Rio Grande do Sul o prêmio Ecologista do Ano.

 

PROC. 0088/02 - PROJETO DE RESOLUÇÃO Nº 027/02, de autoria do Ver. Dr. Goulart, que concede o Prêmio Mário Riggato ao Dr. Charly Fernando Genro Camargo.

 

PROC. 0089/02 - PROJETO DE RESOLUÇÃO Nº 028/02, de autoria do Ver. Dr. Goulart, que concede o Prêmio de Cinema Eduardo Abelin à Casa de Cinema de Porto Alegre.

 

PROC. 0007/02 - PROJETO DE RESOLUÇÃO Nº 002/02, de autoria dos Vereadores Raul Carrion e Dr. Goulart, que concede o Prêmio Quilombo dos Palmares à Sociedade Satélite Prontidão, na modalidade atuação na área política  e social.

 

PROC. 0185/02 - PROJETO DE RESOLUÇÃO Nº 030/02, de autoria do Ver. José Fortunati, que concede o Prêmio Promoção e Defesa dos Direitos da Criança e do Adolescente ao Conselho Municipal dos Direitos da Criança e do Adolescente de Porto Alegre e dá outras providências.

 

PROC. 0278/02 - PROJETO DE RESOLUÇÃO Nº 034/02, de autoria do Ver. José Fortunati, que concede o Prêmio Promoção e Defesa dos Direitos da Criança e do Adolescente à Senhora Neli Ferrasa.

 

PROC. 0032/02 - PROJETO DE RESOLUÇÃO Nº 019/02, de autoria do Ver. Haroldo de Souza, que concede o Prêmio Apito de Ouro ao Árbitro de Futebol Carlos Sérgio Rosa Martins.

 

PROC. 3499/01 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 238/01, de autoria do Ver. Cassiá Carpes, que denomina Praça Divo do Canto um logradouro público não-cadastrado, localizado no Bairro Cristal.

 

PROC. 0033/02 - PROJETO DE RESOLUÇÃO Nº 020/02, de autoria do Ver. João Bosco Vaz, que concede o "Troféu Destaque Mário Quintana" ao Jornalista Antonio Carlos Macedo.

 

PROC. 0011/02 - PROJETO DE RESOLUÇÃO Nº 006/02, de autoria do Ver. Raul Carrion, que concede o Prêmio de Jornalismo Carmem da Silva à Senhora Jurema Josefa da Silva.

 

PROC. 0027/02 - PROJETO DE RESOLUÇÃO Nº 017/02, de autoria do Ver. Cassiá Carpes, que concede ao cantor Mário Rubem Battanoli Lima - "Mano Lima" - o Prêmio Tradicionalista Glaucus Saraiva.

 

PROC. 0067/02 - PROJETO DE RESOLUÇÃO Nº 023/02, de autoria do Ver. Haroldo de Souza, que concede o título honorífico de Honra ao Mérito Policial ao Cel. Tarso Antônio Marcadella.

 

PROC. 0009/02 - PROJETO DE RESOLUÇÃO Nº 004/02, de autoria do Ver. Raul Carrion, que concede o prêmio jurídico Otávio Francisco Caruso da Rocha ao Doutor Nereu Lima.

 

PROC. 0006/02 - PROJETO DE RESOLUÇÃO Nº 001/02, de autoria do Ver. Raul Carrion, que concede o Prêmio Mérito Sindical ao Centro dos Professores do Estado do Rio Grande do Sul - CPERS/Sindicato.

 

PROC. 0201/02 - PROJETO DE RESOLUÇÃO Nº 031/02, de autoria do Ver. Aldacir Oliboni, que concede o troféu Honra ao Mérito ao Irmão Avelino Madalozzo.

 

PROC. 0013/02 - PROJETO DE RESOLUÇÃO Nº 008/02, de autoria do Ver. Raul Carrion, que concede o troféu Honra ao Mérito ao Senhor João Borges de Souza.

 

O SR. PRESIDENTE: O Ver. Isaac Ainhorn está com a palavra para uma Comunicação de Líder.

 

O SR. ISAAC AINHORN: Sr.ª Presidenta, Srs. Vereadores e Sr.ªs Vereadoras, a Liderança do PT ainda não se manifestou; assim reservo democraticamente a réplica ao ilustre Ver. Estilac Xavier. Até porque, como o tempo de Liderança não tem aparte, ele terá a oportunidade da réplica.

Porto Alegre, ah, Porto Alegre, que outrora, Ver. Adeli Sell, já foi uma Cidade alegre. Hoje Porto Alegre é uma cidade crítica, que vive numa crise permanente. Aqui, o único que veio em defesa forte foi o Ver. Raul Carrion. Ah, velha aliança com o PMDB; já foram aliados, Ver. Carrion. V. Ex.ª mesmo já foi Presidente da FUNDASUL, na Administração do Governo do PMDB. O Vereador já foi Presidente da FUNDASUL no Governo de Pedro Simon. Foi no nosso Governo também, mas já criticou. Vejam, V. Ex.ªs, até no nosso. V. Ex.ªs estão em todos, até no Governo da sua antiga companheira de juventude, que foi a Dona Roseana Sarney. Já estiveram juntos no Governo do PFL. Ou não estiveram no Governo do PFL no Maranhão? Estiveram ou não?

Cometi um equívoco: o Governador Pedro Simon não privou das luzes do brilhantismo de V. Ex.ª, mas do Governo de Alceu Collares, da Administração Collares, que depois V. Ex.ª ajudou a combater, V. Ex.ª participou. O que se observa é a presença do Partido que V. Ex.ª representa aqui em todos os Governos. O Ver. João Bosco Vaz me alerta que o PC do B é Vice-Governador do Governo do Sr. Mão Santa no Piauí.

Quero voltar a Porto Alegre; Porto Alegre, ontem, dia quente, causticante, Ver. Elói Guimarães, não tinha água. Não havia água em Porto Alegre, nas vilas populares da periferia da Cidade. Porto Alegre vai mal, há uma ausência de administração: nós conseguimos pagar um vale de carnaval; na habitação, a atual administração não disse a que veio. Esteve aqui o Ver. Raul Carrion, do PC do B articulando um discurso em defesa do PT. Lógico, ele está no Governo. Na Secretaria de Obras tem um espaço. Não vou dizer, obviamente, como diz o Garotinho, que o PT, no seu Governo, tinha uma “boquinha”. Não! Há um espaço no Governo, até porque é um bom cidadão, um homem honrado o Secretário de Obras, o Dep. Federal Édson Silva, por quem eu tenho uma grande admiração. Mas há que vir aqui defender o Governo do PT daquilo que ele não fez.

Eu não vou trabalhar em nível do Governo Estadual; eu vou falar da falta d’água em Porto Alegre, nos dias quentes, em que a periferia ficou sem água. E a água aumenta sem lei, Vereador. E V. Ex.ª vem dizer que a Câmara não precisa de lei para aumentar a água.

Cidade suja! Enchentes. qualquer chuvinha cria uma enchente!

Sr.ª Presidenta, não consigo terminar. Outrora os shows musicais eram levados a efeito pela a Secretaria da Cultura em Porto Alegre, Ver. Juarez Pinheiro; hoje são os evangélicos, são os pastores que estão levando os shows de música lá no Largo Glênio Peres. Recentemente, a Assembléia de Deus promoveu um grande show. Felizmente ainda emprestaram para os evangélicos, porque estão de namoro com os evangélicos - coisa boa!

Para encerrar, Sr.ª Presidenta, que é democrata e vai-me permitir que eu encerre o meu pronunciamento, como diz o Ver. Valdir Caetano: “Porto Alegre é a cidade do tri: do pedágio, dos pardais e dos parquímetros.” Mais um detalhe: todas as obras, praticamente, estão todas atrasadas, e ainda eles pensam que pintando em cima e mudando a data resolvem tudo. Assim não dá! Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

A SRA. PRESIDENTA (Helena Bonumá): O Ver. Juarez Pinheiro está com a palavra para discutir a Pauta.

 

(Manifestações dos Srs. Vereadores.)

 

Eu peço aos Srs. Vereadores que colaborem com o bom andamento da Sessão, criando condições para que o orador que está na tribuna possa se manifestar. Vamos respeitar a fala do nosso companheiro da tribuna.

 

O SR. JUAREZ PINHEIRO: Sr.ª Presidenta, Sr.ªs Vereadoras e Srs. Vereadores, é quase impossível para alguém que tem um mínimo de têmpera, ter que sair de um debate como esse, colocado pelo nobre Ver. Isaac Ainhorn, Líder do PDT, que parece esquecer-se, quando fala em lixo e sujeira, do final do seu governo em Porto Alegre, do Governo Collares, quando, por semanas, o lixo não era recolhido, e ter-me que ater aos projetos da Pauta. Mas há um Regimento que eu preciso cumprir, Ver. Isaac Ainhorn; em outra oportunidade, de forma tranqüila, eu poderei também fazer alguns comentários sobre tudo o que V. Ex.ª aqui disse.

Eu acho importante que venhamos discutir a Pauta, porque é necessário que não aconteçam mais, Ver. Dr. Goulart - quero, inclusive, fazer uma indagação –, situações como a votação das empenas cegas, que a oposição, liderada pelo Ver. Isaac Ainhorn, na apreciação do Veto, derrubou o Veto, indo contra todos os interesses da maioria da população. E agora O Ver. Isaac Ainhorn vem aqui arvorar-se em arauto da defesa da Cidade.

Ver. Isaac Ainhorn, V. Ex.ª sabe do que estou falando; tenho com V. Ex.ª uma relação, ultimamente, muito fraterna e V. Ex.ª não nega que liderou, neste Plenário, a derrubada do Veto das empenas cegas. Concedo-lhe o aparte para que V. Ex.ª diga se é verdade ou não, e para que eu possa fazer um novo repto a V. Ex.ª.

 

O Sr. Isaac Ainhorn: V. Ex.ª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Ver. Juarez Pinheiro, é verdade, eu liderei, até porque sempre tive posição favorável às empenas cegas, e jamais traí os socialistas nesta Casa como fizeram com o Ver. Carlos Alberto Garcia, que foi traído pela Bancada com promessas.

 

O SR. JUAREZ PINHEIRO: Vereador, mesmo nesse embate absolutamente agudo, quero saudar V. Ex.ª, porque acho que é com homens assim que se constrói um Parlamento. É preciso ter lado, Ver. Isaac Ainhorn, e parabenizo V. Ex.ª, sem nenhuma conotação de fazer crítica. Realmente, V. Ex.ª liderou a derrubada do Veto das empenas cegas, mas teve caráter, hombridade, firmeza, teve lado, veio aqui e assumiu isso. Quero dizer que me honro de privar com V. Ex.ª, porque é assim que vamos poder fazer, realmente, um debate de idéias consistente.

Voltando à Pauta, Ver. Dr. Goulart, há vários projetos tramitando, muitos deles tratando de títulos. E eu não acho que sejam despiciendos, que sejam desnecessários. Eu acho que, num mundo voltado para o individualismo, quando trazemos à colação pessoas que se doaram, que trabalharam de forma coletiva, que hoje são homenageados por diversos Vereadores desta Casa, isso também é um momento importante. Mas, há uma matéria, Ver. Humberto Goulart, que eu até quero oportunizar a V. Ex.ª, que não pôde inscrever-se no período de Pauta, e gostaria que V. Ex.ª explicasse a este Plenário a questão da própria CPMF – esta contribuição colocada pelo Governo Federal – que, em princípio, iria para a área da Saúde e que, sabemos, está indo para todos os locais, menos para a Saúde, que V. Ex.ª, tendo legislado sobre isso, em nível de município, pudesse nos explicar qual é o escopo da sua iniciativa.

 

O Sr. Dr. Goulart: Respondendo ao Ex.mo Ver. Juarez Pinheiro. Em primeiro lugar, a CPMF foi feita, foi criada para a saúde. A sua primeira designação foi para o FAT – Fundo do Trabalhador. Não chegou um tostão na Saúde, porque o Governo devia para o Fundo do Trabalhador, e isso está completamente errado. O que é que pensou este Vereador? Pensei que, sendo um imposto e, dentro da Lei dos Impostos, como FPM, 21,5% ou 22,5% poderão ficar no Município a título de imposto. Eu fiz semelhante, uma vez que imposto é para não deixar sair daqui o dinheiro que é recolhido dos nossos bancos e voltar pela metade, ou um décimo ou um quinto para a Saúde, tem de já ficar originariamente aqui e passar para o Fundo Municipal de Saúde.

 

O SR. JUAREZ PINHEIRO: O Ver. Humberto Goulart foi o Vereador que, há pouco, legislou a matéria importantíssima que será apreciada em um Veto, que estamos discutindo também, porque entendemos que a matéria tinha mérito e estamos reavaliando juntamente com o nosso Governo Municipal. Essa proposta colocada na Pauta hoje, no primeiro dia, acho que é a proposta que vai gerar intensos debates pela questão da inconstitucionalidade e também pelo mérito que alcança. E, agora, o Ver. Humberto Goulart teve a oportunidade, não estando inscrito na Pauta, de nos fazer um anúncio deste debate que iremos travar.

Por último, quero ressaltar aqui uma proposta do Ver. Estilac Xavier, que dispõe sobre treinamento, alterando o Código de Proteção Contra Incêndio nos diversos prédios condominiais de nossa Cidade. É uma iniciativa importante, porque visa prevenir catástrofes e fazer com que, como diz o Vereador, a matéria disposta no Código de Proteção Contra Incêndio não seja letra fria e que ela realmente venha a proteger a maioria da população.

Ver. Isaac Ainhorn, meus parabéns, V. Ex.ª tem lado. Gostava mais do lado que tinha enquanto estudante, quando presidente do Julinho. Mas, de qualquer forma, tem um outro lado hoje, mais do lado dos conservadores, mas tem lado, tem coluna vertebral e eu gosto de trabalhar com gente assim. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

A SRA. PRESIDENTA: O Ver. João Antonio Dib está com a palavra para discutir a Pauta.

 

O SR. JOÃO ANTONIO DIB: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, eu vou dizer outra vez: chega de leis! Lei deve ser clara, precisa, concisa e respeitada. Mas todo mundo aqui quer fazer lei. Hoje há dez novos projetos de leis.

Começa com o nosso Presidente, José Fortunati, que estabelece política municipal do livro e dá outras providências. A Procuradoria diz melhor do que eu: “Art. 6.º, 7.º e 8.º, são definições que não cabem ao Município.” “Art. 11, 12 e 13 faz, se quer.” Inclusive, um deles até é lei. É que, quando se edita um livro, deve-se dar dois livros às bibliotecas do Município.

O Ver. Dr. Goulart sabe que ele não pode fazer esse Projeto de Lei. Mas ele é muito inteligente, o que ele está fazendo? Está pressionando. Porque se fosse viável, ele sabe também do vampirismo fiscal da Administração da Prefeitura. Ele sabe. Mas ele provoca aqui, porque os prefeitos estão tentando, em Brasília, buscar recursos para as prefeituras. Recursos da CPMF que é recolhido no Município, e é por isso que ele, com inteligência, faz; ele diz que está na lei. Ele mandou todo mundo procurar, mas ele está dizendo: “O Município merece recursos da CPMF.” Mas lei deve ser clara, precisa e concisa. Ele não precisa fazer mais leis. Por exemplo: o reajuste da tarifa de água - foi na brincadeira, mas eu já recebi um Ofício aqui do Promotor de Justiça. (Lê.) “Pelo presente, em atenção a representação protocolada em 1.º de março de 2002, informo a V. S.ª que foi instaurado Inquérito Civil n.º 27, de 2002, nesta Promotoria de Justiça de Defesa do Consumidor, que versa sobre possível aumento abusivo do reajuste da tarifa mensal d’água praticada pelo DMAE, tendo como investigado o Departamento Municipal de Água e Esgoto – DMAE.” Portanto, a lei deve ser clara, precisa, concisa e respeitada.

Quando falei que tinha levado uma denúncia ao Ministério Público das cartas-contrato, a Bancada do Partido dos Trabalhadores riu. Já está no Tribunal de Justiça. Aqui também é o primeiro passo.

O nosso Presidente José Fortunati deseja instituir mais um prêmio na Cidade de Porto Alegre – há setenta prêmios! O Ver. João Bosco Vaz diz que vai acrescer mais dois prêmios, em breve teremos cem. Não vamos fazer mais nada senão premiar. Mas não vou premiar o Partido dos Trabalhadores, que realinhou a tarifa d’água de forma irregular, ilegal, e o primeiro passo já está aqui. Vamos olhar a fundo a situação da tarifa d’água mal realinhada.

O Ver. Estilac Xavier pretende alterar o Código de Proteção contra Incêndio. O Ver. Estilac Xavier foi Secretário no momento em que esse Código foi aprovado nesta Casa. Eu disse outro dia que o Ver. Reginaldo Pujol pretende fazer uma brigada de combate ao fogo, o Vereador aqui deseja alterar o Código para dar proteção. Diria ao Ver. Estilac Xavier, com toda tranqüilidade e carinho: deixe o Código como está, porque ele está melhor que a proposição apresentada por V. Ex.ª, até porque a leitura é difícil de ser entendida. (Lê.) “O proprietário responsável ou o usuário a qualquer título deve providenciar no treinamento no prazo não superior a cinco anos” – o outro era anual. Acrescenta: “O Poder Executivo regulamentará através de decreto que seja feito no prazo não superior a cinco anos pelo menos em exercício de evacuação do edifício.” Passa de um ano para cinco, e o outro, de cinco para um. Então, tenho a impressão que a redação normal está melhor. V. Ex.ª tem um aparte e me honra.

 

O Sr. Estilac Xavier: V. Ex.ª permite um aparte? (Assentimento do orador.) A lei está clara, Ver. João Antonio Dib. Agora, o atual Código de Proteção contra Incêndio nesse aspecto é inaplicável. Estou produzindo alternativas para o Executivo para tornar aplicável o sistema de treinamento e ação do Corpo de Bombeiros. Essa é a minha proposta.

 

O SR. JOÃO ANTONIO DIB: Eu entendo que V. Ex.ª deve ter a melhor das intenções. Vamos começar por corrigir o Português, porque esse não passa. Depois, podemos trocar idéias e, talvez, V. Ex.ª possa-me provar que trocar cinco por um ano talvez seja bom. Não sei. V. Ex.ª poderá me informar depois, mas confio em V. Ex.ª e poderemos fazer um bom debate. Saúde e paz! Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

A SRA. PRESIDENTA (Helena Bonumá): O Ver. Adeli Sell está com a palavra para discutir a Pauta.

 

O SR. ADELI SELL: Sr.ª Presidenta e Srs. Vereadores, apesar das queixas do Ver. João Antonio Dib sobre a quantidade de projetos, de fato, vamos discutir quantidades de projetos, mas não podemos confundir ...

 

(Aparte anti-regimental do Ver. João Bosco Vaz.)

 

Queremos dizer que vamos comentar um Projeto de nossa autoria. O tema é polêmico e ganhou as páginas dos jornais nacionais, da mídia falada, televisionada. Foi o triste episódio acontecido recentemente na cidade de Segredo, interior do Rio Grande do Sul, muito próximo à cidade de Sobradinho. Estamos tratando da questão das rinhas de galo. Todos sabem muito bem que, hoje em dia, não existe apenas rinha de galo, mas de cães e canários, ou seja, os maus-tratos aos animais. Nós não podemos ficar indiferentes a isso. Queremos, inclusive, solicitar às senhoras e senhores Vereadores a compreensão para, na quarta-feira, votarmos um Projeto do Ver. Beto Moesch e meu a cerca da questão dos animais em circos, que está na Ordem do Dia há bastante tempo; já foi apreciado em todas as Comissões e as senhoras e senhores já devem ter recebido algumas dezenas de e-mails solicitando aprovação desse Projeto, que já é Lei, aprovado pela Assembléia Legislativa do Rio de Janeiro, e está sendo discutido na Assembléia Legislativa do Ceará, e espero que Porto Alegre seja a primeira capital, para ser vanguarda em nível nacional.

Nós queremos, hoje, no bojo desse debate que eu introduzo de forma franca, serena, tranqüila discutir os maus-tratos aos animais. Uma cidade moderna como a nossa não pode tolerar as rinhas de galo e as rinhas de cães em Porto Alegre. Quero mais, e quero dizer...

 

(Tumulto nas galerias.)

 

Ver.ª Helena Bonumá, se as pessoas mal-educadas que estão no Plenário me deixarem falar, eu vou concluir.

 

A SRA. PRESIDENTA (Helena Bonumá): Por favor, esta Presidência pede às galerias que seja garantida a fala do orador que está na tribuna.

 

O SR. ADELI SELL: Disse um filósofo americano, Ver.ª Helena Bonumá, que quem começa com os maus-tratos aos animais não termina ali, e nós sabemos que muito da violência na nossa sociedade é fruto da incompatibilidade que as pessoas trazem para dentro da sociedade, que é a intolerância. Eu não sou intolerante, eu falo alto para todo mundo ouvir, como aquele cidadão que passa o tempo inteiro provocando este Plenário. Nós estamos lutando por questões do interesse da cidade de Porto Alegre. O senhor sabe que nós defendemos, amassamos barro nesta Cidade para defender os pobres, mas quando estamos discutindo um outro assunto, eu acho bom também que as pessoas ouçam, que não estamos tratando de nenhum assunto que diga respeito diretamente a sua comunidade, e seria bom que nós fôssemos ouvidos. Nós temos que nos respeitar. Várias vezes conversei com a sua comunidade; tenho amigos na sua comunidade; mas o senhor, costumeiramente, desrespeita as pessoas aqui dentro e eu não vou aceitar isso. Estamos discutindo outro assunto.

 

(Tumulto nas galerias.)

 

Ver.ª Helena Bonumá, vou solicitar, formalmente, à Mesa que retire essa pessoa do Plenário, porque estamos discutindo um outro assunto e essa pessoa não deixa este Vereador falar!

 

A SRA. PRESIDENTA (Helena Bonumá): Por favor, peço que o senhor crie as condições, que o senhor respeite este Plenário, senão teremos que, de fato, fazer o que o Ver. Adeli Sell está sugerindo, que é retirá-lo do Plenário. Achamos que a galeria tem o direito de se manifestar dentro de determinados padrões que não firam o direito do Vereador de se expressar.

 

O SR. ISAAC AINHORN (Questão de Ordem): Sr.ª Presidenta, expressando o sentimento da nossa Bancada, o PDT, gostaria, em primeiro lugar, de também fazer coro à posição do Ver. Adeli Sell de ter condições normais para expor o seu pensamento. São tradição desta Casa - e V. Ex.ª, que pertence a um movimento popular, sabe disso - as manifestações da tribuna. Faço um apelo ao Ver. Adeli Sell no sentido de que não faça um contraponto em relação às pessoas que estão assistindo, porque isso acaba virando um conflito, porque elas se sentem provocadas. Eu sei que o Ver. Adeli Sell é um parlamentar de nível e de qualidade e vai atender também ao pedido da Bancada do PDT.

 

O SR. ESTILAC XAVIER: Sr.ª Presidenta Helena Bonumá, as galerias têm liberdade de manifestação, e esta Casa já autorizou, após os pronunciamentos. Se quiserem, podem expor cartazes, mas não podem interferir no pronunciamento do Vereador. Nobre Ver. Isaac Ainhorn, V. Ex.ª não pode tutelar a intervenção de Vereador de minha Bancada, embora tenha feito isso de forma educada, cortês, mas o Vereador tem liberdade de falar o que quiser, e quem não se agradar, que se pronuncie depois, mas, durante a intervenção, não pode.

 

O SR. PEDRO AMÉRICO LEAL: V. Ex.ª percebe que eu tinha razão, quando não queria abrir, de jeito algum, brechas no Regimento. Nós vamos caminhar para o descalabro, para a irresponsabilidade, para a indisciplina e para a bagunça.

 

A SRA. PRESIDENTA (Helena Bonumá): Esta Presidência, pela última vez, pede que as galerias respeitem a palavra do orador, se não nós teremos que, de fato, retirar aqueles que estão fazendo com que os oradores não possam se manifestar e tirando as condições de funcionamento deste Plenário.

Ver. Adeli Sell, V. Ex.ª tem um minuto para terminar o seu pronunciamento.

 

O Sr. Luiz Braz: V. Ex.ª permite um aparte?

 

A SRA. PRESIDENTA (Helena Bonumá): Se V. Ex.ª quer falar a respeito do assunto, Ver. Luiz Braz, ele já está resolvido. Eu peço a sua compreensão e a sua colaboração para que o orador que se encontra na tribuna possa terminar a sua fala.

 

O SR. LUIZ BRAZ: Sr.ª Presidenta, quando o Vereador da tribuna provoca alguém das galerias, vai receber, é claro, as respostas, porque a pessoa que está nas galerias não tem como responder.

 

A SRA. PRESIDENTA (Helena Bonumá): O Vereador que está na tribuna tem autonomia para fazer o seu pronunciamento.

 

O SR. LUIZ BRAZ: Não para provocação. Não é ético provocar.

 

A SRA. PRESIDENTA (Helena Bonumá): Peço a sua colaboração para que o orador da tribuna termine o seu pronunciamento.

 

O SR. ADELI SELL: Quando iniciei a minha fala, fiz uma saudação especial às pessoas da comunidade do Leopoldina. Jamais poderia imaginar que eu seria interrompido, porque eu sou uma pessoa que posso ter outra posição, e sempre os respeitei, sempre, absolutamente, sempre respeitei a todos que vem aqui. Eu estava falando de um outro assunto. Quando formos discutir um assunto atinente a vossa reivindicação, eu serei o primeiro a ouvir caladamente, porque sempre fiz isso. Agora estou tratando de um assunto diferente, eu achava que teria o direito de vir aqui discutir um ponto de Pauta e ser respeitado. Eu estou dolorosamente perplexo e fico chateado, Ver. Luiz Braz, porque eu não provoquei ninguém, sinceramente. Eu estava falando de um outro tema, não gostaria de ter sido interrompido, porque é um tema muito sério. Peço, portanto, a compreensão para que, numa próxima vez, quando eu falar de um assunto, que não tocava à vossa comunidade, eu seja pelo menos ouvido, porque eu sempre ouvi as senhoras e os senhores do Leopoldina sem fazer provocações. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

A SRA. PRESIDENTA (Helena Bonumá): O Ver. Raul Carrion está com a palavra para discutir a Pauta.

 

O SR. RAUL CARRION: Ex.ma Ver.ª Helena Bonumá, que preside os trabalhos, demais Vereadores, Vereadoras, todos que nos assistem aqui e nas suas casas. Em primeiro lugar, já corrigiu o nosso Ver. Isaac Ainhorn, que anda de memória meio atrapalhada, que eu realmente presidi a FUNDASUL, durante o Governo Alceu Collares, durante um ano, e que, no final deste um ano, eu pedi demissão pelo descaminho do Governo Collares. Mas vindo para a Pauta...

 

(Manifestação dos Srs. Vereadores.)

 

A SRA. PRESIDENTA (Helena Bonumá): Srs. Vereadores, por favor, vamos criar condições para que o orador na tribuna possa fazer o seu pronunciamento.

 

O SR. RAUL CARRION: Vindo para a Pauta.

 

(Tumulto no Plenário.)

 

Eu peço respeito ao orador na tribuna aqui, que seja reiniciado o trabalho.

 

A SRA. PRESIDENTA (Helena Bonumá): Srs. Vereadores, há um orador na tribuna, esta Presidência está conduzindo os trabalhos, conhece o Regimento. Eu não darei Questão de Ordem para ninguém nesta matéria. Vou garantir o tempo para que o Vereador possa fazer o seu pronunciamento sobre a Pauta dos nossos trabalhos. E espero que os Srs. Vereadores saibam criar as condições para que os nossos trabalhos possam continuar. O Ver. Raul Carrion está com a palavra.

 

O SR. RAUL CARRION: Muito obrigado. Pedia que o tempo fosse recomeçado. No dia de hoje, nós temos diversos projetos de nossa iniciativa de que gostaríamos de tratar.

 

(Manifestação dos Srs. Vereadores.)

 

A SRA. PRESIDENTA (Helena Bonumá): Ver. Luiz Braz, vou interromper esta Sessão para que V. Ex.ª se acalme, para que nós possamos fazer o nosso trabalho. Eu conheço o Regimento, esta Presidência está conduzindo os trabalhos e o Vereador que está na tribuna tem o seu tempo garantido.

Estão suspensos os trabalhos.

 

(Suspendem-se os trabalhos às 16h54min.)

 

A SRA. PRESIDENTA (Helena Bonumá - às 16h56min): Estão reabertos os trabalhos. Retomando os trabalhos da nossa Sessão, Vereador, V. Ex.ª tem o tempo para terminar o pronunciamento.

 

O SR. RAUL CARRION: Entre os diversos projetos que nós temos em Pauta no dia de hoje, de nossa autoria, eu queria, em primeiro lugar, destacar o que concede o Prêmio Mérito Sindical ao CPERGS/Sindicato, entidade que comemora, no próximo dia 21 de abril, cinqüenta e sete anos de existência. Foi fundado no dia 21 de abril de 1945, por um aguerrido grupo de mulheres que acabam de ser homenageadas na sua grande data internacional: o Dia Internacional da Mulher. Em 1989, o Centro de Professores do Estado do Rio Grande Sul se transformou, Ver. João Antonio Dib, em CPERGS/Sindicato. Realizou a primeira greve após o golpe militar de 1964, a greve de 1979. Não foi uma greve só por aumento salarial, mas uma greve em defesa, inclusive, da anistia. Uma entidade que sempre batalhou pelos direitos dos trabalhadores, mas, também, batalhou pela democracia, anistia, por uma Pátria mais soberana e progressista.

Queremos dizer que é uma categoria que realizou nove greves, independente do Partido no Governo, mostrando a sua conseqüência, a sua coerência. Nós sabemos que a Casa aprovará com o voto de louvor este Projeto que concede o Prêmio Mérito Sindical.

O segundo prêmio que nós queremos referir é um prêmio que nós tivemos a preocupação de convidar o Ver. Dr. Goulart para assinar conosco este Projeto que concede o Prêmio Quilombo dos Palmares, na modalidade área política e social, à Associação Satélite Prontidão, que no próximo dia 20 de abril - um dia antes do CPERGS - estará comemorando cem anos de existência. Imaginem o que é uma entidade dos negros - que recém estão comemorando cento e quatorze anos de libertação - e a sua importância nesta caminhada. Temos inclusive uma homenagem do Ver. Carlos Garcia, do PSB, no Grande Expediente, no dia 22, nesta Casa. Já conversamos com ele, Ver. Dr. Goulart, para que façamos a entrega deste prêmio nesta mesma data.

 

O Sr. Dr. Goulart: V. Ex.ª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Queria cumprimentar o amigo, agradecendo a possibilidade de estarmos juntos, prestando essa homenagem, dizendo da importância, para citar um todo como emblema, a figura do Nilo Feijó, sempre à frente desses movimentos negros e quilombistas, que sabemos o quanto são importantes, porque libertários, são contra a opressão. Muito obrigado.

 

O Sr. Isaac Ainhorn: V. Ex.ª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Vereador, eu queria saudar e tenho saudado algumas iniciativas de V. Ex.ª. Agora mesmo V. Exa. concede o Prêmio de Mérito Sindical ao CPERGS/Sindicato. Agora, só lamento que, há muitos anos, o CPERGS/Sindicato deixou de fazer greve, aqui, no Estado do Rio Grande do Sul, mesmo os professores passando por uma política de achatamento salarial. Muito obrigado.

 

O SR. RAUL CARRION: Não é verdade, Ver. Isaac Ainhorn, realizou há pouco tempo uma greve. Eu queria citar o atual Presidente do Satélite Prontidão, Sr. Rubem Canabarro e concluir referindo dois prêmios mais, sem desenvolver: Um, o Prêmio de Jornalismo Carmem da Silva à jornalista Jurema Josefa que tem se distinguido pelo trabalho da divulgação com relação a luta das mulheres. E o Prêmio Honra ao Mérito ao Sr. João Borges de Souza, ex-Presidente do Sindicato dos Jornalistas neste Estado, ex-Vice-Presidente da Federação Nacional de Jornalismo. São todas pessoas de conhecimento público, e esperamos o apoio, a solidariedade dos colegas, independente da nossas divergências, dos nossos acalorados debates que fazem parte da vida desta Casa e que compreendemos perfeitamente.

Mas pedimos o apoio, porque não é homenagem a este Vereador, mas a essas pessoas tão ilustres da nossa Cidade. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

A SRA. PRESIDENTA (Helena Bonumá): O Ver. Reginaldo Pujol está com a palavra para discutir a Pauta.

 

O SR. REGINALDO PUJOL: Sr.ª Presidenta, Srs. Vereadores, eu observei na discussão da Pauta que, não raro, as pessoas se afastaram do assunto constante da mesma. Olha que não é difícil, hoje, encontrar assunto para sobre ele se manifestar, já que temos trinta e oito projetos tramitando nessa discussão preliminar, destinada, por óbvio, para que haja conhecimento prévio das coisas que estão sendo propostas aqui na Casa. É evidente que não posso me debruçar sobre as propostas do Ver. Raul Carrion, porque elas são em tamanho número que esgotaria todo o meu pronunciamento e, até porque, Ver. João Antonio Dib, é nossa intenção falar sobre o Projeto de Lei de nossa autoria, sobre o qual V. Ex.ª se referiu de passagem, que é o que disciplina a formação de brigadas de combate a incêndio nos condomínios residenciais do Município de Porto Alegre e dá outras providências.

Sobre esse assunto, em 1997, Ver. Humberto Goulart, em 28 de abril de 1997, a ex-Procuradora da Casa Dr.ª Susiane Bicca Nespaque lançou o seguinte parecer prévio, que, obviamente, todos os Vereadores estão interessados em conhece-lo, tamanho o grau de concentração em que se encontram nesta hora. Diz a parecerista que a Lei Orgânica do Município de Porto Alegre, no art. 9º: (Lê.) “Compete ao Município, no exercício de sua autonomia...”

 

A SRA. PRESIDENTA (Helena Bonumá): Ver. Reginaldo Pujol, eu vou suspender o seu tempo. Srs. Vereadores, Ver. João Bosco Vaz, eu peço a sua colaboração para que nós possamos garantir as condições necessárias para que o orador que está na tribuna possa-se pronunciar. Por favor!

Ver. Reginaldo Pujol.

 

O SR. REGINALDO PUJOL: Eu falava que a Dr.ª Susiane Bicca Nespaque dizia que a Lei Orgânica do Município, no seu art. 9.º, estabelece que: (Lê.) “Compete ao Município, no exercício de sua autonomia: VII - constituir serviços civis auxiliares de combate ao fogo, de prevenção de incêndios e de atividades de defesa civil, na forma da Lei.” O dispositivo acima transcrito, amparado pelo art. 128, II, da Constituição Estadual, dá competência para o Município instituir as brigadas de combate a incêndio, como serviço público que deve ser organizado e gerido pelo poder público.

Nesse sentido, Ely Lopes Meirelles preleciona da seguinte forma: “O Serviço de prevenção contra incêndio, principalmente no seu aspecto preventivo, é da competência do Município. As providências cautelares devem ser exigidas desde a aprovação dos projetos de construção para os quais o Código de Obras e as normas especiais estabelecem requisitos de segurança contra fogo e impõem dispositivo de salvamento nos edifícios de utilização coletiva: casas de diversões, recintos de espetáculos e demais estabelecimentos ou locais sujeitos a incêndio. Pode ainda o Município organizar o corpo de bombeiros voluntário para auxiliar o corpo militar de bombeiros, esse sim, privativo do Estado, nos termos do art. 144, parágrafo 6.º, da Constituição Federal, nas emergências que os incêndios provocam nos centros urbanos e mesmo nas queimadas de florestas, tão freqüentes na zona rural nas épocas de seca.” “Nessas eventualidade” – preleciona Ely Lopes Meirelles – “sempre se verifica insuficiência de homens e de equipamentos do serviço estadual que bem pode ser complementado pela organização local.” Depreende-se da lição do eminente doutrinador que: “Cabe ao Município criar o referido serviço, fornecendo-o a toda a população - ao contrário do que agora é pretendido -, onde o mesmo é fracionado, repassando aos particulares a obrigatoriedade de mantê-lo. A intervenção do Município na propriedade privada, residencial, nesta matéria, limita-se ao controle das edificações, estabelecendo normas especiais para garantir a segurança contra o fogo.”

Concluo, dizendo que voltarei ao debate, até porque, o objetivo do Projeto é disciplinar o exercício do voluntariado, neste particular. E se o Município, que dispõe de competência para fazê-lo, ainda não o regrou, nada obsta que a iniciativa legislativa parta deste Parlamento. Era isso, Sr.ª Presidenta. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

A SRA. PRESIDENTA: Esta Presidência, Vereador, não necessita de nenhuma corregedoria em Plenário.

O Ver. Estilac Xavier está com a palavra para uma Comunicação de líder.

Passo a Presidência dos trabalhos ao Ver. Reginaldo Pujol.

 

O SR. PRESIDENTE (Reginaldo Pujol): O Ver. Estilac Xavier está com a palavra para uma Comunicação de Líder.

 

O SR. ESTILAC XAVIER: Será uma honra ter a minha fala presidida pelo nobre Ver. Reginaldo Pujol, até então Líder do PFL nesta Casa.

 

O SR. PRESIDENTE (Reginaldo Pujol): Honra dividida, Vereador.

 

O SR. ESTILAC XAVIER: Sejam bem-vindas as eleições de 2002. Srs. Vereadores, Sr.ªs Vereadoras e público do Canal 16, eu sempre disse que aqui na arte de falar nesta tribuna está a eloqüência dos gestos, isso faz parte e está também na capacidade argumentativa. Como eu prefiro duelar com a inteligência daqueles que ouvem, quero colocar alguns elementos aqui ao debate. Falaram aqui o Ver. Isaac Ainhorn e o Ver. Sebastião Melo, o público já é escasso; havia, nas galerias, moradores do Jardim Leopoldina, e isso sempre é um ânimo e um alimento à verve dos Vereadores da tribuna. Então, nós vamos fazer uma pequena digressão sobre as questões.

Sr. Presidente, acione o Regimento, desconte-me o tempo, porque o Ver. Isaac Ainhorn está me interrompendo de forma anti-regimental.

 

O SR. PRESIDENTE (Reginaldo Pujol): Vereador, V. Ex.ª continue tranqüilo com o seu pronunciamento, nós faremos as devidas compensações.

 

O SR. ESTILAC XAVIER: Creio na sua justiça, Sr. Presidente. Então, nós estamos verificando uma discussão...

 

O SR. PRESIDENTE (Reginaldo Pujol): Nós vamos interromper o orador, porque, no nosso entendimento, Ver. Isaac Ainhorn, no meio de uma Comunicação de Líder não há Questão de Ordem. Vereador, eu vou lhe conceder mais um minuto para o seu pronunciamento.

 

O SR. ESTILAC XAVIER: Eu retomo a palavra, Sr. Presidente, porque, de fato, o que eu tenho para falar talvez não agrade esse Vereador, nobre colega, pessoa com quem tenho compartilhado afeto, mas, na política, não posso poupá-lo. O Vereador fez um pronunciamento enfático com a coletividade aqui, falando do problema habitacional. Nenhum Governo em Porto Alegre - repito para os senhores telespectadores - colocou mil habitações por ano como fez o Governo da Frente Popular. Aliás, licitamos, há poucos dias, a entrada da Cidade, o Projeto do EIA-RIMA, 50 milhões de reais. Agora o Ver. Isaac Ainhorn vai ter de explicar para a comunidade do Jardim Leopoldina, porque foi no Governo Collares que houve a ação da Brigada para despejar a comunidade que estava lá; foi no Governo Simon que, por não haver política habitacional, foi invadido o Jardim Leopoldina. E aí, Ver. Isaac Ainhorn, explique para a comunidade como é que V. Ex.ª tem tanta verve para vir aqui defender essa comunidade, da qual eu não desconheço os reclames legítimos, e não fala sobre o passado que constituiu isso.

Hoje, o Município de Porto Alegre investe em torno de 8,5 milhões, e está crescendo, ao ano, no DEMHAB. Durante todo o Governo Britto, que o Ver. Sebastião Melo falou, foram investidos 5 milhões. Cinco milhões! Então, eu quero dizer para a comunidade que ouve aqui as conversações e os debates que, quando aqui se argumenta, tem-se de convencer. Não vale grito; vale ser enfático, é verdade! Não vale fazer teatro, porque aqui não é curso de artes cênicas; vale argumento! Aqui, hoje, por exemplo, eu quero anunciar: o Prefeito de Porto Alegre entregou no dia 9, pela manhã, setenta lotes para famílias, na Restinga. Eu até acho que há um debate político por trás disso tudo. E o debate é o seguinte: é que essas comunidades... E, quando eu digo que reconheço os direitos da comunidade do Jardim Leopoldina, eu estou falando que eu sei que eles vivem em condições precárias, que eles ocuparam um local que eles não têm condições financeiras para sustentar. E a Prefeitura deu alternativas para aqueles que são inadimplentes. Para evitar o despejo, que é a decorrência do contrato não-cumprido, eles apelam para a Câmara e a Câmara faz ressoar politicamente. Mas há alternativa; o Governo deu, por exemplo, o Santa Fé como alternativa. Às vezes, eu fico a me perguntar – isso eu gostaria de compartilhar com o público telespectador –: eu creio que uma certa base social, que era antes a base eleitoral de partidos que sustentavam os governos que se elegiam em torno de promessas que não se realizavam e que não produziam efeito, acabou se extinguindo aqui, porque a política habitacional do Município de Porto Alegre atinge hoje comunidades pobres, por loteamento, por regularização, por habitação. E estão aí para serem vistas: ali na Ipiranga, no Planetário, lá na Cavalhada. Eu não consigo ver mostra disso nos outros governos.

Quero dizer mais, Sr. Presidente: que as nossas habitações são populares, para pessoas carentes. Não queremos dar, a não ser naqueles casos extremados, nada de graça, porque as nossas habitações são para um determinado perfil, para melhorar a qualidade de vida. E coloca-se a geração de renda e educação juntas; é um tripé que se coloca, e não se pode, sequer, comparar aos chalés que a Sr.ª Governadora do Maranhão, Roseana Sarney, justificou como origem dos recursos, aqueles cujos valores eram de 80 mil reais cada um. A nossa política habitacional é para a população pobre, carente. Porque terminou no Brasil uma política para habitação. É isso que temos que falar para a população. Porque se nós tivermos capacidade de falar claramente, e as pessoas verificarem, ao nos ouvirem, quais são os elementos que estão sendo falados e que têm encontro com a realidade, elas vão perceber qual é o caminho para o Rio Grande do Sul, para Porto Alegre e para o Brasil, e não vamos ficar tergiversando sobre uma discussão que é destrutiva para a cidade de Porto Alegre, como algumas vezes tem sido feito aqui. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. ISAAC AINHORN (Questão de Ordem): Sr. Presidente, com fulcro no art. 142, faço a presente Questão de Ordem, expressando exatamente a preocupação do Ver. Pedro Américo Leal sobre algumas normas fundamentais no desenvolvimento dos trabalhos dos Vereadores desta Casa. Reza o art. 142, III: “Durante as Sessões: o Vereador, ao falar, dirigir-se-á ao Presidente e ao Plenário.” Desta forma, todos os demais direcionamentos e saudações, feitos por Vereadores, da tribuna, são anti-regimentais. Como há uma preocupação muito grande com o bom andamento dos trabalhos neste ano legislativo, apelo a Vossa Excelência, Sr. Presidente, que faça com que os Srs. Vereadores obedeçam ao art. 142, inciso III, do Regimento, o que não vem acontecendo.

 

O SR. PRESIDENTE (Reginaldo Pujol): Ver. Isaac Ainhorn, digno Líder do Partido Democrático Trabalhista, não disponho, no momento, do art. 142, mas quero deixar muito claro o seguinte: Eu não tenho a menor dificuldade para suspender os trabalhos e não vou permitir que as Bancadas fiquem se digladiando anti-regimentalmente.

Leio o art. 142, inciso III, objeto da Questão de Ordem formulada pela Liderança do PDT, que diz o seguinte: “Durante as Sessões: inciso III - O Vereador, ao falar, dirigir-se-á ao Presidente e ao Plenário. Essa norma regimental será rigorosamente cumprida como as demais normas regimentais que devem ser seguidas pelos Srs. Vereadores.” Nesse sentido, dou por deferida a Questão de Ordem formulada por V. Ex.ª.

O Ver. João Antonio Dib está com a palavra para uma Comunicação de Líder.

 

O SR. JOÃO ANTONIO DIB: Sr. Presidente, Sr.ªs Vereadoras e Srs. Vereadores, regimentalmente ocupo este espaço como sempre faço, Sr. Presidente, Ver. Reginaldo Pujol, para falar em habitação popular na presença de V. Ex.ª - e vou deixar de lado a modéstia - e na minha presença. Há que saber alguma coisa, há que conhecer um pouco da história desta Cidade, há que conhecer os Prefeitos Telmo Thompson Flores, Guilherme Socias Villela e João Antonio Dib. Nós fizemos habitações. Ainda volto mais atrás, porque entrei na Prefeitura no dia 15 de maio de 1952 e ajudei a fazer a Vila Batista Xavier, que ainda está lá no local. Ajudei a fazer o Sarandi com o Prefeito Ildo Meneghetti. Portanto, falando nesses nomes, não se deve falar em 32m2 para um sobrado e chamar isso de habitação. Eu sou Engenheiro, por isso é que digo que as milhares de casas que foram feitas na Restinga, a maioria com o Ver. Reginaldo Pujol como Diretor do DEMHAB, dão para nós a garantia de que não se fazia demagogia; faziam-se casas que poderiam ser chamadas de lares.

Sr. Presidente, hoje ouvi muitas coisas, aqui, em razão do Jardim Leopoldina, para saber se esta Casa aprovou. Aprovou, sim, o Projeto. Uma das tantas vezes que fui a congressos ou seminários, uma das coisas que aprendi é que sob o impacto de emoções fortes não se faz leis. Nós cometemos este erro aqui: fizemos uma lei em nove dias, e confiamos no relator, que era o Ver. João Verle, que dizia que estava tudo certo. Nós votamos por unanimidade, aprovando a compra do Jardim Leopoldina pelo dobro do preço.

Há uma pergunta que até hoje não foi respondida: eu pedi a cópia da autorização do Conselho Deliberativo do DEMHAB para fazer a compra do Jardim Leopoldina por qualquer preço - e não se pode esquecer que foi a Dr.ª Lires Marques, primeira Diretora do DEMHAB na Administração do Partido dos Trabalhadores, que assinou que valia 0,6 CUB/metro quadrado.

Eu quero cumprimentar o Ver. Cassiá Carpes pela preocupação que demonstrou, nesta tribuna, com o problema “previdência municipal”. Pode ter, V. Ex.ª, a certeza de que há mais trinta e dois Vereadores também muito preocupados, só que não chegou às nossas mãos o Projeto para ser analisado, não passou em Comissão nenhuma, e não o vimos ainda na Pauta. Pode ter certeza de que nós estaremos acompanhado V. Ex.ª.

Eu gostaria de dizer novamente que o Ministério Público aceitou a denúncia formulada por, se não me engano, quatorze Vereadores. (Lê.) “Ilustríssimo Senhor João Antonio Dib, M.D. Vereador e membro da Câmara Municipal de Porto Alegre. Pelo presente, em atenção à representação protocolizada em 01 de março de 2002, informo a V. S.ª que foi instaurado o inquérito civil n.º 27/2002, nesta Promotoria de Justiça de Defesa do Consumidor, que versa sobre possível aumento abusivo do reajuste da tarifa mensal de água praticada pelo DMAE, tendo como investigado o Departamento Municipal de Água e Esgoto – DMAE. Atenciosamente, Dr. Rossano Biazus, Promotor de Justiça.”

Eu devo lembrar que a CORSAN já fez isto: aumentou tarifas e voltou atrás. Eu pediria à Mesa, já que pediu urgência urgentíssima no Decreto Legislativo, anulando o Decreto do Prefeito, que desse encaminhamento a ele. Eu não sei qual a situação em que se encontra esse Decreto Legislativo, que leva assinatura de muitos Vereadores da Casa, não só a minha, mas que quase a totalidade da oposição assinou. Eu gostaria de saber a quantas ele anda. Saúde e paz! Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Reginaldo Pujol): O Ver. Luiz Braz está com a palavra para uma Comunicação de Líder.

Ver. João Antonio Dib, a Diretoria Legislativa solicita que V. Ex.ª informe a esta Presidência a respeito do andamento do expediente referido por V. Ex.ª para, ao longo desta Sessão, prestar-lhe a informação solicitada da tribuna.

 

O SR. LUIZ BRAZ: Sr. Presidente, Sr.ªs Vereadoras e Srs. Vereadores, eu vou falar, neste tempo de Liderança, sobre habitação, porque foi um assunto que praticamente tomou conta deste Plenário.

Mas, antes, eu recebi uma mensagem que não posso deixar de transmitir. O jornal Zero Hora do dia 21 de janeiro de 2002, anunciou que um tal de Fórum Pan-Amazônico, que é um fórum das esquerdas, reunido em Belém, no Pará, aprovou uma proposta que foi trazida aqui para o Fórum Mundial de internacionalização da região amazônica. Essa foi uma proposta aprovada pelo fórum dos partidos de esquerda, e até agora os partidos de esquerda não vieram aqui explicar essa proposta que foi aprovada pelo fórum, em que os seus partidos estiveram reunidos querendo internacionalizar uma vasta região brasileira. Eu gostaria de ouvir de alguém dos partidos de esquerda uma explicação a respeito desse assunto.

Mas, vamos aqui para o problema da habitação. Eu ouvi hoje, aqui desta tribuna, por parte de alguns Vereadores, que o Governo do Estado e o Governo Municipal fizeram grandes investimentos na área da habitação. Investiram muito na área da habitação. Chegou-se a dizer que se gastaram 40 milhões ou que se está gastando 40 milhões de reais na área da habitação. Eu acredito que parte desse dinheiro deve ser para patrocinar alguns despejos administrativos.

Sábado, recebi um telefonema de uma pessoa desesperada, do Jardim Leopoldina. Essa pessoa estava assistindo a um despejo. Lá estavam dois funcionários do DEMHAB, que foram fotografados - e aqui estavam as fotografias deles, quando o pessoal do Jardim Leopoldina estava aqui presente -, e mais um chaveiro que foi levado lá por esses dois profissionais do DEMHAB. Ligaram para a minha casa para saber qual o procedimento, porque eles estavam sendo despejados sem que houvesse uma explicação maior. Eu disse: “Tem de cobrar dessas pessoas o mandado, porque quem pode despejar ou não despejar é a Justiça.” Não pode o DEMHAB chegar de livre e espontânea vontade e despejar quem quer que seja. Ora, essa pessoa do DEMHAB que estava lá patrocinada, porque, afinal de contas, estava lá com o carro do DEMHAB, que foi fotografado, estava lá também com o tempo pago pela Administração, estava lá levando um chaveiro, também pago pela Administração. Essas pessoas, quando tiveram um enfrentamento legal, elas desapareceram do Jardim Dona Leopoldina. Isso é uma arbitrariedade que nós realmente não podemos permitir, Ver. Pedro Américo Leal, a ilegalidade, a truculência que esse Governo que está aí instalado há tantos anos pratica contra a população mais pobre. Nós não podemos permitir que isso possa continuar acontecendo. E eu acho que parte desses 40 milhões, então, é para patrocinar esses despejos administrativos. Mas, se não bastasse isso, lá na região onde o meu querido amigo, Ver. Reginaldo Pujol, tem a simpatia de uma grande parte do povo, na Restinga, lá na 5.ª Unidade, Ver. Reginaldo Pujol, aquelas unidades sanitárias que foram construídas, aquelas casinhas que foram construídas ali na 5.ª Unidade, sinceramente, Vereador, não dão nenhum tipo de dignidade para que a população mais pobre possa realmente dizer: “Agora, eu estou realmente habitando um lugar decente, onde eu posso criar os meus familiares, onde eu posso realmente ter a base para que a minha família possa crescer.” O Ver. João Dib pegou muito bem, quando veio aqui à tribuna, quando apontou que as casas que eram construídas anteriormente e as casas que são construídas agora, Ver. João Dib, tanto o pessoal lá da Vila Nova, como o pessoal da Restinga, como o pessoal lá do Jardim Dona Leopoldina, todas essas pessoas sabem muito bem que esses investimentos, se tivessem chegado realmente à cifra de 40 milhões de reais, como foi anunciado aqui, ou se tivesse perto dos 8 milhões, que foram anunciados aqui pelo Ver. Estilac Xavier – foi mais modesto o Ver. Estilac Xavier: disse que estão investindo oito milhões de reais -, ora, se tivesse chegado, realmente, a esses patamares, Ver. Estilac, eu tenho certeza absoluta de que, pela qualidade das casas que nós construímos hoje aqui no Município, se poderia realmente construir muito mais. Hoje está-se construindo muito pouco. Hoje, a população, infelizmente, não tem política habitacional, é muito dinheiro aplicado nessa área habitacional sem que vejamos nada em matéria de produtividade. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (José Fortunati): Havendo quórum, passamos à

 

ORDEM DO DIA

 

O SR. LUIZ BRAZ (Requerimento): Sr. Presidente, requeiro que sejam apreciados os seguintes projetos: PLE n.º 019/01, PLL n.º 203/00, PLL n.º 078/01, PLL n.º 157/01, PLL n.º 119/01.

 

O SR. PRESIDENTE (José Fortunati): Em votação o Requerimento do Ver. Luiz Braz.

 

O SR. LUIZ BRAZ (Requerimento): Sr. Presidente, eu faria ainda um acréscimo requerendo que, quando entrarmos para os Requerimentos, o Requerimento n.º 040/02, de autoria do Ver. João Bosco Vaz, seja votado em primeiro lugar.

 

O SR. PRESIDENTE (José Fortunati): Após a votação dos Projetos apresentados, em seguida o Requerimento n.º 040/02.

 

O SR. ESTILAC XAVIER: Sr. Presidente, queremos fazer a proposta de discussão seguinte: primeiro o PLE n.º 019/01, o PLL n.º 203/00, o PLL n.º 078/01, o Veto Total ao PLCL n.º 012/00, o Veto Total ao PLL n.º 088/00 e, depois, seguindo a ordem. Essa é a proposição alternativa.

 

O SR. ISAAC AINHORN (Questão de Ordem): Sr. Presidente, o nobre Ver. Luiz Braz apresentou uma proposta de Projetos a serem votados na tarde de hoje; ato contínuo, o eminente Vereador e Líder da Bancada do PT, Estilac Xavier, apresentou uma outra proposta. Consoante estabelece o Regimento, são dois Requerimentos; conseqüentemente, nós devemos, primeiro, apreciar o Requerimento que teve precedência, que é o do Ver. Luiz Braz. Se, porventura, esse Requerimento for rejeitado, passaremos ao exame e à votação do Requerimento do eminente Líder da Bancada do PT, Ver. Estilac Xavier. Obrigado.

 

O SR. PRESIDENTE (José Fortunati): Ver. Isaac Ainhorn, naturalmente esta Presidência sabe como encaminhar, e encaminharia dessa forma, porque esse é o Regimento da Casa.

A Presidência tem dois Requerimentos: o Requerimento apresentado primeiro pelo Ver. Luiz Braz, que propõe uma determinada ordem, e um segundo Requerimento, apresentado pelo Ver. Estilac Xavier, que coloca uma outra ordem. Vou colocar em votação o Requerimento apresentado pelo Ver. Luiz Braz.

O Ver. Estilac Xavier está com a palavra para encaminhar o Requerimento de autoria do Ver. Luiz Braz.

 

O SR. ESTILAC XAVIER: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, a diferença da proposta de Requerimento é uma só. Temos de começar a apreciar a discussão dos vetos. A nossa proposição albergou, recepcionou a lista proposta pelo Ver. Luiz Braz. Agora, ele coloca também para apreciação matérias que são importantes, de autoria de Vereadores, como é o caso do eminente Ver. Elói Guimarães, que propõe, por exemplo, a permissão de painéis luminosos na frota de táxis cadastrada. Mas temos também um conjunto de vetos a serem apreciados. E rigorosamente nenhum dos vetos entrou na proposição do Ver. Luiz Braz. Temos um Veto ao Projeto de autoria do Ver. João Carlos Nedel, do Conselho Municipal da Família. Nós estamos propondo que apreciemos esse Veto. Nós temos o Veto ao Projeto do Ver. Nereu D’Avila, que é da criação de crédito educativo; temos o Veto ao restaurante popular, do Ver. Haroldo de Souza. Quer dizer, um conjunto de matérias que ensejam discussão. Se nós não começarmos a apreciar esses Vetos, evidentemente vamos começar a trabalhar contra o tempo, quando nós tivermos os prazos findos e eles começarem a trancar a pauta. Proponho que a ordem seja aquela apresentada. Apreciam-se os três primeiros Projetos - o PLE n.º 019/01, PLL n.º 203/00, o PLL n.º 078/01, depois a apreciação dos dois primeiros Vetos. Era isso, Sr. Presidente. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (José Fortunati): O Ver. Luiz Braz está com a palavra para encaminhar Requerimento de sua autoria.

 

O SR. LUIZ BRAZ: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, meu amigo Ver. Estilac Xavier, peço que V. Ex.ª preste atenção aos argumentos que vamos utilizar para que seja mantida aquela ordem proposta inicialmente pelo nosso Requerimento. V. Ex.ª sabe que os vetos têm um determinado prazo legal para serem analisados. Nenhum dos vetos que temos hoje na pauta estão trancando a pauta, não há prazo vencido ainda para nenhum desses vetos, nenhuma dessas matérias exigem tanta velocidade para serem colocadas em prática, ou que nós precisemos avaliar ainda hoje qualquer desses processos.

Como existem muitos projetos para serem votados, tanto de autoria da bancada da oposição como também de autoria da bancada da situação, eu acredito que é melhor, agora que nós podemos, colocarmos os projetos para serem analisados e, quando entrarem os vetos, vamos analisá-los, é claro; aí obrigatoriamente, não podemos fugir; uma pauta só para votarmos os vetos, porque não temos outra saída, os vetos vão impor que esta Casa tenha o comportamento de só analisar esses processos.

Pediria que V. Ex.ª aceite o Requerimento proposto pelas bancadas de oposição desta Casa para que possamos, hoje, priorizar a votação dos projetos e para que possamos começar a análise dos vetos exatamente quando a legalidade do nosso Regimento nos impingir essa atitude na Casa. Vamos solicitar aos Srs. Vereadores que mantenham a ordem estabelecida pelo primeiro Requerimento, porque acredito que não estaremos prejudicando a Casa e nem o Município se mantivermos essa ordem. Nós vamos votar os vetos na ocasião em que eles estiverem aqui para serem votados. Vamos aproveitar agora este espaço para votarmos alguns projetos que há muito tempo esperam pela decisão deste Plenário. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (José Fortunati): Em votação nominal, por solicitação do Ver. Antonio Hohlfeldt, o Requerimento de autoria do Ver. Luiz Braz. (Pausa.) (Após a apuração nominal.) APROVADO por 18 votos SIM, 8 votos NÃO, 1 ABSTENÇÃO.

 

DISCUSSÃO GERAL E VOTAÇÃO

 

(discussão: todos os Vereadores/05minutos/com aparte;

encaminhamento: autor e bancadas/05 minutos/sem aparte)

 

PROC. 3160/01 – PROJETO DE LEI DO EXECUTIVO Nº 019/01, que autoriza a alienação, por inexigibilidade de licitação, de três imóveis próprios municipais remanescentes de desapropriação para implantação da Av. Assis Brasil, à Empresa Santa Paula Contruções Ltda. Com Emenda nº 01.

 

Pareceres:

- da CCJ. Relator Ver. Estilac Xavier: pela aprovação do Projeto e da Emenda nº 01;

- da CEFOR. Relator Ver. Antonio Hohlfeldt: pela aprovação do Projeto e da Emenda nº 01.

 

Observação:

- incluído na Ordem do Dia por força do art. 81 da LOM.

 

O SR. PRESIDENTE (José Fortunati):  Em discussão o PLE n.º 019/01.

 

O SR. ISAAC AINHORN: Eu gostaria de saber o seguinte: há uma Emenda. Qual é o teor e quem é o autor?

 

O SR. PRESIDENTE (José Fortunati): (Lê.) "Emenda nº 01: Autoriza a alienação por dispensa de licitação de três imóveis próprios municipais remanescentes de desapropriação para implantação da Av. Assis Brasil a Empresa Santa Paula Construções Ltda. Autor: Ver. Estilac Xavier."

A Emenda altera somente a Ementa, ou seja, na verdade é simplesmente uma questão redacional que não altera o conteúdo do Projeto.

 

O SR. REGINALDO PUJOL: Sr. Presidente, a alteração estabelece que em vez de “inexigibilidade de licitação” seja “dispensa de licitação”, o que produz o mesmo efeito e tem uma melhor técnica redacional.

 

O SR. PRESIDENTE (José Fortunati): Com certeza. O Ver. Isaac Ainhorn está com a palavra para discutir o PLE n.º 019/01.

 

O SR. ISAAC AINHORN: Sr. Presidente, Sr.ªs Vereadoras e Srs. Vereadores, é apenas uma questão preliminar de natureza processual que eu trago ao exame dos Srs. Vereadores. Nós estamos votando um Projeto de Lei do Executivo Municipal que autoriza a alienação por inexigibilidade de licitação de três imóveis próprios municipais, localizados na Av. Assis Brasil, 7.211, com o número da matrícula 74. A empresa proprietária das áreas lindeiras é Santa Paula Construções Ltda. Do ponto de vista jurídico, a própria Comissão de Justiça deu pela aprovação da proposição. Esse Projeto também passou pela Comissão de Economia, Finanças e Orçamento, e, logo após, eu observo que há, na Comissão de Economia Finanças e Orçamento, a designação do Ver. João Carlos Nedel, em 19 de fevereiro de 2002, para parecer ao Projeto e à Emenda n.º 1. De outro lado, outras Comissões que se deveriam manifestar sobre a presente matéria, como a Comissão de Saúde e Meio Ambiente e a Comissão de Urbanização e Habitação desta Casa, não se manifestaram. Este Projeto encontra-se, Ver. Luiz Braz, incluído na Ordem do Dia por força do art. 81. Eu gostaria que, no mínimo, a Liderança do Partido dos Trabalhadores - que recorreu ao art. 81, que é a inclusão do Projeto que, na Ordem do Dia, esteja tramitando há mais de trinta dias - explicasse por que precisa, com tanta rapidez, da aprovação desse Projeto, uma vez que outras comissões da Casa não foram ainda ouvidas. E o trabalho das Comissões Permanentes é fundamental para o deslinde dos processos. Normalmente o art. 81 é objeto de requerimento quando, no final das Sessões Legislativas, há uma imperiosa necessidade de se examinarem matérias com muita rapidez, não sendo este o caso, porque recém estamos iniciando uma Sessão Legislativa. Há uma obra importante a ser feita para se fazer esta alienação tão rapidamente? Era o que queria saber.

Ao que me consta, as obras do Município de Porto Alegre estão todas, neste momento, na sua maior parte, pelo menos, atrasadas. Surpreende-me que, neste momento, haja uma preocupação do nobre Ver. Estilac Xavier em votar esta matéria. São três terrenos da empresa Santa Paula localizados na Assis Brasil.

Eu acho de bom alvitre, de boa política que esses projetos envolvendo alienação, Ver. Elói Guimarães, V. Ex.ª que é um experiente Vereador desta Casa, passem por todas as Comissões, para que elas façam a avaliação técnica da sua profundidade. É a história do exame de alienações e autorizações.

 

(Aparte anti-regimental do Ver. Adeli Sell.)

 

Faz parte do processo legislativo, Ver. Adeli Sell, V. Ex.ª que quer assumir ares de corregedor.

 

O SR. PRESIDENTE (José Fortunati): Ver. Isaac Ainhorn, o Ver. Ervino Besson se inscreve e cede o tempo a V. Ex.ª para discutir o PLE n.º 019/01.

 

O Sr. Elói Guimarães: V. Ex.ª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Eu acompanho a análise, o pronunciamento, as preocupações de V. Ex.ª e reafirmo que a história da Casa tem a tradição de fazer a análise dos projetos, mormente quando se trata de situação como a examinada por V. Ex.ª.

 

O SR. ISAAC AINHORN: Eu agradeço e recolho o experiente aparte de um Vereador que tem história e que preside, há muito tempo, uma das mais importantes Comissões da Casa, que é a Comissão de Constituição e Justiça, pela qual passou este Projeto. E nela é dito que não há óbice legal para a tramitação do Projeto. Muito bem, ele pode tramitar, mas tem que ser examinado no seu conteúdo, nos valores, nos elementos conformativos da aquisição ou da alienação do imóvel. Ou esta Casa vai ser apenas uma casa de homologação dos interesses do Executivo? Não, tenho certeza de que não é esse o espírito. Por isso eu gostaria de ouvir da Liderança do Partido dos Trabalhadores, que certamente já tomou a providência de se inscrever para esclarecer o porquê do interesse, da importância, para o Executivo Municipal, de ver aprovado, rapidamente, esse Projeto que aliena três imóveis independentemente de licitação. Trata-se de três imóveis municipais, segundo informa, remanescentes de desapropriação. Normalmente a política de remanescentes é realmente a da alienação; agora, teríamos que ter mais dados, porque, pelas Comissões não passaram.

 

O Sr. João Antonio Dib: V. Ex.ª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Nobre Vereador Isaac Ainhorn, não vejo dificuldades maiores em entender o Projeto de Lei que quer fazer alienação. São restos de terrenos que só podem ser vendidos ao lindeiro. O que eu não consigo entender é que um terreno tem 28,70m, outro tem 49m e um outro tem 35,97m, e que os dois últimos receberam o valor de 160 reais o metro quadrado e o primeiro 146 reais. Eles estão localizados no mesmo quarteirão, na mesma área. Ainda que, de acordo com outros cálculos que já vi por aí afora, 160 reais seja um valor baixo. De qualquer forma penso que os três terrenos deveriam ter o mesmo valor, já que estão na mesma área. Muito obrigado.

 

O SR. ISAAC AINHORN: Essa questão que V. Ex.ª propõe, com propriedade e com a experiência de que dispõe na análise desses processos, teria, no âmbito da Comissão de Urbanização, Transporte e Habitação da Casa ou na Comissão de Finanças, as condições necessárias para saber o porquê da discrepância do preço do metro quadrado em imóveis localizados na mesma região. Certamente há uma razão, tenho quase que convicção disso. O Sr. Prefeito não estaria informando de forma errônea a esta Casa e nem seria esse o seu espírito, mas quero colocar aqui, Ver. Aldacir Oliboni, que seria bom para a Casa que os projetos tramitassem com a serenidade necessária e, ao mesmo tempo, passassem pelas Comissões Permanentes para dirimir dúvidas como essa, apontada pelo experiente Ver. João Antonio Dib.

 

O Sr. Reginaldo Pujol: V. Ex.ª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Vereador, antes de mais nada, quero louvar a preocupação de V. Ex.ª de valorizar o exame prévio pelas Comissões. Não obstante isso, quero dizer que me inclino favoravelmente a este Projeto, porque sei que ele foi analisado na Comissão de Finanças pelo zeloso Ver. Antonio Hohlfeldt, que, nesse particular, como disse, é realmente muito zeloso e que diz que o Processo está convenientemente instruído e trata-se de “nesga sem outra finalidade a não ser alienação a lindeiro interessado” - é tão somente isso. Agora, V. Ex.ª levanta alguns aspectos que acredito que o Ver. Antonio Hohlfeldt deva ter examinado adequadamente nesta matéria. É lamentável que, no momento, ele não esteja aqui; senão ele nos poderia esclarecer. Muito obrigado.

 

O SR. ISAAC AINHORN: Agradeço o aparte, Vereador. Ver. Juarez Pinheiro, não lhe posso conceder aparte, porque meu tempo terminou. Como se encerrou o ano legislativo, novamente o Processo retornou ao Vereador da Comissão de Finanças e Orçamento para exame da matéria, e esses dados não estão suficientemente esclarecidos, razão pela qual eu me preocupo com a aprovação deste Projeto na forma como se encontra. Talvez o mais indicado fosse adiarmos o debate por uma Sessão, a fim de que pudéssemos, com tranqüilidade, ouvir, inclusive, a palavra do eminente Ver. Antonio Hohlfeldt, que prolatou os pareceres presentes nesse processo. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (José Fortunati): O Ver. Estilac Xavier está com a palavra para discutir o PLE n.º 019/01.

 

O SR. ESTILAC XAVIER: Sr. Presidente, Sr.ªs Vereadoras e Srs. Vereadores, eu tentei extrair das preocupações do Ver. Isaac Ainhorn as razões pelas quais ele questionou. Sinceramente, se houvesse elementos que me convencessem de que há uma precipitação em torno dessa votação, eu não teria problema nenhum em chegar ao microfone e pedir tantas prorrogações quantas fossem necessárias ao debate. Mas, nós estamos aqui com este Processo desde agosto. Ele foi analisado e votado na Comissão de Constituição e Justiça – votaram os Vereadores Elói Guimarães, Juarez Pinheiro, Nereu D’Avila e Reginaldo Pujol sobre a sua legalidade -; recebeu análise da Procuradoria da Casa; depois, o Projeto foi à Comissão de Finanças, Economia e Orçamento e do MERCOSUL e recebeu a aprovação do Ver. Antonio Hohlfeldt, Presidente e Relator, que também foi acompanhado pelos Vereadores Carlos Alberto Garcia, Ervino Besson, Adeli Sell e João Antonio Dib. Eu não vejo onde está o problema!

Nós estamos tratando aqui de nesgas cujo interesse é do lindeiro, o Projeto está aqui desde o mês de agosto e não vejo motivo para não se votar. Ele entrou na pauta por um acordo que fizemos – aliás, foi o único ponto de acordo em que propus uma outra alteração. Não extraí das suas preocupações elementos que me levassem a alterar a minha opinião.

 

O Sr. Isaac Ainhorn: V. Ex.ª permite um aparte? (Assentimento do orador.) A minha questão é meramente processual. Não podemos atropelar processos que envolvam a alienação de próprios do Município. E vem corroborar para a certeza da minha preliminar o Ver. João Antonio Dib, que diz: “Não estou entendendo por que é que têm preços discrepantes.” Até agora a Liderança do PT, que está na tribuna, não respondeu sobre a questão. Quero que me responda, para esclarecer. Normalmente, nas Comissões Permanentes, este trabalho é dissecado, é aprofundado. Obrigado.

 

O SR. ESTILAC XAVIER: Mas, Ver. Isaac Ainhorn, onde é que têm preços discrepantes aqui? Têm as áreas, as matrículas e os valores de cada uma delas. Aqui está o valor total: 17 mil 826 reais. Não há nenhum atropelamento ao processo. Se V. Ex.ª me demonstrar que existe discrepância de valores, e com base no que tem discrepância de valores, se passou pelas Comissões?

 

O Sr. João Antonio Dib: V. Ex.ª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Nobre Ver. Estilac Xavier, eu sempre discuto a Pauta. Podem ser buscadas as atas onde eu levantei os valores que agora estou apontando. Na Comissão de Finanças vem aquela coisa de final de ano, todo mundo corre e aí acontece, mas pode ser verificado na Pauta que levantei o problema. Estou apresentado uma Emenda que acho que sana todos os problemas. “No art. 2.º substitua-se o valor de 7 mil 864 reais e 85 centavos por 8 mil 256 reais e 85 centavos. Justificativa: na mesma área o metro quadrado deve ter o mesmo valor.” Acho que resolvemos o problema e não haveria discrepância. No entendimento deste Vereador, resolve.

 

O SR. ESTILAC XAVIER: Ver. João Antonio Dib, V. Ex.ª está fazendo uma Emenda. Mas, não acho correto, na sua exposição de motivos, dizer que o fim de ano foi apressado. Não posso concordar com isso.

 

O SR. PRESIDENTE (José Fortunati): O tempo de V. Ex.ª está esgotado, nobre Vereador.

 

O SR. ESTILAC XAVIER: A Ver.ª Helena Bonumá está-se inscrevendo e cede o tempo para este Vereador.

 

O SR. PRESIDENTE (José Fortunati): V. Ex.ª está com a palavra para discutir o PLE n.º 019/01 por cedência de tempo da Ver.ª Helena Bonumá.

 

O SR. ESTILAC XAVIER: Como é que eu posso, aqui na tribuna, discriminar processos que foram mais ou menos acelerados para o fim de ano? Aliás, eu não tenho assento, inclusive, na Comissão de Economia, Finanças e Orçamento; então a proposição está para o debate. Ele entrou em agosto, foi feita a análise pela Comissão de Constituição e Justiça e pela CEFOR, e nós estamos no mês de março. Quais são os elementos que estão colocados?

 

O Sr. Isaac Ainhorn: V. Ex.ª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Nobre Ver. Estilac Xavier, eu falava que é importante que os processos passem por todas as Comissões em situação normal, a menos que haja muita urgência, porque as Comissões Permanentes aprofundam as questões desses processo. Daí o Ver. João Antonio Dib me pediu um aparte e disse que não estava entendendo por que áreas localizadas juntas têm valores de avaliação distintos. Eu disse: “Vejam como é precipitado votar projetos que não passam por todas as Comissões!” A minha questão é formal, do cuidado que se deve ter em relação aos processos, a menos que haja uma urgência muito grande do Executivo em ver aprovada essa matéria. Obrigado.

 

O SR. ESTILAC XAVIER: Ver. Isaac Ainhorn, esses processos não vêm para a Casa antes da apreciação da Comissão de Patrimônio. Portanto, veio um trabalho técnico que suportou isso e foi analisado pela Comissão de Constituição e Justiça e pela CEFOR. Eu não entendo qual é a outra Comissão permanente que tem de se desdobrar sobre esse assunto. Eu não vejo, aqui na Casa, outra comissão que tenha de se manifestar sobre esse assunto.

 

O Sr. Juarez Pinheiro: V. Ex.ª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Ver. Estilac Xavier, duas Comissões se manifestaram: a Comissão de Constituição e Justiça e a CEFOR. A discrepância de valor é pelo tamanho dos imóveis; só isso.

 

O SR. ESTILAC XAVIER: O Ver. Juarez Pinheiro me explica, respondendo ao aparte do Ver. João Antonio Dib, o que ele entende por discrepância dos valores.

Eu volto a afirmar, Sr. Presidente, o PLE n.º 019/01 entrou a pedido, inclusive de outros Vereadores. Eu fiz a solicitação, porque percebi que no processo interno da Casa ele já tramitou, e não há por que não votar. Agora, se alguém apresentar algum dado aqui que questione o mérito dessa proposição, nós pedimos o adiamento. Não há problema nenhum, mas tem de apresentar. O que houve aqui foram alegações de que não é bom o Processo. Mas o Processo passou nas Comissões Permanentes onde ele tem de passar. Passou na Comissão de Constituição e Justiça e na CEFOR. Sr. Presidente, as Comissões Técnicas, que tratam desse assunto, foram ouvidas.

 

O Sr. Isaac Ainhorn: V. Ex.ª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Vereador, na designação das comissões que deveriam se manifestar sobre o processo, indica que deve falar a Comissão de Constituição e Justiça, a Comissão de Finanças e Orçamento, a Comissão de Urbanização, Transporte e Habitação e a Comissão de Saúde e Meio Ambiente. Apenas se manifestaram sobre a legalidade a Comissão de Constituição e Justiça e a Comissão de Finanças e Orçamento, faltava ouvir duas Comissões, quando V. Ex.ª pediu o artigo 81.

 

O SR. ESTILAC XAVIER: V. Ex.ª bem sabe, Ver. Isaac Ainhorn, que as Comissões Técnicas, que tratam dessa questão, no que diz respeito à legalidade e aos valores, são a Comissão de Constituição e Justiça e a Comissão de Finanças e Orçamento; as outras Comissões analisam méritos, e aqui nós estamos tratando de questões de legalidade.

Portanto, Sr. Presidente, nós vamos encaminhar favorável. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (José Fortunati): O Ver. Juarez Pinheiro está com a palavra para discutir o PLE n.º 019/01.

 

O SR. JUAREZ PINHEIRO: Sr. Presidente, Sr.ªs Vereadoras e Srs. Vereadores, Ver. Isaac Ainhorn, esse é um típico exemplo de uma falsa polêmica que é colocada ao Plenário. Eu até penso, Ver. Luiz Braz, que não há disposição em votar o seu Projeto, porque mais claro do que está aqui no Processo é impossível.

O que ocorre, Ver. João Antonio Dib? Houve uma desapropriação - estou com o croqui - de uma área lindeira à Av. Assis Brasil dos antigos proprietários, que foram desapropriados de uma área contígua à Av. Assis Brasil. O Ver. Sebastião Melo conhece essa matéria. Posteriormente, Ver. João Antonio Dib, foi vendido para a Empresa Vento Negro, que vendeu para a Empresa Santa Paula. Para que estão sendo alienadas essas três nesgas? É para que a empresa tenha acesso à via pública. Hoje, a empresa não tem acesso à via pública, tem acesso, por permissão de uso, a um próprio municipal, ou seja, a empresa está sem acesso à via pública e, por essa razão, há a inexigibilidade, e o termo certo é esse: inexigibilidade; não é dispensa, por que não é, Ver. Isaac Ainhorn? Por que só essa empresa pode adquirir esse imóvel? Não há possibilidade de estabelecer-se competição, porque a empresa, com a desapropriação ficou sem acesso à via pública. Hoje ela tem acesso entre a empresa e entre a Av. Assis Brasil, onde há uma nesga de terra que pertence ao Município.

Claro que considerei, nobre Prof. Isaac Ainhorn, oportunamente nesse meu espaço. Quero dizer que existe aqui uma impossibilidade de competição.

Ver. Isaac Ainhorn, para que o seu aparte seja mais eficaz, como sempre o é: há pareceres da Comissão de Constituição e Justiça, da Comissão de Economia, Finanças e Orçamento, e quando a Comissão de Constituição e Justiça dá parecer, ela examina isso aqui, esse Processo de capa azul, porque esse Processo, Ver. Isaac Ainhorn, tem um parecer da Coordenação de Patrimônio do Município, que V. Ex.ª conhece e ali é colocado um laudo de avaliação extremamente exaustivo do preço de cada nesga de terra, que são três, e é dito, Ver. João Antonio Dib, que a partir daquela avaliação o preço será corrigido pelo GPDI. Portanto, por favor, fazer polêmica falsa? Onde não existe, ou existe, Vereador? Diga-me onde está? Outra empresa pode adquirir essa área, Ver. Isaac Ainhorn? É possível que essa empresa não tenha acesso à via pública, que ela tenha de pedir licença para o Município para ir até à Av. Assis Brasil, porque não tem acesso?

 

O Sr. Isaac Ainhorn: V. Ex.ª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Ver. Juarez Pinheiro, é por essa razão que eu estranho a pressa do PT, que solicitou o art. 81 para inclusão na Ordem do Dia. Esclareço: isso o que V. Ex.ª está dizendo deveria ser abordado até por uma visita in loco pela Comissão de Urbanização, Transportes e Habitação, que não foi ouvida pela matéria. E não é inócua, Vereador! Tem parecer da CUTHAB?

 

O SR. JUAREZ PINHEIRO: Existe o parecer da Comissão de Justiça, da Comissão de Finanças e, Ver. Isaac Ainhorn, há aqui de forma elucidativa, eu mostro a V. Ex.ª, um croqui da Coordenação de Patrimônio que mostra que essa Empresa se encontra privada de acesso à via pública. Por isso que é inexigível a licitação. Há aqui um laudo exaustivo de várias páginas sobre o cálculo, sobre o custo do metro quadrado e, Ver. Isaac Ainhorn, se são áreas de tamanhos diversos, como é que V. Ex.ª quer que as mesmas tenham o mesmo valor, Ver. Isaac Ainhorn? Isso é questão de aritmética, isso é questão de bom senso, isso é questão de lógica!

E, Ver. João Dib, me permita, a sua Emenda é despicienda, porque é colocado que, a partir daquele valor, será corrigido pelo GPDI. E eu acho, se esse Processo de capa azul acompanha o Projeto de Lei, ele é por demais elucidativo da correção da alienação, que fazemos aqui uma falsa polêmica, politizamos um debate administrativo, quando os dados constantes no Processo são absolutamente suficientes. E quer-se permitir que a empresa tenha acesso à via pública, tenham dó, por favor! Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (José Fortunati): Apregoamos a Emenda de Liderança, que propõe alteração do art. 2.º, substituindo o valor de R$ 7.864,85 (sete mil, oitocentos e sessenta e quatro reais e oitenta e cinco centavos) por R$ 8.256,85 (oito mil duzentos e cinqüenta e seis reais e oitenta e cinco centavos). Justificativa: “A mesma área, o metro quadrado deve ter o mesmo valor. Assinado pelo Ver. João Antonio Dib, Líder da Bancada do Partido Progressista Brasileiro.”

O Ver. João Antonio Dib está com a palavra para discutir o PLE n.º 019/01.

 

O SR. JOÃO ANTONIO DIB: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, o que me preocupa é se assustarem com a própria sombra. Até quando alguém deseja ajudar, já imaginam que o Vereador que deseja ajudar está com armas poderosas para agredir. Não, eu não quero nada disso! E quando o Vereador, com a tranqüilidade, com a seriedade e serenidade de sempre diz que no fim do ano os processos se aceleram e nós não vamos poder discutir, é porque nós votamos moções, requerimentos tolos e não votamos aquilo que deve ser votado. E muito mais: a Liderança do PT, a Bancada do PT não presta atenção quando o Ver. João Dib vem na tribuna e diz o que deve ser feito. O Ver. Adeli Sell também não presta atenção.

No dia 22 de agosto de 2001, eu vim nesta tribuna e disse; mas, num espaço de cinco minutos, Sr. Presidente, é impossível analisar três dezenas de projetos de lei que estão na Pauta, por isso, vou olhar só dois, os dois do Executivo.

Primeiro, o Executivo pede autorização para alienar áreas pequenas, sem dúvida nenhuma, na Av. Assis Brasil. Eu só não consigo entender - talvez o Executivo consiga explicar -, porque, no mesmo lugar, distante alguns metros um terreno do outro, um é vendido a 146 reais o metro quadrado; o outro, a 160 reais e 50 centavos, e o terceiro a 160 reais e 5 centavos. Eu gostaria que alguém do Executivo, alguém da bancada petista, que se assusta com a própria sombra, pudesse esclarecer as razões da diferença de preço em terrenos juntos. Não é um em uma quadra e outro em outra quadra. Não. Estão na Av. Assis Brasil, Rua Senhor do Bom Fim e Rua Major Dioniso Dorneles. Os três pedaços estão na mesma área. E por que têm valores diferentes? Talvez os doutos do Executivo consigam explicar, talvez, os doutos deste Plenário também consigam me explicar.

 

O Sr. Juarez Pinheiro: V. Ex.ª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Ver. João Antonio Dib, não precisa ser douto para explicar, é meramente um pouquinho de lógica, lógica formal para explicar. Em primeiro lugar, aqui há um laudo detalhado de colegas seus, engenheiros, profissionais, trabalhadores municipais como V. Ex.ª, que fazem um laudo espetacular, pela sua qualidade. Então, são colegas seus, funcionários municipais que fazem esse laudo. De outra parte, Ver. João Antonio Dib, um terreno lindeiro a outro pode ter situação geográfica diferente; pode ser da esquina ou não ser. E V. Ex.ª sabe que isso altera o preço em qualquer avaliação que se faça de valor venal de imóveis. Portanto, Ver. João Antonio Dib, apenas quero trazer este debate para o bom-senso, sair da politização do mesmo, porque há aqui um laudo extremamente claro feito por colegas seus municipários, engenheiros e arquitetos. E são terrenos com situações diversas, daí uma pequena diferenciação entre uma nesga e outra. Agora, a empresa encontra-se sem possibilidade de acesso à via pública, porque o seu imóvel termina em um próprio municipal. Quero que V. Ex.ª considere esses argumentos.

 

O SR. JOÃO ANTONIO DIB: Nobre Vereador, eu sou honrado com o seu aparte. Mas eu não tenho razões para acreditar no Executivo. E vou lhe dizer agora porquê. Propuseram aqui a venda, por 24 reais o metro quadrado na Av. Sertório. Eu achei que era um absurdo. Baixei em diligência. Li desaforos, no processo, à minha pessoa, e fiz com que voltasse ao Prefeito para que pedisse desculpas, porque de 24 passou para 110. Então, provavelmente, eu não estou colocando dúvidas, provavelmente duas pessoas diferentes analisaram. Uma achou 146 reais e outra achou 160. O que estou propondo? Que se nivelem os preços. Se não quiserem fazer, não tenho objetivo de impedir o problema da Santa Paula. Fiz uma Emenda tentando corrigir. Não estou fazendo nenhum mistério.

 

O Sr. Juarez Pinheiro: V. Ex.ª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Ver. João Antonio Dib, eu sou exemplo, porque fui membro dessa Comissão de Alienação de Imóveis por um tempo, e V. Ex.ª tem contribuído muito com suas observações em questões de imóveis por conhecer a Cidade, por ter sido Prefeito e estudado. Mas o fato de um erro que tenha havido em um processo não permite a V. Ex.ª pré-julgar que todos os laudos que venham estejam equivocados. Esse é um pré-julgamento que não condiz com a sua inteligência e honradez.

 

O SR. JOÃO ANTONIO DIB: Nobre Vereador, eu não fiz isso; eu só disse que, num determinado momento, eu pedi que baixassem diligência, porque achei que 24 reais era afrontoso, porque eu olhava os outros. Mas eu tenho tão boa memória que o computador trouxe aqui o que eu disse no dia 22 de agosto. Se tivessem prestado atenção... É por isso que eu gosto de falar na Pauta. Eu examino os projetos de lei, dou sugestões. O representante do Prefeito, volta e meia, traz aqui a despesa com a Lei de Responsabilidade Fiscal. Saúde e paz! Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (José Fortunati): O Ver. Adeli Sell está com a palavra para discutir o PLE n.º 019/01.

 

O SR. ADELI SELL: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, Ver. João Antonio Dib, há várias formas de ouvir. Quando circulamos no corredor ou estamos em nosso gabinete, podemos ouvir tudo o que se passa aqui com muita atenção. Quando V. Ex.ª fala de assuntos de correção ou incorreção do Executivo Municipal, eu sou um dos seus mais atentos ouvintes. Mas não posso aceitar que, permanentemente, se venha a esta tribuna duvidar dos preços dos terrenos da Prefeitura, como se os preços de um terreno e outro fossem sempre iguais. No Bom Fim, há um preço; na Assis Brasil, há outro; na Sertório, há outro. Dois terrenos, um ao lado do outro, podem ter valores completamente diferentes, esquina, fácil acesso. Sim, Ver. Isaac Ainhorn, apesar de V. Ex.ª estar um pouco agitado comigo hoje, sempre lhe darei aparte.

 

O Sr. Isaac Ainhorn: V. Ex.ª permite um aparte? (Assentimento do orador.) V. Ex.ª sempre vai merecer os apartes quando eu estiver nesta tribuna. Se um Vereador, nesta Casa, examinando um processo, não pode esgotá-lo, não pode examiná-lo na sua profundidade, sinceramente, Vereador, não tem o que nós estarmos fazendo aqui. Não podemos, simplesmente, ser uma Câmara de homologação. Não estamos duvidando dos valores, nem do que os funcionários atribuíram, nem o que o Executivo atribuiu, às vezes é da natureza humana o erro, e às vezes, ocorre, não que neste caso esteja ocorrendo. Agora, de forma violenta, o Líder o PT não admitiu qualquer emenda, uma pequena emenda ao processo. O erro é que o Ver. Estilac Xavier usou o artifício do art. 81 para ver votado rapidamente esse processo. Se for tão urgente assim, então vamos votá-lo; agora, ele tem que explicar por que é tão urgente, assim vamos votar e compreender a urgência que o caso exige. Não passou por todas as Comissões, Vereador.

 

O SR. ADELI SELL: Vereador, eu que acompanho a CEFOR, por onde passam esses projetos sempre, absolutamente sempre, e quando são arquivados, no final do ano, eles voltam necessariamente para a Comissão de Economia, Finanças e Orçamento, nós temos estudado com toda a tranqüilidade, e, se a Liderança do Partido dos Trabalhadores solicitou urgência, é porque tem as suas razões.

 

O Sr. Estilac Xavier: V. Ex.ª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Ver. Adeli Sell, primeiro, não há nenhuma rejeição nossa com relação às hipóteses lançadas de alteração de preço, mas o Ver. Juarez Pinheiro já explicou muito bem a diferença com o Ver. João Antonio Dib, e depois falar de 81 para 81, aqui passou por duas Comissões técnicas, nós votamos empenas cegas sem ter passado por nenhuma Comissão.

 

O SR. ADELI SELL: Exatamente, nós temos a apreciação de duas Comissões. O Ver. Juarez Pinheiro já explicou essa questão, sei que o Ver. João Antonio Dib está me ouvindo, segundo o Vereador, ele sempre ouve o que nós falamos. Portanto, vamos continuar a prestar muita atenção para esse debate, porque eu acho que ele está se esgotando, pode se esgotar agora, podemos votar com tranqüilidade, ninguém está vendendo gato por lebre, ninguém está tentando ludibriar esta Câmara de Vereadores, aqui são pessoas nobres, doutas. Eu tenho a convicção de que todos estão acompanhando todo e qualquer processo da Prefeitura Municipal de Porto Alegre porque, eu volto a repetir, o dever de cada Vereador é fiscalizar o Executivo, seja da situação ou da oposição. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (José Fortunati): O Ver. Elói Guimarães está com a palavra para discutir o PLE n.º 019/01.

 

O SR. ELÓI GUIMARÃES: Sr. Presidente, Sr.ªs Vereadoras e Srs. Vereadores, o debate produzido pelo Ver. Isaac Ainhorn é altamente fértil, fecundo e pretende estabelecer o princípio que, inquestionavelmente, é regra salutar, de determinadas matérias submeterem-se ao crivo irrestrito das Comissões. Não há nenhuma acusação formal a divergências porventura localizadas no referido Processo, como a trazida em aparte e em Emenda pelo Ver. João Antonio Dib. Agora, o princípio da análise ampla, a Casa deve adotar como critério, Ver. Isaac Ainhorn, de segurança, de democracia e de transparência. É o princípio colocado nas relações negociais do Município de Porto Alegre. Fica aqui a nossa manifestação para dizer e até acicatar que aqueles que, por ventura, levantaram dúvidas, o fizeram no terreno da subjetividade, assumiram a sua subjetividade, porque, de objetivo, Vereador Líder do PT, não há nenhuma irregularidade exposta. Agora, há, sim, um apelo a um princípio que deve nortear matérias desta natureza, que devem passar lenta e acuradamente, Ver. Pedro Américo Leal, à análise de todas as Comissões. É formalidade? Acredito que não. É princípio salutar, mesmo que determinadas Comissões não tenham a cautela, muitas vezes, dada a sua natureza, que se faz imprescindível, mas como princípio, como regra de democracia, como regra de transparência, é indiscutível. Por isso, eu entendo, Sr. Presidente e Srs. Vereadores, independentemente do encaminhamento que estamos fazendo, que o debate trazido pelo Ver. Isaac Ainhorn é digno da respeitabilidade da Casa, é digno da acolhida do princípio de que matérias de cunho econômico, de natureza negocial, devem sofrer a peneira mais absoluta da Casa, para que a tranqüilidade se realize nos votos que serão dados à referida matéria.

Então, fica aqui a nossa análise apenas para dizer que o debate é importante, porque chama a atenção para um princípio que é a análise irrestrita de matérias desta natureza e de outras, que envolvem assuntos de cunho, de fundo, econômico. Fica portanto aqui, Presidenta, a nossa manifestação neste sentido. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

A SRA. PRESIDENTA (Helena Bonumá): O Ver. Luiz Braz está com a palavra para discutir o PLE n.º 019/01.

 

O SR. LUIZ BRAZ: Sr.ª Presidenta, Sr.ªs Vereadoras e Srs. Vereadores. Eu acho que todos sabem que nesse tempo todo que eu sou Vereador aqui nesta Casa, e, principalmente quando o Partido dos Trabalhadores assumiu a Prefeitura Municipal, eu sempre me coloquei como oposição, eu nunca escondi isso. Os Líderes do PT que sempre estiveram aqui no Plenário sabem muito bem que eu nunca procurei o PT para fazer conchavos, coligações, ou para trabalhar junto. Eu sempre me coloquei na oposição, sempre fui oposição ao PT aqui nesta Casa, porque eu acho que é o papel que me foi dado pelas pessoas que me elegeram durante todo esse tempo.

Hoje, eu quero pedir aos meus amigos da oposição, que a gente está, eu acredito que no caso deste Processo aqui, cometendo algum pecado no que tange ao tempo que nós estamos gastando para discutir essa matéria.

Vejam só, a diferença entre o que está no Processo do Projeto e a Emenda do Ver. João Antonio Dib - que está absolutamente correta, eu não estou criticando de jeito nenhum, o Ver. João Dib está absolutamente correto - é uma diferença de pouco mais de 300 reais. A diferença entre a Emenda do Ver. João Dib, que é um Vereador considerado por todos nós, pela sociedade, que vai viabilizar a aprovação do Projeto, e o Projeto em si, é uma diferença de 300 reais. Nós não podemos gastar a nossa tarde, com tantos processos importantes, discutindo uma diferença de 300 reais. Eu acho que nós tínhamos de, no máximo, colocar esse Projeto para a votação. E era isso que eu esperava, quando eu fiz a proposição inicial daquela ordem de projetos para serem votados, era exatamente para que pudéssemos votar rapidamente o Projeto, este Projeto aqui. É claro que podemos aprovar a Emenda do Ver. João Dib, creio que não há problema nenhum. Creio que está correto, porque o Ver. João Dib está estabelecendo o preço por metro quadrado. Correto. Só que a diferença não é tão grande assim, a diferença é muito pequena.

 

O Sr. Isaac Ainhorn: V. Ex.ª permite um aparte? (Assentimento do orador.) A questão foi corretamente apreendida pelo eminente Presidente da Comissão de Constituição e Justiça desta Casa, Ver. Elói Guimarães. Trata-se de uma questão de método. O Projeto de Lei, notadamente de natureza de autorização de venda, de alienação, tem de passar por todas as Comissões técnicas da Casa. Apesar de o PT ter dito que passou, ele não passou. Mas, se não passou, ele tem de explicar quais as razões que o levam a pedir a urgência extrema do art. 81 da Lei Orgânica da cidade de Porto Alegre. É essa a questão, Vereador.

 

O SR. LUIZ BRAZ: Ver. Isaac Ainhorn, eu vou, pela primeira vez nesses meus vinte anos, fazer o papel de defensor do Governo. Pela primeira vez em vinte anos. Eu penso que existe um argumento que está aqui no Processo que não podemos jamais desconhecer. Quando está impedindo, Ver. Pedro Américo Leal, a passagem de alguém para a via pública, quando uma empresa está sendo impedida de chegar até a via pública normalmente e quando ela vai comprar um pedaço dessa área para, realmente, ter acesso a essa via pública, e quando a diferença entre o preço do Projeto e o preço - o Ver. João Antonio Dib é uma pessoa que nós confiamos e acreditamos - é de 300 reais, eu penso que não existem argumentos para que fiquemos aqui ocupando a tarde toda. Eu não quero ser censor de ninguém, pelo amor de Deus. Mas um Projeto como esse se negocia rapidamente e se vota rapidamente, até para que possamos, aqui, nas matérias que necessitam um maior trabalho para explicar à sociedade, gastar um tempo maior.

Sou favorável a esse Projeto da forma como está, com a Emenda de autoria do Ver. João Antonio Dib. A Emenda corrige? Corrige, traz uma diferença de 300 reais. Penso que a Bancada do PT não precisa ficar gastando pólvora para poder derrubar a Emenda do Ver. João Antonio Dib, que está, sinceramente, colocando aqui o preço correto. E entre o preço correto e o preço incorreto não é uma diferença grande. Vou repetir: a diferença que existe entre o preço correto e o preço incorreto é uma diferença de 300 reais. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

A SRA. PRESIDENTA (Helena Bonumá): A Ver.ª Sofia Cavedon se inscreve para discutir o PLE n.º 019/01 e cede o seu tempo ao Ver. Juarez Pinheiro.

O Sr. Juarez Pinheiro está com a palavra para discutir o PLE n.º 019/01.

 

O SR. JUAREZ PINHEIRO: Sr. Presidente, Sr.ªs e Srs. Vereadores, Ver. Luiz Braz, talvez essa matéria seja pedagógica porque temos uma série de processos tratando de alienação de imóveis que chega a nós. E a discussão talvez não seja desnecessária, até para que venham somente os Vereadores de primeira legislatura, ou não, e alguns antigos a se apropriar da forma como esse processamento se dá. Os bens públicos, sabemos todos nós, são de uso especial, bem de uso comum do povo e bens dominiais. Sobre os bens dominiais, o Município pode fazer negociação com os particulares, com os cidadãos, sejam pessoas físicas, sejam pessoas jurídicas. Sempre que há uma doação - e isso até já é impedido, havia, porque a Lei de Licitações não permite mais -, quando há uma permuta ou uma alienação, sempre passa pela Comissão de Alienações de Imóveis. Como é constituída, Ver. Pedro Américo Leal, essa Comissão? Ela é constituída por uma coordenação que necessariamente é composta por um arquiteto, uma arquiteta ou engenheiro, há membros de várias Secretarias do Governo para que isso... Ver. Isaac Ainhorn, V. Ex.ª diz que todos sabem disso, mas não parece. Considero V. Ex.ª o mais inteligente neste Plenário, mas o Vereador desconhecia este fato. Ver. Isaac Ainhorn, passa por esta Comissão, Ver. Luiz Braz, e ali há uma normatização de como fazer esses cálculos, mas não é no “achômetro”, “por que eu acho ou ‘desacho’”, isso é feito com cálculos conforme e formalmente dentro de padrões modernos de avaliação de imóveis. Não é uma questão de subjetividade, há uma normatização pelos órgãos técnicos em nível internacional. A Comissão de Alienação de Imóveis não vai ali emitir subjetividades, ela tem que adaptar o caso concreto a uma forma de fazer pareceres.

 

O Sr. Isaac Ainhorn: V. Ex.ª permite um aparte?

 

O SR. JUAREZ PINHEIRO: Ver. Isaac Ainhorn, que hoje me aparteia, que me dá orgulho, em todas as minhas intervenções eu conto com o seu brilho invulgar, tenho o seu pedido de novo e já vou lhe conceder um aparte. Eu penso, Ver. Pedro Américo e Ver. Isaac Ainhorn, que é extremamente discricionário que venhamos, sem podermos fazer cálculos, sem verificar onde se localizam as nesgas, que têm situações geográficas diversas, apesar de serem numa mesma área, que podem ser acidentadas ou não, podem ter, por exemplo, impeditivos, inclusive de construção, uma ou não, querer que elas tenham o mesmo valor, sem fazermos uma análise mais perfunctória...

 

O Sr. Isaac Ainhorn: V. Ex.ª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Eu concordo plenamente com V. Ex.ª. Não coloco em questão absolutamente qualificação e seriedade da Comissão de Alienação de Imóveis da Prefeitura. Agora o problema é seguinte...

 

(Pronunciamento paralelo, impossibilitando registro.)

 

O SR. JUAREZ PINHEIRO: Permite-me um aparte, Vereador?

 

O Sr. Isaac Ainhorn: Eu não posso lhe dar aparte se V. Ex.ª é dono da palavra.

 

O SR. JUAREZ PINHEIRO: Por favor, Ver. Isaac Ainhorn. Eu lhe pergunto: será que nós podemos aqui, por mais brilhantes que sejamos, por mais que tenhamos um ex-Prefeito aqui, sem podermos avaliar de forma perfunctória, exararmos um parecer que supera um colegiado de nove, dez, arquitetos, funcionários do quadro, concursados, que são ou não do PT, sejam de que partido forem, mas são profissionais que emprestam o seu sangue, o seu trabalho às lides municipais, que têm uma responsabilidade junto ao CREA pelo que assinam, e nós vamos aqui, porque achamos que não está certo, porque não está bom, porque está diferente, vamos fazer outro preço? Será que é sério? Eu lhe pergunto, Vereador.

 

O Sr. Isaac Ainhorn: Permita-me que eu lhe responda, Vereador. Nada é definitivo em matéria de avaliação de imóveis. Eu já vi inúmeras avaliações do CAI serem refeitas aqui na Casa. V. Ex.ª está dizendo que o CAI é o órgão definitivo. E às vezes comete erros.

 

O SR. JUAREZ PINHEIRO: Eu verifico uma, por exemplo, que o Ver. João Antonio Dib apontou, e ele tinha razão e contribuiu; neste caso aqui...

 

O Sr. Isaac Ainhorn: Avaliação é avaliação, Vereador. Pode o Ver. João Antonio Dib não ter razão, mas já vi inúmeros questionamentos, inclusive projetos caírem em diligência.

 

O SR. JUAREZ PINHEIRO: V. Ex.ª liderou a oposição para votar empenas cegas com o art. 81. Portanto, é contraditório no discurso que faz agora. Mas eu não vou discriminá-lo por isso, não vou tirar aqui a possibilidade de V. Ex.ª discordar. Eu aceito. O que eu quero dizer, Ver. Isaac Ainhorn, é que existe um parecer feito com bases técnicas, há um laudo assinado por vários arquitetos e engenheiros, com responsabilidades perante o CREA, existe uma metodologia de cálculo. O que eu quero dizer é que discordarmos aqui dos valores. É uma subjetividade que não tem lugar. Agora, é possível, sim, adiarmos a votação. Mas não podemos desconhecer a forma com que isso se dá, e não podemos desconsiderar o trabalho dessa gente, que tem responsabilidades profissionais, que são concursados. O Projeto aqui está claro: essa empresa não tem acesso à via pública hoje. Para ir à via pública, ela tem de passar por uma área do Município, e nós aqui, por filigranas, colocamos sem nenhuma base legal. No outro momento, o Ver. João Antonio Dib corrigiu um preço e ele tinha elementos. Hoje, o Ver. João Antonio Dib não tem elementos para querer arbitrar outro valor. E a nossa amizade não vai fazer com que eu olvide de dizer, Ver. João Antonio Dib: V. Ex.ª se arvora hoje de forma irregular e não de forma ética com seus colegas profissionais. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

A SRA. PRESIDENTA (Helena Bonumá): Apregoamos a Emenda ao Processo n.º 2401/01, PLL n.º 157/01, que permite a utilização de painel luminoso com finalidade publicitária nos táxis cadastrados, no Município de Porto Alegre. Emenda do Ver. Haroldo de Souza. (Lê.) “Emenda n.º 01. Inclua-se no Projeto, onde couber, dispositivo com o seguinte teor: o valor arrecadado com a utilização do painel luminoso, na forma desta lei, será distribuído da seguinte forma: 50% para o proprietário do táxi e 50% para o taxista empregado.”

O Ver. João Antonio Dib está com a palavra para discutir o PLE n.º 019/01, por cessão de tempo do Ver. Pedro Américo Leal.

 

O SR. JOÃO ANTONIO DIB: Sr.ª Presidenta e Srs. Vereadores, considero a Pauta um dos momentos mais ricos das Sessões Plenárias de segunda, quarta e sexta-feira. É por esta razão que faço um esforço bastante grande, muitas vezes, para chegar aqui, me inscrever na Pauta e debater os projetos de lei. Mas, como fazemos trinta, quarenta projetos de lei numa mesma Sessão Ordinária, é difícil fazer a análise. Tentei, com a tranqüilidade de sempre, acertar um pouco os relógios, mas parece que as pessoas se assustam com a sombra. Eu não acreditava tanto no computador, a minha assessoria... Eu queria que trouxessem a ata da Sessão onde eu... A minha memória é muito boa, muito boa, e, quando olhei o Projeto, eu disse: “Já li este Projeto, já achei os erros e os acho de novo.” Fiz as contas de novo e achei de novo. Fiz uma proposição simples. Na semana passada eu mostrava aqui uma permuta do Partenon com a Lomba do Pinheiro, na Tenente Alpoin, em que eu achava estranhos os valores, principalmente porque no “shopping-papel”, onde eu fui lesado, fui lesado pela Bancada do PT, quando pedi uma comissão especial para analisar o problema de definição urbana para a área e eles me apelaram para que eu retirasse a comissão que estava aprovada, porque no segundo projeto, que era a permuta das áreas, que era o que interessava, eles me dariam a comissão. Quem mal não faz, mal não pensa; e eu aceitei, e me prometeram que, em duas ou três semanas, estariam a minha disposição para fazer a comissão, passaram-se cinco meses e meio e eles trouxeram o Projeto, e a primeira medida foi pedir urgência. Isso não se faz para um Vereador que confiou, e eu confiei, porque costumo fazer as coisas certas. Na semana que passou, eu dizia que queria comparar o “shopping-papel” a 50 reais o metro quadrado, podendo construir supermercados e edifícios; 50 reais o metro quadrado, e eu não entendi. Não entendi as manobras da Prefeitura, que dizia que para eles custaria 9 milhões. Eles não queriam os seis milhões, mas também, avaliada em 50 reais o metro quadrado, numa área daquelas para a qual se estabeleceu o regime urbano... Só poderia ser uma coisa muito estranha que faz com que se assustem até da sombra agora. Nada estava sendo feito, nada que não fosse conhecido pela Casa, apenas o reajuste... Vamos admitir que valia 160 reais o metro quadrado, mas é o mesmo terreno, é a mesma área; não é um num quarteirão e outro a três quarteirões. Não! É um ao lado do outro; são nesgas para tornar a linha reta e não fazer linha quebrada para dar um melhor aproveitamento ao terreno, mas a sombra assusta algumas pessoas. Quando o Vereador quis fazer uma proposição foi até criticado. Como é que o Ver. João Antonio Dib deixou passar isso na Comissão de Finanças? E ainda disse: era fim do ano, todo mundo tem pressa, todo mundo exige, todo mundo pede, e nós passamos o ano todo votando moções. Todo o ano; e há cinco anos reclamo: chega de moções! Até um dia em que eu apresentei uma moção nesta Casa, quando Vereadores foram chamados de não-sérios, de corruptos, pela Deputada Luciana Genro. Não apresentei uma moção contrária à pessoa, mas contra a sua declaração, e o PT todo votou contra a moção, mas exigiram que eu trouxesse a fita, que eu degravasse a fita, que eu documentasse. Para eles não precisa nada! Eles aceitaram a corrupção! Eu perdi com a Bancada do PT, por unanimidade, com a Frente Popular, por unanimidade, votando contrariamente a uma moção. Foi a única vez que eu me equivoquei e fiz uma moção, mas eu achei que os Vereadores desta Casa não poderiam ser chamados de corruptos pela Dona Luciana Genro, e por ninguém também. Então eu fui fazer uma moção. Isso nós fazemos, Sr. Presidente, o ano inteiro, e é por isso que me abstenho de votar.

Eu reclamo, eu procuro buscar soluções, mas parece que o que complica a vida mesmo é o simples. Seria tão simples, se não tivessem discutido tanto. Saúde e paz! Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Carlos Alberto Garcia): São 18h51min. Em votação nominal, por solicitação do Ver. Isaac Ainhorn, a prorrogação da Sessão.

Visivelmente não há quórum. Estão encerrados os trabalhos da presente Sessão.

 

(Encerra-se a Sessão às 18h52min.)

 

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